I Found You • Peter Parker

Capítulo 44

Prisão Balsa, 21 de Novembro de 2016

Aquela camisa de força incomodava muito e meus braços já estavam dormentes, mas nada doía mais que meu peito.

Não conseguiria seguir em frente depois do que fiz... Eu merecia aquela cela, aquela camisa de força e as algemas em minhas pernas. Na verdade, isso tudo era pouco perto do que eu merecia.

Eu carregaria aquela culpa para o resto de minha vida. Jamais seria capaz de esquecer aquela cena.

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— Meu amor... Me desculpa. — supliquei aos prantos apoiando sua cabeça em minhas coxas, já que estava ajoelhada ao lado de seu corpo.

— Está tudo bem. — sua voz saiu fraca como um fio. Parker estava com dificuldade para respirar e começou a perder a consciência.

— Não. Não. Não. Peter, fica comigo por favor. — segurei sua mão com mais força — Sexta-feira?

— Funções vitais críticas. Há diversas contusões em todo o corpo e múltiplas fraturas foram detectadas nas costelas, o pulmão provavelmente foi atingido.— a voz metálica saindo de seu traje alertou e eu senti minha alma sair do corpo por alguns segundos.

— Droga! Droga! — praguejei gritando aos céus enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto como cachoeiras. — Peter, a equipe médica está a caminho! Não me deixe, pelo amor de Deus... Não me deixe! — dei alguns tapinhas leves em seu rosto ao perceber que seus olhos estavam fechando.

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Quando os sons começaram e eu perdi a concentração, tive que fazer mais força para que os blocos de concreto não caíssem em Steve e Barnes. Como meu pai sempre diz, não sei usar meus poderes... Eu não estava olhando para o meu namorado na bolha, estava focada na torre caindo e não percebi que quanto mais força eu fazia para segura-la, mais eu estava comprimindo a bolha em que Peter estava, até que... acabei esmagando seu corpo dentro dela.

"Eu o matei... Eu o matei... Eu o matei..." essas eram as únicas palavras que eu sussurrei a todo momento desde que me tiraram de perto dele e me algemaram.

— Elisa, precisa comer. — Clint, que estava na cela em frente a minha, alertou. — Já fazem dois dias que estamos aqui e você não aceitou nenhuma das refeições que trouxeram.

— Eu não tenho fome... — respondi com a voz fraca. A única coisa que fiz nesse tempo todo foi chorar.

— Lisa, você não o matou. — Sam reforçou o que já me disseram várias vezes. Estávamos todos em celas muito próximas e não havia ninguém além de nós ali.

— Então porque todos vocês estão soltos enquanto meus braços estão amarrados e minhas pernas algemadas? Com certeza, eu o matei.

— A Wanda também está assim... Eles só têm medo dos poderes de vocês, já que sabem que nenhuma de suas armas seria forte o suficiente. — Scott concluiu. No fundo, seu raciocínio fazia sentido, mas não o suficiente para me convencer. Eu vi Peter morrendo com meus próprios olhos.

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Eu era péssima em calcular o tempo, então não sabia dizer há quantas horas ou dias estávamos ali. Ainda não havia comido ou dormido por um segundo sequer... Minha mente estava em outro lugar.