17- um obstáculo em potencial

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  No rosto o Sol chegava a incomodar as pálpebras caídas que mal podiam se abrir dada a quantidade escorchante de sono, nas costas sentia o peito de Junkyu subindo e descendo

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  No rosto o Sol chegava a incomodar as pálpebras caídas que mal podiam se abrir dada a quantidade escorchante de sono, nas costas sentia o peito de Junkyu subindo e descendo. Era estranho pensar que antes eu sonhava com isso e agora sonhos distantes se tornaram minha realidade.

  Virei-me devagar, para admirar aquele garoto afável que agora estava tomando por uma ignávia gigante: as orbes inchadas pelo pranto da noite anterior, a respiração calma dilatando levemente as narinas e a mão repousando calmamente sobre o colchão.

  De repente abriu os olhos abruptamente, me pegando no flagra.

  Deixando o susto de lado, seu olhar foi tomado por um lídimo carinho ao me olhar. Só com aquele olhar eu podia entender muita coisa sobre o amor que busquei por muito tempo: aquele menino me tocava em todo lugar e eu não sentia nada, mas Junkyu sequer me encostava e todo o meu corpo se arrepiava.

  ㅡ Desculpe se eu te chutei durante a noite, eu avisei que me mexia. 

  Aquelas palavras eram certamente melhores do que um "bom dia" absorto. Soltei uma risada:

  ㅡ Você não me chutou em momento algum, mas do jeito que se mexia, pensei que a cama fosse quebrar.

  Ele deu uma risada alta, que eu poderia ouvir para o resto do dia.

  ㅡ Vá se trocar.

  ㅡ Vamos sair?ㅡ apoiei a cabeça no punho, ficando um pouco acima de si.

  ㅡ Vamos ver meu pai e minha madrasta.

  ㅡ Eles têm cara de ser ricos.

  E esnobes. ㅡ completei na mente, contendo um suspiro.

  ㅡ Não tenho roupa aqui, preciso ir no dormitório.

   Kim se levantou, apoiou os punhos na cama e beijou minhas têmporas antes de abrir o guarda-roupa:

  ㅡ Vamos lá sim.

  E saiu porta a fora carregando uma toalha e um terno.


  Diante de mim uma porta que devia ser três vezes o meu tamanho; cobrindo o corpo um vestido preto que batia na metade das coxas e tinha alcinhas finas, por baixo dele uma camisa social branca, típica moda coreana; entre os dedos a mão de meu namorado.

  E no coração batendo de forma débil, o medo de ser chutada pela mesma porta que estava cruzando cinco segundos após começar a me arrepender de tal ideia.

  ㅡ Ah, claro que o Junkyu viria.ㅡ a mulher de meia idade e pelo menos cinco camadas de batom disse, de forma cínica. ㅡ E quem é essa garota transparente?

  Transparente. De todas as coisas já ouvidas ao longo da minha vida, esta era uma das mais comuns e também que mais machucava. 

  Ser transparente me fazia sentir que eu nunca seria notória, que eu nunca faria coisas incríveis porque era difícil me enxergar. Contudo eu era tão transparente, que dava para ver através do meu coração e a mulher chegou a perceber o quão incomodada eu estava:

Match Point- Kim JunkyuOnde histórias criam vida. Descubra agora