Epílogo

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Chegou a hora de dar tchau... 😊

Um Mês Depois

Não há mais ninguém além de nós no The Lucky Spot. A última bebida foi servida há uma hora e agora nós estamos prontas para fechar.

Apanho minhas chaves no escritório e Lauren coloca a sua bolsa no ombro.

— Na sua casa ou na minha? — ela pergunta em tom de piada e depois ela mesma responde. — Não, espera, é na nossa casa.

O aluguel dela vence no fim do mês e ela veio morar comigo uma semana atrás. Ela monopoliza as cobertas e eu durmo pelada, o que pode vir a ser um problema no inverno; fora isso, a vida ao lado dela é simplesmente perfeita.

O artigo de Abe não foi publicado, pois a venda da Katharine's não se concretizou, e tudo o que restou foi um falso noivado que se transformou em uma história genuína de amor. Eu sou uma mulher muito feliz, e meu pai também — ele agora está com a minha mãe em alguma parte do Mediterrâneo, enquanto Nina cuida da joalheria.

Para que este momento se torne ainda mais perfeito, só falta uma garrafa de vinho.

— Vamos fazer um brinde antes de irmos embora — eu digo, dirigindo-me para trás do bar e pegando uma garrafa que eu já havia separado.

Lauren me lança um olhar curioso do outro lado do balcão.

— Quer fazer isso em casa? — ela pergunta.

— Não — respondo, balançando a cabeça. — Aqui.

Encho uma taça para mim e outra para ela. Então, ergo a minha para brindar.

— Às recriações!

Ela me olha com expressão intrigada.

— Como é? Isso não fez nenhum sentido para mim.

— Apenas brinde comigo. Confie em mim, logo fará sentido. — Tomo um gole e ponho a minha taça no balcão.

— Não acha engraçado que todos pensem que somos um casal?

— Mas nós somos um casal — ela observa, dando um tapinha na taça.

— Você andou bebendo mais antes de abrir esta garrafa, Camila?

Porém, eu estou inspirada e não vou parar agora.

Nós precisamos de uma história — eu digo, repetindo o que ela havia comentado na cozinha da casa dela quando nós decidimos fingir o noivado. — Lembra? — pergunto, estimulando-a. — Em uma quinta-feira à noite, no The Lucky Spot, bebendo um copo de vinho depois de fecharmos o bar...

Quando Lauren enfim se dá conta do que estou dizendo, ela estala os dedos e seus olhos brilham.

— Sim... Se não me falha a memória, foi exatamente assim que aconteceu!

— Então... Não é engraçado que todos pensem que nós somos um casal? — repito, sem deixar de olhar nos lindos olhos verdes dela.

Ela se recorda de sua fala — sua fala fictícia, fruto da mais pura imaginação, criada para contarmos aos outros como ficamos juntas:

Talvez nós devêssemos ser mesmo um casal.

Eu não digo nada. Lauren também fica em silêncio. Nós duas conhecemos o script e sabemos que ele indica um silêncio constrangedor. Quando a pausa já parece ter sido constrangedora o bastante, eu volto
a falar, sorrindo levemente:

— Acontece que teremos mais do que um silêncio constrangedor desta vez. — Eu enfio a mão no bolso.

— O que vem agora? — ela pergunta ansiosa, com as mãos espalmadas sobre o balcão e os ombros curvados na minha direção.

— Um truque de mágica.

— Me mostre!

Eu saio de trás do balcão do bar, contornando-o. Quando me aproximo de Lauren, agito uma mão atrás da orelha esquerda dela, depois tiro a outra mão do bolso e a encosto atrás da orelha direita de Lauren.

— Ei, veja o que eu encontrei aqui — digo, e então abro a mão diante de Lauren.

Ah, Deus! — ela exclama com emoção na voz.

Eu me ajoelho e pego a mão dela.

— Lauren, escute bem o que vou dizer. Quando nós começamos a brincar de noivas, eu usei duas palavras que nós duas pensamos que jamais fôssemos ouvir novamente. Mesmo assim, agora, elas soam perfeitas se eu pensar em você: Sra. Cabello Jauregui. Soa sexy e maravilhoso, não acha? Isso é porque você é a única mulher que eu já quis que se tornasse a Sra. Cabello.

Quer se casar comigo?

— Camila, eu adoro as propostas que vêm de você... Então acho que a resposta é sim! — ela diz, e eu vejo uma lágrima escorregar por sua face. Sim, ela disse sim! Uma simples palavra jamais teve um efeito tão mágico.

Eu levanto o anel, deixando a pedra refletir a luz que vem do teto.

— Este é o anel que você escolheu. Aquele que você quis e que é perfeito para você. Este é o anel que eu quero que você use para sempre.

Lauren estende a mão.

— Coloque no meu dedo — ela diz, entre soluços de felicidade. — É o único anel que eu quero. Você é a única mulher que eu quero.

Eu ponho suavemente o anel no dedo dela pela segunda vez e sei que desta vez será por toda a vida.

                           ****************

Seis Meses Depois

Minha esposa é simplesmente sensacional.
Você não precisa acreditar no que eu digo, apenas considere todas as qualidades que ela exibe:
Ela é brilhante, é linda, é engraçada e se casou comigo. Ponto final!

Ah, espere um pouco. Há mais uma coisa que preciso dizer. Nós quebramos mesmo todas as regras. Dormimos uma na casa da outra, mentimos, nos apaixonamos... E não durou só uma semana; vai durar a vida inteira.

Contudo, há duas regras que não quebramos. Lembra-se de que uma das nossas prioridades era continuarmos amigas? Pois bem, nós
continuamos amigas. Amigas para o que der e vier.

Agora, você provavelmente está se perguntando sobre aquela outra regra. Sim, há uma coisa que Lauren jamais permitiu que fizéssemos entre quatro paredes e jamais permitirá. Mas isso não me faz a menor falta, mesmo porque Lauren é capaz de realizar façanhas com a língua.

Eu sou a sujeita mais sortuda do mundo, porque estou perdidamente apaixonada pela mulher com quem vou para casa todas as noites. Minha esposa. Minha melhor amiga.

E eu a faço feliz todas as noites.

Você sabe do que estou falando, não é?

Sim, você sabe...

Esposa feliz = vida feliz.

CAMREN: Minha Sempre Melhor Amiga (G!P)Where stories live. Discover now