Capítulo 29

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Nova York, Setembro de 2016

Acordei com o despertador e todo o meu corpo estava dolorido, como se tivesse passado a última semana inteira na academia... e eu nem malho.
Tentei abrir os olhos para me acostumar com a luz, mas meu rosto também doía. Isso só podia significar uma coisa, mas preferia que não fosse.

Três espirros seguidos e a tosse tentando limpar minha garganta confirmaram o meu péssimo autodiagnóstico.

Gripe.
Ou talvez só um resfriado.

— Bom dia, Elisa. São sete da manhã, está ensolarado apesar da baixa temperatura. — Sexta-feira me chamou novamente.

— Eu estou morrendo, Sexta-feira, me dá um tempo.— retruquei escondendo a cabeça embaixo do travesseiro e só então me dei conta do quão fanhosa minha voz estava.

— Gostaria de uma consulta médica? Posso marc-

— Não, só me deixa dormir. — interrompi a inteligência artificial e estiquei meu braço até o lado da cabeceira da cama, tateando a parede em busca do interruptor de luz.

Infelizmente meus minutos de paz não duraram muito. As batidas frenéticas na minha porta me tiraram do sério. Não se pode nem dormir nessa casa.
Enrolei-me no cobertor e fui até lá com uma cara nada boa e zero paciência.

Digamos que o fato de eu estar próxima ao meu período menstrual contribuiu para isso.

— Elisa, vai se atrasar.— Pepper estava dizendo quando abri a porta.

— Bom dia. — resmunguei fanha.

— Minha nossa, Elisa, o que houve? — ela aproximou a mão de minha testa, provavelmente tentando checar minha temperatura. — Quer ir ao médico?

— Não, eu vou pra aula, só preciso me trocar — respondi praticamente me arrastando até o closet.

Seria um longo dia.

— Bom dia, você está pé-

— Péssima, eu sei. — completei a mesma frase que minha melhor amiga dizia todos os dias.

— Está doente? Sua voz está... diferente. — Ned comentou tentando ser agradável, ele é sempre um amorzinho, e eu apenas concordei com a cabeça, puxando as mangas do moletom que vestia e as segurando em minhas mãos.

Não demorou muito para que o nosso garoto-aranha se aproximasse ofegante, ele provavelmente havia começado o dia de uma forma bem mais agitada que nós.

— Bom dia, gente. — ele cumprimentou a todos esbaforido e se aproximou para selar nossos lábios.

— Eu não faria isso se fosse você.— MJ o alertou — Fala alguma coisa pro Parker ouvir sua linda voz, Elisa.

— Vai à merda, Michelle. — retruquei impaciente.

— Ah, é isso? Acha que tenho medo de um resfriado, MJ? Já enfrentei coisa pior. — ele brincou ao perceber do que a garota estava alertando e selou nossos lábios lentamente.

I Found You • Peter ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora