Capítulo 55 - Autumn: O ritual

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Pov Heyoon

Acordamos com batidas fortes na porta do chalé de Sina. Eu resmunguei enquanto Sina me abraçava ainda mais. Ela mal se movia durante o sono ou parecia querer me largar mesmo que inconsciente. Pensei em ignorar completamente a porta, mas na terceira batida mais forte Sina rosnou furiosa e de mal humor.

-Heong vai lá ou eu vou matar esse estúpido – ela resmungou me soltando e desabando ao meu lado.

Eu estava prestes a reclamar por causa da preguiça que estava, mas Sina já estava apagando mais uma vez. Mordi o canto da boca me sentindo culpada, afinal tinha feito a semideusa contar toda uma história enquanto estava cansada. Soltei um suspiro e levantei da maneira mais lenta que eu conhecia, me arrastando até a porta e a abrindo com uma expressão evidente de sono e mal humor.

-HeyHey!!!!!

Mal tinha processado o grito de Sabina e aquela garota alta estava me agarrando e sufocando contra o seu peito farto. Eu tinha levado um susto, mas quando recuperada, eu abracei minha melhor amiga com todas as forças.

-Sabina!! – gritei de volta e ela me levantou do chão por alguns segundos, me fazendo rir – Mas... Como?! Não deveria estar com minha mãe?

-Eu fui, chequei a tia, ela está bem e chateada pela falta de notícias – Saby se afastou e sorriu grande para mim – Eu não aguentei, quando soube que vocês voltaram, eu tive de vim para cá. Afinal, sabia que vocês estariam morrendo de saudade de mim!

-Se eu não estivesse mesmo, te chamaria de metida! – ri da cara de indignada de Bina – Mas como soube que tínhamos voltado?

-Se dependesse de você eu estaria morrendo de preocupação ainda né – ela me olhou de forma acusatória e eu encolhi, tinha realmente esquecido desse detalhe – Mas eu tenho os meus contatos. Agora me faça o favor de levar o seu traseiro gordo e o branquelo do de Sina para a clareira, Hina já está terminando de ajeitar as coisas para o ritual.

-Mas já?!

Só então eu notei que era noite e que estava tudo iluminado apenas pelas tochas e candelabros pelo Acampamento. A sensação era de que não tinha passado uma hora desde que tinha conseguido adormecer!

-Sim, vocês tem quinze minutos!

Dito isso, Sabina partiu rapidamente para o seu chalé, soltando um beijo no ar para mim. Entrei novamente no chalé de Zeus e quanto mais eu aproximava da cama de Sina, mais tinha pena de acordá-la. A garota branca e de cabelos longos loiros estava completamente serena em seu sono, tão tranquila abraçando o meu travesseiro que eu me encontrava em um sério debate interno de como acordá-la sem me sentir culpada. Eram raros os momentos em que Sina se entregava completamente ao sono, pois ela sempre estava em alerta, esperando que o pior acontecesse.

Sentei na cama e tirei o cabelo que cobria o seu rosto, começando a acariciar sua bochecha com todo carinho. Eu não sabia quando ou como, mas eu estava tão rendida a Sina Deinert que bastava olhá-la para me sentir transbordar em um sentimento que ia para além do meu corpo.

-Amor – chamei suavemente – Temos de ir.

Ela nem ao menos se moveu. Inclinei e comecei a dar beijos desde a bochecha dela até o pescoço, finalizando com uma mordida que fez a pele dela arrepiar. Sina suspirou cansada e virou um pouco o corpo para poder me encarar. Os olhos estavam extremamente azuis, chegando a beirar um cinza.

-Eu queria ficar chateada com você por me acordar – ela reclamou e esticou os braços para trás se espreguiçando.

-Era Sabina na porta – expliquei fazendo carinho na barriga dela com a mão por dentro da blusa, eu simplesmente não conseguia não tocá-la – Ela veio avisar que o ritual já está para começar.

Estações - Versão SiyoonWhere stories live. Discover now