Capítulo 36

406 41 7
                                    

Griffin

— O que? — pergunto mas Ariela me ignora completamente e eu volto meu olhar para Elisabeth — Meu amor, por favor — imploro tentando evitar o choro — Por favor Elisabeth, eu preciso de você

Seu rosto está um corte na testa e há vários arranhões em seus braços. Ignoro o que Ariela me disse sobre a deixar no chão e seguro seu corpo contra o meu tentando a manter livre da chuva

— Chamem um médico! — grito para os guardas — Vamos Elisabeth, vai ficar tudo bem — digo e sinto uma lágrima escorrer do meu olho

— Eu perdi o controle, eu... — diz a princesa que acaba de causar isso tudo

— Porra. Sai daqui antes que eu quebre minha principal regra e te mate aqui mesmo

— Griffin, calma — Ariela diz

Os médicos se aproximam com uma maca e a colocam desacordada na mesma para levá-la até o hospital do campus

— Cuidado, ela está grávida — Ariela reforça e então minha ficha cai

Eu nunca me imaginei nem quis ser pai, graças a minha criação de merda. Beatrice tem dezesseis e eu dezessete, nunca pensei que além de ser pai, seria tão jovem. Eu estou sem reação alguma, sinto como se eu já estivesse morto porém alguma força me mantém de pé por algum motivo.

— Griffin — Ariela me chama e então eu volto a realidade.

O motivo sempre vai ser a Elisabeth, confuso ou não, com medo ou não, eu preciso estar forte por ela. Principalmente se algo aconteceu com a criança

*         *         *

Já é a quinta volta que eu dou no corredor impaciente pelos médicos não terem nos dado notícia ainda. A família de Elisabeth foi avisada sobre o acidente, e já estão a caminho, mas tudo o que quero é vê-la e poder pedir perdão por ter estragado tudo entre nós.

Ariela toca meu ombro afim de me acalmar e eu a afasto quando vejo o doutor se aproximar.

— Como o bebê está? — Ariela pergunta e eu suspiro tentando associar a palavra bebê a mim e a Elisabeth

— Como ela está? — minga autocorreção fala mais alto

— A princesa e o bebê estão bem. Felizmente o impacto só causou alguns arronhoes, mas ela ainda está muito debilitada pelo choque, e descobrimos uma pequena anemia, ultimamente ela não tem se alimentado muito

Suspiro aliviado

— Posso vê-la? — pergunto

— Perdão alteza, mas só os familiares podem entrar na sala agora

— Eu sou o pai — digo num único fôlego — Eu sou o pai, sabe... do bebê

Eu nunca me imaginei dizendo isso. Definitivamente o universo escolheu a pessoa errada para presentear com um filho, eu estrago minha própria vida, o que vou poder oferecer a uma criança?

O doutor confirma envergonhado e me acompanha até a sala onde quando vejo Elisabeth totalmente vunerável com tubos de soro ligados a seus braços, eu sinto uma tristeza tão profunda que nem consigo descrever

O doutor nos deixa sozinhos e eu me sento numa poltrona ao lado dela e seguro sua mão delicada.

Sem perceber, eu deixo uma lágrima escorrer de meus olhos. Eu não consigo sequer imaginar o que faria se um dia perdesse essa garota, eu odeio vê-la desse jeito, e se pudesse, sentiria todas suas dores para poupar ela de tudo isso.

Princesa, Com Orgulho - TRILOGIA PRINCESAWhere stories live. Discover now