Capítulo 04.

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Heloísa.

Eu acordo meio grogue. Minha cabeça está doendo muito e eu sinto muita ânsia de vômito. Sinto braços fortes me segurando e o perfume dele também toma conta do meu olfato. Ele me coloca no chão e tudo que consigo fazer é virar para o lado e vomitar tudo que está em meu estômago. Sinto um gosto horrível em minha boca e algumas lágrimas escapam pelos os meus olhos.

Eu sinto tanto frio, que começo a me tremer e bater os dentes. Abro minhas pálpebras e olho ao redor percebendo que não estamos mais em solo italiano. Aqui é diferente e faz muito mais frio que na Itália.

Ivan me entrega uma garrafa de água e eu bebo um pouco. Ainda me sinto um pouco zonza e meu estômago está ardendo. De qualquer forma, me sinto péssima e estou quase desmaiando só de dor de cabeça. Ele segura de forma delicada o meu braço e me guia para a porta traseira de um carro preto. Eu sento ao seu lado e sinto minha cabeça girar.

─ Fique tranquila ─ ele sussurra. ─ Se você forçar, irá sentir muita dor. Tente ficar de olhos fechados e deixe o efeito passar.

Eu acato a sua ordem e fecho as minhas pálpebras. Sinto um ardor horrível nos meus joelhos e meus pés também estão muito machucados. O movimento do carro me faz sentir mais ânsia de vômito e minha cabeça parece querer explodir. Estou toda fodida, mas mesmo assim começo a pensar que serei torturada por aqueles russos e que estamos indo em direção a uma masmorra horrível. Com certeza eles me deixarão nua nesse frio congelante e irão me estuprar de todas as formas possíveis. Depois, os ratos vão ficar mordendo o meu corpo moribundo e eu irei morrer de alguma doença.

É única coisa que consigo imaginar.

Eu quero chorar, mas não consigo. Não tem uma mísera lágrima dentro dos meus olhos e meu peito está inchado. Eu sinto tanto medo que mal consigo respirar. Uma enorme aflição cresce dentro do meu peito e meu estômago revira várias e várias vezes.

─ Chegamos ─ Ivan diz ao meu lado.

E só então abro as pálpebras lentamente e enxergo em minha frente uma mansão belíssima. O jardim é bem verdinho e há uma variedade de plantas. Tudo ali é bem cuidado e algumas pessoas trabalham no jardim. Eu fico impressionada com o acabamento da mansão e com chafariz que está bem na entrada. Tudo é muito bonito e não parece bem uma masmorra fedida e cheia de ratos.

 Tudo é muito bonito e não parece bem uma masmorra fedida e cheia de ratos

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O carro para no saguão da mansão e eu desço com um pouco de dificuldade. Meus pés estão doloridos e ainda sinto um pouco de vertigens. Serguei e Ivan me levam até a sala principal da mansão e eu fico boba olhando tudo ao redor. A decoração também é impecável. O cheiro é de lavanda e parece um lar incrivelmente acolhedor.

─ Eu vou te matar, Ivan! ─ escuto uma voz grossa e prepotente vindo de algum lugar e na mesma hora me viro e olho em direção às escadas. ─ Como ousa trazer uma italiana para a nossa casa, filho da puta?

─ Mamãezinha era puta mesmo, que Deus a tenha ─ Ivan diz e me solta.

O home que desce depressa às escadas é idêntico a Ivan. Ele usa um terno preto, é muito alto e carrega em seu rosto um semblante maldoso. Ele é muito sério, enquanto Ivan é brincalhão e calmo. Vejo o homem de terno vim ao encontro de Ivan e o envolver num abraço. Eu pensava que eles dois iriam brigar, mas pelo visto, eles dois são irmãos.

Inimigos de Sangue [DEGUSTAÇÃO]Where stories live. Discover now