15| Medo

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Tudo estava tão incrivelmente bom que eu realmente estava estranhando

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Tudo estava tão incrivelmente bom que eu realmente estava estranhando. Eu nunca fiquei muito tempo sendo feliz na minha infância e adolescência, talvez por isso, sorrir e se sentir bem não estava dentro da minha rotina, mas ultimamente isso vem acontecendo com muita frequência. E era absurdamente bom. O culpado por isso tinha nome, sobrenome e uns beijos maravilhosos.

Levanto meus olhos até o espelho do banheiro olhando para a imagem que a muito tempo não me agradava. Pensar que ele me fez querer ser mulher, sexy e não se sentir vulgar me faz sorrir de novo. Minha psicóloga disse que tinha pessoas que entrava na sua vida para mudar tudo, e principalmente, para te ajudar. Acho que Axel Coleman foi essa pessoa. Ele me faz querer sorrir o tempo inteiro. Assim como também me faz ter vergonha quando me diz coisas bobas, como por exemplo, como estou linda. Seus elogios me fazem me sentir única. E isso é assustador. Porque as inseguranças vem junto com todas esses sentimentos bons.

E se ele enjoar de mim?

E se ele cansar de esperar pelo sexo?

E se… Sempre surge essas dúvidas.

Eu sinto, do fundo do meu coração que ele realmente conseguiu derrubar todas as barreiras de proteção que eu coloquei ao redor de mim mesma.

Eu sinto quando vejo ele sorrir e meu peito se aquece.

Eu sinto quando ele me toca e eu me arrepio.

Eu sinto quando ele me beija e eu derreto.

E eu tenho medo disso. Eu tenho medo porque ele pode me quebrar de novo, e eu sinceramente, não sei se seria capaz de me reconstruir. Por isso não consigo dizer as palavras, nem contar porque não consigo dar o último passo na nossa relação. E eu sei que ele tem necessidades, mas mesmo assim, eu não consigo. É como se as lembranças se tornassem reais quando o contato maior entre nossas peles acontece.

As vezes eu acho que vou conseguir me desligar de tudo e me concentrar apenas em nós, mas eu recuo, porque não sei se ele vai entender se eu não conseguir ir até o fim. Assim como também tem momentos que eu apenas quero que ele me faça esquecer. As vezes eu sinto que ele pode fazer isso, apenas seus olhos me dizem isso, mas ainda assim, há um pouco de medo.

Balanço minha cabeça, me forçando a não pensar mais nisso, afinal, tenho coisas mais importantes a fazer, como por exemplo, prender uma psicopata. E ao pensar nisso, fico em êxtase ao perceber que finalmente estou mais perto que antes de descobrir quem pôs um fim na vida de Max Thompson.

Me afasto do espelho pronta para sair, mas um objeto em cima do vaso sanitário me deixa intrigada. Pego nele, olhando de mais perto, aparenta ser uma bisnaga de tinta azul. Leio a embalagem, e não gosto nem um pouco do que diz. Na verdade, sinto minhas mãos gelarem, e meu corpo ficar travado com o que tem escrito ali.

Tinta para desenhos corporais.

O que porra significa isso? —  penso, a jogando no saco de lixo.

IM(PERCEPTÍVEL) | ✓Where stories live. Discover now