𝙴𝚂𝚃𝚁𝙴𝙻𝙻𝙰 [𝙼]

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Geovana 🔥
Meses depois

Acordei no postinho, olhei pra frente e vi o Carlito parado na porta do quarto que eu tava.

Carlito: a Bela adormecida acordou?- reviro os olhos.

Geovana: cadê o bebê?

Carlito: a enfermeira disse que jaja traz, tava só esperando tu acordar. - ele falou olhando pro celular.

Há algumas horas vim pro postinho, minha bolsa tinha estourado, consegui falar com a Anna duas vezes durante esse tempo aqui, a primeira faz meses e a última foi antes de ontem.

Ela ainda tinha esperanças de que eu ficasse com a cria. Mas não dá, não consigo. Acho que eu não tava pronta pra ser mãe, na real eu não to. E essa vai ser minha liberdade.

Vi a enfermeira entrar com ele nos braços, sim é um menino. Olhei pra ele e suspirei quando ela me entregou pra eu dar de mamar.

Enfermeira: parabéns, ele é lindo.- assenti sorrindo fraco e dei de mamar a ele.

Carlito: e ae filha da puta, desistiu da ideia de abandonar teu filho?- ele se aproximou quando a enfermeira saiu.

Geovana: não.- falei seca e ele negou.

Carlito: achei que quando tu visse ele ia desistir da ideia, ia sentir o amor  de mãe. Mas tô vendo que me enganei.

Geovana: é... Se enganou! Esse garoto só vai me lembrar do filho da puta do Turco, o erro da minha vida, eu odeio esse cara e esse menino é a cara dele, vou lembrar desse filho da puta toda hora.- ele negou de novo.

Carlito: esse é o teu jeito de recomeçar?- ele negou rindo - parabéns desceu 300 casas abaixo do inferno! Se liga ô, a cria não tem nada a ver com seus erros, e nem pediu pra vim ao mundo.- bufei pronta pra falar poucas e boas, mas vi o Turco entrando com uma fuzil como sempre.

Que nojo. Me privou de ser feliz com o Lucas. Tudo bem que eu errei quando me envolvi com ele, mas quando eu tive a oportunidade de voltar atrás ele não deixou, não me deixou ser feliz. Por minha culpa minha mãe morreu e eu nem pude me despedir.

Mas ele foi o maior culpado de tudo.

Turco: cadê minha cria?- estendi o menino pra ele que pegou.

Ele segurou o menino com brilho nos olhos. A fiel dele teve uma menina meses atrás, e quando ele soube que eu ia ter um menino ele surtou de felicidade e aí que não me deixou sair mesmo.

Foi quando decidi fazer a negociação.

Turco: quem é o herdeiro do papai?- ele sorriu todo besta pro menino - qual nome vamos dar a ele?- revirei os olhos.

Geovana: eu não me importo, da qualquer um aí. Já falei que só fui a mãe pra trazer ao mundo.- ele negou.

Turco: mó filha da puta. Mas relaxa aí menor, teu pai tá aqui pra te dar muito amor.

Carlito: coitado, vai sofrer na mão da cobra.- ele falou baixo mas eu escutei.

Quando a fiel do Turco soube que eu tava grávida dele surtou e quando soube que era um menino piorou. Acho que ela que vai criar, mas nem me importo. Já falei, não tenho filho.

Turco: teu nome vai ser Gustavo.- ele olhou pro menino, deu um beijo nele - amo tu ein menor, papo reto.

Pelo menos ele ama os filhos, não é diferente com a menina, trata ela bem pra caralho.

Ele me entregou o bebê e eu dei de mamar de novo.

* * * 

Já era de noite, a enfermeira tinha levado o Gustavo pro berçário de novo e eu saí do banho e voltei pra minha cama. O Carlito continuava ali me vigiando.

Só tô livre daqui uns 2 meses quando amamentar bem o menino.

Quando eu tava quase dormindo escutamos barulhos de tiro, muitos, vários seguidos. Me assustei e fiquei em desespero.

O rádio do Carlito apitou e era o Turco falando que tavam invadindo, ele teve que me deixar sozinha pra ir ajudar o Turco nessa missão.

Caralho.

Fiquei no quarto aflita, muitas pessoas estavam na verdade, os que trabalham ou moram aqui a mais tempo já estão acostumados e são mais tranquilos que os outros que não são, como eu.

Desde que tô aqui nunca ocorreu invasão ou algo do tipo, então é tudo novo pra mim.

Só espero que fique tudo bem.

Carlito 🤯

Sai do postinho a mais de mil quando o Turco falou da invasão e me convocou. Fui subindo o morro metendo bala em quem eu visse que fosse inimigo. Mas o pior de tudo é que era a polícia que tava invadindo.

Se matar polícia já sabe né, teu destino já tá selado com a morte também.

Subi pra boca principal onde o Turco tava escondido, quando entrei vi o mesmo com uma fuzil na mão nervoso pra caralho.

Carlito: porra eles tão se aproximando Turco, vamo vazar daqui e trocar tiro.- ele passou a mão na cabeça.

Turco: caralho!- ele gritou puto - bando de filho da puta!

- o Carlito tá certo chefe, eles vão achar a gente, bora vazar e trocar tiro até eles recuarem.

Turco: eu vou perder homens, não quero que nenhum dos meus morram.- ele falou puto e nervoso.

- tamo aqui sabendo o destino da gente já pô.

Carlito: cê que sabe, o que tu decidir tá decidido.- ele ficou pensando e quando eles tavam chegando mais perto saímos pelos fundos entrando nos becos.

Começamos a trocar tiro com a polícia, me abaixei com o Turco atrás de um murinho e fomos metendo bala.

Turco: me escuta Carlito.- ele falou ofegante e eu encarei ele - se eu não escapar dessa me promete que vai cuidar dos meus filhos? Tu é meu homem de confiança aqui, meu irmão.

Carlito: para com essas ideia aí Turco, a gente vai sair vivo e bem dessa.- ele me abraçou.

Turco: é, vamo.- quando olhei pra cima vi um policial mirando nele, quando ia atirar ele foi mais rápido e acertou uma bala no peito do Turco.

Carlito: puta que pariu! Fica vivo, vou te levar os postinho Turco, não morre caralho!- gritei pressionando a mão no peito dele pra tentar parar o sangramento.

Turco: eu já senti que tava chegando minha hora... Por favor cuida do Gustavo, não deixa ele nas mãos da minha mulher, o comando agora é teu, cuida do morro até o ele poder assumir.- neguei sentindo as lágrimas caindo - cuida da minha filha também, e da mãe dela não deixa nada faltar pra elas.- ele começou a cuspir sangue - cria o Guga.- neguei chorando e vi que ele apagou.

Carlito: não!- gritei e vi que os cana tinham recuado.

Filhos da puta! Só queriam matar o Turco.

Ele era como um irmão pra mim, me acolheu quando eu mais precisei. E vou cuidar dos filhos dele como ele pediu.

É uma promessa, e eu vou cumprir.

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