Cap. 15 - Você Não Está Pronta?

11K 810 236
                                    

Quando Abro a Porta, Entrego À Lauren Uma Margarita Virgem.

Ela agradece e bebe um gole enquanto entra no apartamento. Está vestindo jeans, sapatos sem salto e uma elegante bata cinza sem manga com uma espécie de decote rendado.

Droga. Ela está camuflada. Com base nessas roupas, é difícil dizer quais são as intenções dela. Talvez eu esteja simplificando demais as coisas, mas, se ela estivesse usando um vestido preto curto e sapatos vermelhos com aqueles saltos enormes, eu teria muito menos dúvidas. Por outro lado, eu estou usando jeans e camiseta preta, então não sei ao certo se as minhas roupas passam a ela a mensagem de que estou disponível para o que ela quiser. Espero que sim.

Ela balança no ar um pacote de ursos de gelatina.

— Cem por cento natural e saudável — ela diz.

— E as calorias? Conferiu as calorias?

— Obviamente. Perdi várias calorias calculando as calorias.

— Nem sei por que perguntei — respondo, rindo. Gostamos de fazer piada com o modo politicamente correto de comer. Fico feliz por constatar que pelo menos ainda posso brincar com ela.
Baixando o tom de voz, ela se dirige a mim num sussurro conspiratório:

— Essas balas vêm do Brooklin. Sabe, tem uma coisa que eu não entendo: se já conseguiram até enviar o homem à lua, como não são capazes de remover as balas verdes do pacote?

— Eis um dos grandes mistérios da vida. — Eu fecho a porta e faço um gesto indicando a direção da sala. Lauren então segue à minha frente e eu não consigo evitar: olho direto para a bunda dela enquanto ela caminha pelo piso de madeira até meu sofá. Ela me deu esse tipo de liberdade hoje à tarde, se não me engano.
— Junto com a existência de aspargos gigantes — ela diz sarcasticamente.

— Eu nunca vou compreender a utilidade de vegetais gigantes. Mas você foi mesmo até o Brooklin para comprar balas de gelatina? — pergunto.

Ela se acomoda em meu sofá bege. As portas de correr que levam à
varanda estão abertas, deixando penetrar no ambiente um pouco desta noite quente de junho.
Lauren faz que não com a cabeça, tira os sapatos e coloca os pés no sofá.

— A loja no Brooklin que faz estas balas abriu outro ponto em Murray Hill.

— O importante é que você conseguiu encontrar essa ótima bala de gelatina que não é feita com gelatina — comento, juntando-me a ela no sofá.

Lauren jamais toca em doces que são feitos com gelatina, porque a gelatina é feita com partes de animais, ou seja, vem da carne; ela costuma dizer que se quisesse carne em seu doce comeria doce de bife, uma coisa que não pretende fazer. Simplesmente porque seria nojento. E é por isso que doce de bife não existe.

Eu aponto o meu laptop.

— E então, o que vai ser? Netflix? Castle? Comédia romântica? Filme de espionagem? Canal de esportes para ver as últimas do basquete?

Ela rasga o pacote de doce e coloca na boca uma bala de urso amarela. A bala escorrega por entre seus lábios.

Ursinho de sorte.

— Que tal Castle? — ela sugere. — Vamos ver aquele episódio com o gângster irlandês.
Sei exatamente a que episódio Lauren se refere, pois nós já assistimos a quase todos os episódios juntas. Eu encontro o do gângster rapidamente, dando graças a Deus por ter me lembrado de remover o vídeo pornô da noite passada. Fido perambula pela sala, arregala os olhos e mia. Tenho certeza de que ele está me dedurando para Lauren na linguagem felina, mas — novamente graças a Deus — ainda deve levar algum tempo para inventarem um programa que traduza a língua dos gatos.
Nós entramos na rotina que temos repetido ao longo dos anos. Ela está
em uma ponta do sofá, afundada nas almofadas. Eu estou na outra ponta. E

CAMREN: Minha Sempre Melhor Amiga (G!P)Where stories live. Discover now