Capítulo 143

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Pov Any

Tive de respirar fundo pra forçar minha mente a captar o máximo de coisas possíveis, pra lembrar o máximo de coisas possíveis.

Então comecei a falar. Comecei do princípio, do único momento em que consigo pensar. Aquele sonho.

Minha voz soa firme e pensativa enquanto detalho o máximo possível do sonho. Cada parte.

Lamar: E você não falou de sonho pra ninguém, Any Gabrielly?
Eu: Falei pra Sina, ela disse que era só um sonho
Krys: Pelo amor, que tipo de psicóloga você é?
Sina: Do tipo que não saí fazendo alarde por conta de um único sonho, já que pode muito bem não passar disso. Se fosse o contrário, teríamos que sair tacando fogo em todo tecido laranja que encontrarmos cada vez que você sonhar que o mundo foi dominado por macacões laranja!
Krys: Tudo bem, tudo bem, continua Gabrielly

Logo após o sonho, parto direto para a corrida, já que não aconteceu mais nada relevante nesse meio tempo. Bom, eu aparentemente fui quase morta várias vezes, mas eu não vi essas tentativas acontecerem.

Sabina: Ainda tô com ódio de você por ter pegado a minha bandeira, sua vaca
Joalin: Podia fazer isso?
Eu: Não tinha nenhuma regra dizendo que não
Taylor: Droga, por que eu não pensei nisso?
Savannah: Porque você é lerda
Taylor: Quer dormir no sofá hoje, por um acaso?

E daí parto pra parte da floresta, com aquele garoto estranho que muda de forma. De longe eu puder ver Josh ficar pálido, tava igual papel, seu olhar focado nas próprias mãos, mas continuei falando até o final.

Falei sobre as ameaças. O jeito que eles de alguma forma descobriram que eu estava grávida. Que o garoto admitiu já ter tentado me matar diversas vezes. E que eu tive que correr de um batalhão de soldados que surgiu das sombras.

Shivani: Deixa eu ver se eu entendi... Você está dizendo que alguma parafuso sei caiu e você desceu da Nebulosa pra pegar uma bandeira. Que encontrou um moleque que muda de forma e já tentou te matar na floresta. Que ele de alguma forma sabia que você estava grávida. Que você teve que fugir de um batalhão de soldados ou sei lá. E ainda está dizendo tudo isso com tranquilidade?
Eu: Basicamente
Diarra: Mas por que estão justamente atrás de você?
Eu: Eu não sei, mas como eu disse, eu sequer sabia que estavam atrás de mim, posso não ser a única a estar sendo perseguida
Bailey: Fudeu legal pra gente
Sofya: O que a gente vai fazer? Isso não pode ficar assim
Josh: O melhor por enquanto é esperar e pesquisar, sequer sabemos com oque estamos lidando
Heyoon: Já tava demorando pra gente ficar entre a vida e a morte de novo, a gente gosta de ficar em perigo né? É impressionante isso
Hina: Acho que é o perigo que gosta da gente, isso sim

Pepe: Voltando ao assunto, acho que é melhor que mais ninguém ande sozinho por aí, pra segurança
Joalin: Nós definitivamente precisamos melhorar a segurança depois dessa
Sold: Acabei de parar pra pensar e...
Bailey: Ah, você pensa?
Sold: Cala a boca May, continuando, e se esse cara que encurralou a Any não for o único que consegue mudar de forma?
Krys: Então a gente tá bem fudido, porque não ia ter como falar nada pra ninguém
Taylor: Melhor não falarmos com ninguém então, vamos ficar na nossa, sem mídia e nem buscas chamativas, no máximo nossos pais devem saber
Heyoon: Concordo, mas e quanto ao desmaio da Any? Você fugiu e depois desmaiou do nada, se não foi acidente, oque aconteceu?
Eu: Eu ainda não tinha chegado nessa parte, certo então

Começo então a descrever minha fuga, detalhando a parte em que vejo ninguém mais ninguém menos que Miranda nas arquibandacas e que ela atirou um tranquilizante em mim.

Noah: Any, a Miranda está morta
Eu: Eu sei, não estou dizendo que ela está viva, pode ser alguma dessas pessoas que mudam de forma se passando por ela, só que eu vi ela lá
Sabina: Mas tem a possibilidade dela estar viva mesmo
Shivani: Como?
Sabina: Pensa comigo, o enterro e o velório dela foram fechado, não foram?
Josh: Porque não acharam o corpo...
Sabina: Exatamente!
Joalin: Aí que ótimo, nem pra morrer aquela praga serve, era só oque me faltava
Sofya: Joalin!
Joalin: Aí desculpa, mas pra ser sincera, nem o capeta deve ter aceitado ela, certeza que ela só tá viva por isso
Krys: Não dá pra discordar

Somos interrompidos quando batidas na porta são ouvidas e todos nós nos viramos, encarando a porta, Sina toma a iniciativa de falar um "entra" mais alto autorizando a entrada da pessoa.

Em seguida Ferdinando passa a cabeça pela fresta da porta, fresta que ele mesmo abriu.

Ferdinando: Desculpem a intromissão, mas seus pais estão todos afoitos no andar de baixo querendo conversar com vocês. Devo autorizar que subam?
Sina: Aposto 50 pratas que meu pai desmaia quando eu falar - diz se referindo a gravidez
Eu: Aposto 70 que minha mãe surta depois da pressão dela cair
Josh: Pode autorizar Ferdinando

Em segundos a feira dentro do quarto havia duplicado. E eu tive de começar a contar a história toda de novo...

𝐑𝐨𝐲𝐚𝐥𝐬 𝐚𝐧𝐝 𝐑𝐞𝐛𝐞𝐥𝐬Onde as histórias ganham vida. Descobre agora