30- noite estrelada

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  "Eu prometo, não vai doer" esta é uma mentira frequentemente contada durante toda a vida: na infância por nossos pais, quando arrancamos o primeiro dente; na adolescência pelo médico, quando temos que fazer exames; e na vida adulta por uma pesso...

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  "Eu prometo, não vai doer" esta é uma mentira frequentemente contada durante toda a vida: na infância por nossos pais, quando arrancamos o primeiro dente; na adolescência pelo médico, quando temos que fazer exames; e na vida adulta por uma pessoa que você ama e prometeu nunca lhe machucar.

  No meu caso, eu havia escutado esta mentira dez minutos antes de no momento estar tomando dipirona para amenizar a dor. Doutor Adric me prometeu com veemência que não doía muito, a menos que minha pele fosse sensível, e esta era a única explicação plausível para tanta dor. Pelo menos agora eu estava livre dos dez pontos que durante doze dias muito me incomodaram.

  ㅡ E é terminando este curativo que anuncio: você, Amber Schmidt, está liberada!

  Aquela foi a segunda melhor frase ouvida nos últimos dias.

  ㅡ Alguma recomendação?

  ㅡ Sem atividade física, sem muito esforço e por favor coma comidas leves, não ingira álcool e sinto muito pelo constrangimento causado por dizer isso, mas sem sexo também. Siga tudo isso pelos próximos quinze dias e tal cicatriz não lhe causará problemas.

  De fato era um pouco constrangedor ouvir aquilo, não sei se porque Haruto e Junkyu também estavam ali, não sei se por natureza da resposta, não sei ao certo dizer o que foi que me fez corar ao ponto de esquentar ligeiramente as bochechas.

  Me despedi de Doutor Adric apenas com um aperto de mão, mas o afeto que faltou ali foi triplamente compensado nos abraços e afagos que propus a Chiamaka:

  ㅡ Obrigado por me aguentar reclamando, obrigado por cuidar tão bem de mim, obrigado por me contar sua história de superação, obrigado por tudo.ㅡ passei o dedo na linha d'água, limpando as lágrimas ㅡ Vou sentir falta das nossas conversas e risadas, lhe visito quando der, em breve envio o convite do casamento.

  ㅡ O QUÊ?ㅡ indagou totalmente surpresa.

  ㅡ Chiamaka, você praticamente presenciou o meu noivado, ainda veio correndo quando a chamei. Não há porquê não ir, prometo que será incrível e pago metade da passagem.

  Tomou minhas mãos entre as suas, segurando-as com mansidão:

  ㅡ Já que me pede com tanta certeza, sinto que é minha incumbência comparecer a este casamento.

  Abri um sorriso, feliz pelo convite informal ter sido aceito.

  ㅡ Obrigado! Bom, vou indo, preciso de um banho.

  Ajuntei minha bolsa, contudo Kim a tomou de minhas mãos, alegando que eu não podia fazer esforço.  Ao chegar na fachada do hospital, meu namorado deu um jeito em cima de Watanabe a minha bolsa, para que pudesse me guiar pelos ombros até o carro que havia alugado no aeroporto.

  Eu nem tinha visto minha mãe desde o momento em que fui atender à campainha naquele dia em que fui baleada, nas três vezes em que ela foi no hospital eu estava quase sempre dormindo ou tomando banho. A abracei sem muita força pois a cicatriz ainda doía um pouco:

Match Point- Kim JunkyuOnde histórias criam vida. Descubra agora