ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ

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- FILHA, VEM LOGO! - grito enconstada na porta

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- FILHA, VEM LOGO! - grito enconstada na porta. Jade estava atrasada para ir á creche, e a última coisa que eu preciso hoje, é ouvir a professora reclamar do atraso... novamente.

Tá achando ruim, passa aqui em casa e busca minha filha, ué.

- Mamãe, o bichinho me picou de novo! - ela aparece na sala coçando o braço. Eu disse á Joalin para fechar a janela quando á colocasse pra dormir, mas ela me escuta? Não.

- Faz assim, olha. - me abaixo para ficar do seu tamanho, e cubro seus braços com o seu cobertorzinho da sorte. - Depois do lanchinho, você diz para professora que o mosquito te picou, e que está coçando muito, muito. E aí ela compra o remedinho, e passa. Pode ser? - ela assente.

- Igual quando eu ralei a perninha? - sorrio orgulhosa.

- Igualzinho.

Ok, eu não sou uma boa mãe, e também sou uma péssima influência para todas as crianças do mundo, mas o que eu posso fazer? Aquela professora é uma babaca, e eu não vejo problema nenhum em ir na creche e dar uma de maluca descontrolada, culpando a escola por não cuidar da minha filha direito.

Beijo a testa da pequena, e a pego no colo indo em direção ao elevador. Jade segura minha mão com força, quando o elevador começa a descer, e eu aperto sua mão de leve, como se dissesse: mamãe está aqui, nada vai te acontecer. E realmente nada vai. Eu assumi uma responsabilidade imensa, e aquela fase de esquecer que tem uma filha, graças á Deus passou.

Passo na lanchonete que tem perto de casa, compro um suco de morango e um sanduíche natural e entrego para minha filha, que não perde tempo e ataca a comida.

Jade tem um buraco negro no lugar do estômago. Ela pode comer tudo o que estiver nessa lanchonete, mas se ver qualquer outra coisa comestível ela vai dar birra até que eu compre.

A médica já disse diversas vezes que é preciso controlar a alimentação das crianças para que cresçam saudáveis, mas é meio difícil quando se tem uma filha que apronta um escândalo absurdo por comida, á ponto de vir um policial e perguntar se está tudo bem.

Óbvio que eles não acreditam em mim de primeira, e precisam sempre perguntar á monstrinha o que está acontecendo, e riem quando vêem que eu estou falando a verdade. Só não digo nada, porque posso ser presa.

Sim, eu chamo a minha filha de monstrinha, mas não é por mal! Ela adora quando á chamo assim, e particularmente, chamar minha filha de florzinha é pior do que chamar de vaca. É muito falso, não consigo.

Ao contrário do que eu imaginei, Jade não sofre nem sofreu muito com a falta da figura paterna. Krys cumpre esse papel muito bem, embora ele se considere a mãe da relação e não o pai.

Hoje acordei confiante, já tenho oitenta por cento do dinheiro para comprar a galeria e ainda irá sobrar para fazer o aniversário de três anos da Jade.

Ղօ ʍօɾҽ ժɑժժվ - ɓεαմαηψ ᵇᵒᵒᵏ ᵗʷᵒ (𝐻𝑖𝑎𝑡𝑢𝑠)Where stories live. Discover now