04- Os Reencontros

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- Filha? Acorda Thali – escutei minha mãe me chamar. - Tu não ouviu o alarme?

- O quê? – virei-me para o outro lado sem abrir os olhos – Que horas são?

- Seis e meia – respondeu com calma.

- Por que... - comecei e ela me interrompeu.

- Amor, hoje é o dia em que vais para o colégio.

Abri os olhos e senti algo no meu coração. Eu não estava preparada. Ainda não.

- Eu estou morrendo de sono – sentei-me na cama e falei meio sonolenta.

- Fuso horário trocado? - perguntou sorrindo.

- Sim – esfreguei os olhos e me levantei da cama. - Consegui dormir só quatro horas da manhã.

- Oh meu Deus – depositou um beijo em minha cabeça e entrei no banheiro.

Tomei banho e fui para o meu quarto. Olhei para a roupa deixada em cima da cama. Me aproximei e a peguei. Uma camisa branca com as siglas CRG em azul e a minha calça jeans. Fazia tanto tempo que eu não usava esse uniforme. Respirei fundo e me vesti. Coloquei um tênis, arrumei a cama e soltei meu cabelo, arrumando-o.

- Olha só ela – meu irmão falou com um sorriso no rosto, tentando me animar.

- Você está linda, Thali – Izzy veio correndo em minha direção e me abraçou.

- Obrigada – a abracei de volta sorrindo e me sentei junto a eles. Confesso que estava nervosa.

Fiz um copo de leite enquanto meus pais me encaravam e se olhavam. Tentei ignorar aquilo.

- Thalita? - meu pai me chamou da forma mais suave possível - Tudo bem?

- Sim – tentei agir naturalmente. - Está tudo bem, pai, não se preocupe.

- Filha – olhei para minha mãe. - Vai ficar tudo bem. Tu vai conseguir.

Assenti e Rod pegou em minha mão. Sorri como forma de tranquilizá-los. Tudo vais ficar bem. Eu vou ficar bem.

Terminei o meu leite e fui escovar os dentes. Voltei para a sala e peguei minha mochila que eu já tinha deixado lá.

- Quer que eu te leve lá? - Rodrigo perguntou, olhando-me preocupado.

- Não precisa, eu vou de a pé - sorri. - Também, é a dois minutos daqui.

Ele apenas me deu um beijo na testa. Meus pais vieram e me abraçaram. Eu estava amando aquele carinho, mas seu eu recebesse mais um olhar de receio daqueles eu iria chorar.

- Tudo bem gente, estou indo – falei, indo em direção a porta. - Até daqui a pouco.

- Vai com Deus – escutei meu pai falar antes de fechar a porta.

Sai pelo portão e me pus a caminho daquele lugar. Meu coração batia acelerado. Será que as mesmas pessoas estavam lá? Os mesmos professores? Se bem me lembrava, havia uma turma para cada ano e todos estavam juntos desde muito pequenos. Eu mesma estava a vários anos com a minha turma antes... antes de me mudar. Esperava que desse tudo certo, de verdade.

Mais um pouco e cheguei na escola. Travei. Tinha muitos rostos conhecidos ali na frente, imagina dentro. Ninguém tinha me visto ainda. Era só atravessar a rua e talvez tudo aquilo que eu tinha fugido começasse.

Senti alguém enganchar seu braço no meu. Olhei para o lado. Cecília.

- Não achou que fosses te deixar sozinha nessa, não é? - a loira sorriu para mim – Para onde tu for, eu vou!

Apenas Um Acaso...?Where stories live. Discover now