Um Grande Pagamento - Parte 1 - Kakasaku/ShikaSaku

Vinte e quatro

Acordou assustada com seu quarto completamente escuro, Sakura sentia uma insistente falta de ar afundar seu peito para baixo. O vento da janela batia frio em seu peito que só assim o percebeu nu, se levantou e puxou um dos roupões que sempre estavam próximos a porta do pequeno cômodo de banho e o vestiu. O sonho que teve,  esperava de coração que fosse apenas um sonho. Se sentia suja, suspirou contendo o tremor em seu próprio corpo, as lembranças da noite que teve voltaram como um raio e fez com que Sakura tombasse para trás caído no chão.
Abraçou os joelhos ao lado da porta de saída e deixou as imagens passarem uma última vez por sua cabeça antes de apagar completamente de sua memória. Ele deixou com que tocasse em sua nudez e a fizesse chegar ao ponto alto do prazer, deixou com que experimentasse de sua intimidade, Sakura respirava com dificuldade se lembrou da sensação dele se movimentando em seu interior e se sentiu suja.
Sem conseguir ver, pegou qualquer vestido que tocou pela frente e rumou porta a fora, seguiu em frente para o primeiro quarto em que dormiu, não queria olhar para ele não agora.
Era como se ele tivesse deixado o muro que construiu em volta de seu mundo desmoronar e liberado a entrada de qualquer invasor. 
Abriu a porta daquele quarto florido e o trancou entrou no pequeno cômodo de banho e encheu de água fria mesmo, esfregou o pano úmido que estava na beirada da banheira apenas para tirar a sensação do toque de sua pele.
Não estava fazendo aquilo por ter sido ruim, estava por ter tido sua confiança traída. Jamais imaginou ter seu corpo dado para alguém além de seu marido e foi para o homem que ele jurou que jamais a tocaria. Se sentia suja por ter gostado e de ele não ter lhe dado a mínima dignidade de saber o que lhe aconteceria.
Deixou as lágrimas insistentes rolarem por seu rosto quente e afundou dentro da banheira, precisava acalmar a cabeça e a água gelada faria esse favor, poucos segundos até ser arrancada se suas paz.

— O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, SAKURA? — Kakashi gritava exasperado.

— Me lavando. — Disse simplesmente, estava magoada demais para tentar ser educada, não perguntaria como entrou ele tinhas as chaves de todas as portas e ela já tinha as pego na mão.

— Pelos deuses! Sabe o que eu faria se te perdesse? — Ele respirava fundo a olhando inconformado segurando seus ombros molhados.

— Aparentemente nada. — Disse se soltando. — Vá embora, me deixe tirar o resto de minha pele.

Ele a mediu e juntou as sobrancelhas quando viu as marcas vermelhas deixadas pelas passadas insistentes do pano em sua pele.

— Sakura... — Tentou.

— Não. — Disse tentando manter o mínimo de firmeza e coragem que tinha dentro de seu ser. — Você mentiu para mim e deixou com que me tocassem. Agora me deixe. — Fungou abaixando na água novamente.

Kakashi se endireitou e abaixou o tecido de seu rosto, mas Sakura não tinha forças para discutir ele caminhou para o pequeno banco que tinha no fundo do cômodo. — Me deixe pelo menos me explicar, por favor.

Sakura não se virou, abraçou os joelhos e tirou apenas o cabelo molhado do rosto.  — Faça o que quiser, não é assim que sempre faz?

Ouviu ele respirar fundo, — Eu... Eu realmente não sei como deixei aquilo acontecer, eu só...

— Só costumava dividir o prazer da companhia de outras mulheres com ele... — Suspirou. — Eu não tinha entendido o que ele queria dizer até essa noite, como ele disse... " você não queria me dividir"

Kakashi suspirou, atrás de onde estava podia sentir o peso do ar dentro daquela sala. — Isso foi antes de ter você, Sakura. Nunca mais consegui pensar em fazer isso ou pensar em ninguém, depois que a vi na casa de seus pais. E essa noite.. — o ouviu se mover, lentamente caminhou para frente de sua banheira. — Depois de ver vocês conversando no jardim me veio à pequena ideia mas foi logo descartada, a imagem que passou pela minha cabeça de deixar ele tocar em você me causou repulsa. Mas quando você se entregou a mim em cima da fonte olhando para onde ele estava eu imaginei... — Ele respirou fundo. — Eu sabia que ele estava nos observando como você também sabia. Foi nesse momento que eu deixei as coisas acontecerem.