Uma história sobre vôlei, e estrelas, e amor.
Quando Amber se via encurralada pela pobreza que a ameaçava sufocar, um anjo de olhos puxados apareceu à sua frente, a fazendo uma proposta de mudar de vida usando seu talento.
E no meio do caminho tinha...
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07:45h anunciava o despertador de modo a me empurrar infaustamente da cama apenas para desligar aquele ruído insuportável que acabaria acordando todo o dormitório. Quem em pleno sábado acordava aquela hora? Eu. Para treinar.
Atena também já estava de pé, ante o espelho experimentando roupas bonitas para mais tarde sair com Minho:
ㅡ Bom dia, flor do dia!ㅡ me cumprimentou, animada.
Caminhava em direção à porta do quarto, quando logo bati a testa contra o portal:
ㅡ Amber? Você já pelo menos abriu os olhos hoje?
Dei de ombros e usei dois dedos de cada mão para conseguir manter os olhos abertos até chegar no banheiro. A casa era um silêncio sem aquele alvoroço de meninas correndo de toalha e com lanches na mão, e eu amava aquele alvoroço, me fazia sentir deslocada acordar sozinha para ir treinar.
Me despi e comecei a tomar meu banho frio, na esperança de espantar a preguiça e o suor adquirido sobre a pele durante uma noite de afagos naquele edredom grosso. Sequei-me e parei frente ao espelho com a toalha enrolada no corpo e as mãos sobre a bancada.
Sardas. Milhares de imperfeições que povoavam meu rosto sem aluguel ou licitação, volta e meia umas novas começavam a aparecer e chegavam a me dar nos nervos, mas três minutos depois eu já as deslembrava.
E era assim, um dia eu as amava: "Sou única por ter isso". Já no outro eu queria arrancá-las com a própria mão: "Que ridículas". E hoje eu estava mais para o segundo modo, analisando aquelas coisinhas que me enchiam o saco.
Olhei para o armário debaixo da bancada: minha base provavelmente foi colocada ali no dia da mudança, e eu nunca sequer a toquei nos últimos meses. Usava esporadicamente aquele produto, apenas quando realmente precisava me arrumar para um portento sazonal chamado "Natal" ou "Ano novo". Então naquele momento, passei a ver a base como um aliado para me livrar temporariamente da obrigação de olhar para aquelas bolinhas marrons, pelo menos até eu ter um surto e voltar a amá-las.
Cobri as bochechas e nariz de maneira uniforme e natural, nem mesmo parecia que eu já tive alguma manchinha na pele. Para não ficar aquele efeito pálido em meu rosto passei um pouco de rímel nos cílios e gloss nos lábios. Estava bonita.
Sequei os cabelos de forma superficial apenas para não ficar pingando na roupa, deixaria ele secar com a brisa leve daquela manhã. Coloquei o uniforme de treino do time e um moletom cinza por cima, apenas para não me exibir: "Eu jogo vôlei no melhor clube da Coreia"
Espiei pelo portal de nosso quarto: Carvalho permanecia pelejando com as roupas.
ㅡ Eu vou sair.ㅡ avisei.
Deu de ombros. Ajuntei minha bolsa de academia e saí sem fazer ruído, encostando a porta com muito cuidado.
Cheguei no ginásio, Wooyoung já me aguardava na porta:
