Quando Abro a Porta, Entrego À Lauren Uma Margarita Virgem.
Ela agradece e bebe um gole enquanto entra no apartamento. Está vestindo jeans, sapatos sem salto e uma elegante bata cinza sem manga com uma espécie de decote rendado.
Droga. Ela está camuflada. Com base nessas roupas, é difícil dizer quais são as intenções dela. Talvez eu esteja simplificando demais as coisas, mas, se ela estivesse usando um vestido preto curto e sapatos vermelhos com aqueles saltos enormes, eu teria muito menos dúvidas. Por outro lado, eu estou usando jeans e camiseta preta, então não sei ao certo se as minhas roupas passam a ela a mensagem de que estou disponível para o que ela quiser. Espero que sim.
Ela balança no ar um pacote de ursos de gelatina.
— Cem por cento natural e saudável — ela diz.
— E as calorias? Conferiu as calorias?
— Obviamente. Perdi várias calorias calculando as calorias.
— Nem sei por que perguntei — respondo, rindo. Gostamos de fazer piada com o modo politicamente correto de comer. Fico feliz por constatar que pelo menos ainda posso brincar com ela.
Baixando o tom de voz, ela se dirige a mim num sussurro conspiratório:— Essas balas vêm do Brooklin. Sabe, tem uma coisa que eu não entendo: se já conseguiram até enviar o homem à lua, como não são capazes de remover as balas verdes do pacote?
— Eis um dos grandes mistérios da vida. — Eu fecho a porta e faço um gesto indicando a direção da sala. Lauren então segue à minha frente e eu não consigo evitar: olho direto para a bunda dela enquanto ela caminha pelo piso de madeira até meu sofá. Ela me deu esse tipo de liberdade hoje à tarde, se não me engano.
— Junto com a existência de aspargos gigantes — ela diz sarcasticamente.— Eu nunca vou compreender a utilidade de vegetais gigantes. Mas você foi mesmo até o Brooklin para comprar balas de gelatina? — pergunto.
Ela se acomoda em meu sofá bege. As portas de correr que levam à
varanda estão abertas, deixando penetrar no ambiente um pouco desta noite quente de junho.
Lauren faz que não com a cabeça, tira os sapatos e coloca os pés no sofá.— A loja no Brooklin que faz estas balas abriu outro ponto em Murray Hill.
— O importante é que você conseguiu encontrar essa ótima bala de gelatina que não é feita com gelatina — comento, juntando-me a ela no sofá.
Lauren jamais toca em doces que são feitos com gelatina, porque a gelatina é feita com partes de animais, ou seja, vem da carne; ela costuma dizer que se quisesse carne em seu doce comeria doce de bife, uma coisa que não pretende fazer. Simplesmente porque seria nojento. E é por isso que doce de bife não existe.
Eu aponto o meu laptop.
— E então, o que vai ser? Netflix? Castle? Comédia romântica? Filme de espionagem? Canal de esportes para ver as últimas do basquete?
Ela rasga o pacote de doce e coloca na boca uma bala de urso amarela. A bala escorrega por entre seus lábios.
Ursinho de sorte.
— Que tal Castle? — ela sugere. — Vamos ver aquele episódio com o gângster irlandês.
Sei exatamente a que episódio Lauren se refere, pois nós já assistimos a quase todos os episódios juntas. Eu encontro o do gângster rapidamente, dando graças a Deus por ter me lembrado de remover o vídeo pornô da noite passada. Fido perambula pela sala, arregala os olhos e mia. Tenho certeza de que ele está me dedurando para Lauren na linguagem felina, mas — novamente graças a Deus — ainda deve levar algum tempo para inventarem um programa que traduza a língua dos gatos.
Nós entramos na rotina que temos repetido ao longo dos anos. Ela está
em uma ponta do sofá, afundada nas almofadas. Eu estou na outra ponta. E
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CAMREN: Minha Sempre Melhor Amiga (G!P)
FanfictionLauren e Camila são amigas de longa data e se vêem envolvidas em uma picante e divertida trama. O que fazer então, quando algo de mentira começa a se tornar a certeza mais verdadeira que elas têm? Algumas vezes, tamanho é documento! Camila G!P - Se...