01h38

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— Sonâmbulo? — Andrei perguntou. Seus olhos escaneavam o meu rosto e seus lábios se levantavam no canto, um deboche quase invisível — O que tava fazendo a essa hora pelo corredor?

— E o que você tava fazendo aqui dentro? — rebati.

— Dentro do meu próprio quarto, você diz? Falando com um amigo... — ele respondeu com naturalidade, dando de ombros.

Ok, então ambos estamos ignorando o fato de que estamos tendo esse papo com nossos pijamas marcados pela ereção de cada um, pensei, mas continuei a conversa.

— Nossa, que tratamento diferenciado você dá pros amigos — ironizei, olhando de volta em seus olhos, ainda de pé a sua frente — Se com os amigos é assim...

Opa. Cortei minha frase pela metade, com medo do que sairia se a terminasse. Pelo levantar de uma das sobrancelhas de Andrei, ele não tinha deixado escapar. Tensionei meus lábios em uma linha, frustrado. Falei demais, falei demais, falei demais, eu me punia mentalmente.

— O que, Rafael? — Andrei se aproximou um passo, o que significava basicamente me encostar com o quão próximos já estávamos — Se com meus amigos é assim, com quem seria diferente?

Eu não sabia o que responder. Meus olhos se perderam pelo quarto em um segundo, buscando por algo que me impedisse de olhar diretamente para Andrei. Capturei imagens aleatórias que não prendiam minha atenção: a cama, um espelho, um armário pequeno, uma mala e uma mochila em um dos cantos do chão. Continuava tentando evitar nosso contato quando duas mãos tocaram meu rosto, me fazendo focar.

Nossos rostos estavam frente a frente, e a delicadeza com a qual Andrei segurava minhas bochechas me espantou. É claro, se ele fosse bruto comigo a última coisa que eu faria seria ficar parado como estava, sairia dali em dois tempos. Não, não era como se eu quisesse a brutalidade, mas... Só não esperava que o debochado do meu primo pudesse me passar algo tão próximo de um carinho.

E esperava muito menos que eu sequer chegasse nesse estado com ele.

— Se com meus amigos sou assim, imagina com alguém mais próximo — ele disse, e não era uma pergunta. Ele estava afirmando, esperando que eu confirmasse que era isso o que eu quis dizer. Eu não lhe daria esse gostinho, mas não tinha como enganá-lo. Era exatamente isso o que quase saiu da minha boca — Imagina com um primo, talvez... Né? Era isso que você ia dizer?

Devo ter deixado algo mudar em meu rosto. Olhei com um pouco de intenção demais, ou mordi meu lábio inferior sem perceber, ou quem sabe fiz os dois antes que pudesse controlar minhas reações; o que quer que tenha acontecido no segundo antes do beijo, era tudo que Andrei precisava para entender que meus lábios já estavam esperando pelos dele.

— Então deixa eu te mostrar...

Sua boca estava quente como o próprio verão. Não demorou muito para que sua língua encontrasse a minha com movimentos lentos. De olhos fechados, toda a minha atenção estava no deslizar dele em mim, me explorando sem pressa. Qual de nós dois estava emitindo sons baixos em meio ao beijo, como súplicas? Algo me dizia que era eu...

— O quietinho é manhoso, é? — disse Andrei, seu hálito aquecendo meus lábios ao falar as palavras tão próximas da minha boca. É... Os sons eram realmente meus, pelo visto. Como se previsse que eu me acanharia com o comentário, ele parou o beijo por mais uns segundos, antes de retornar sua língua para onde não deveria ter saído — Pode gemer, primo. Não tem que ter medo de gostar...

Suas mãos então desceram do meu rosto para minha cintura, me apertando de leve. Quando minha respiração arfou, Andrei desceu um pouco mais, espalmando os dois lados da minha bunda e segurando firme. Arfei mais uma vez.

— Isso, me mostra do que você gosta — ele aprovou, e continuou apertando minhas bandas em suas mãos fortes.

Acho que eu realmente não tinha palavras, ou pelo menos não fazia ideia de como organizá-las no meio daquele momento. Andrei teria que descobrir pelos meus sons desencontrados de prazer - que já eram muitos, mesmo com sua língua dentro da minha boca.

Eu já estava me acostumando com o ritmo de suas mãos apertando minha bunda quando, de repente, ele separou nossos lábios e me virou. Na mesma velocidade, imprensou minhas costas contra o seu corpo numa ágil jogada com as mãos em minha cintura. Seu volume... Seu volume estava pulsando sob o tecido do short, e exatamente entre as minhas pernas. Sentia seu peito subindo e descendo nas minhas costas, a posição me impedindo de olhar o seu rosto. Suas mãos subiram pela minha barriga, as palmas abertas me causando arrepios, e foi então que nos enxerguei no reflexo do espelho.

De onde estávamos, em pé ao lado da cama, nos refletíamos no retângulo de vidro que ficava em pé ao fim do colchão, no canto do pequeno quarto. O espelho era de corpo inteiro, e foi essa a imagem que tirou o ar dos meus pulmões, me fazendo ofegar em voz alta. Um riso grave de Andrei ecoou no meu pescoço, perto da minha orelha.

Aaah, gostou de se ver — meu primo notou, e consegui balançar a cabeça positivamente como resposta antes de jogá-la para trás e fechar os olhos quando as pontas de seus dedos encontraram meus mamilos.

Andrei brincou com eles, os torcendo e roçando. Nem forte, nem fraco, seu toque era perfeito, rapidamente entendendo o jeito como eu gostava de ser tocado na região. Quando olhei na direção do espelho mais uma vez, abri a boca num gemido silencioso, franzindo as sobrancelhas, enquanto assistia meu primo me segurando por trás, esfregando seu volume entre minhas pernas e entre as bandas da minha bunda. Nossos olhares se conectaram através do vidro. No reflexo, percebi um ponto molhado em meu pijama e não me surpreendi. Com Andrei fazendo gostoso daquele jeito, era impossível que meu pau não babasse.

Mais uma vez sem avisar (o que eu já estava começando a perceber que adorava), ele segurou em minha cintura com uma das mãos para me virar na direção do colchão. Com a outra, tocou em minhas costas e colocou uma leve pressão, indicando claramente o que queria que eu fizesse.

Obedecendo, me abaixei até que meu rosto tocasse o colchão.

Agora, eu encarava o meu reflexo rendido no espelho, pés firmes no chão e bochecha na cama, exposto para que Andrei me explorasse como bem entendesse. Eu adorei a sensação.

Desejo percorreu meu corpo como febre quando meu primo se ajoelhou atrás de mim. Devagar, ele puxou uma das pernas do meu pijama folgado para o lado, revelando o espaço entre os lados da minha bunda sem precisar tirar o short. Gemi, e sabia que soava pidão. Andrei sorriu para o espelho e mordeu seu lábio inferior quando se voltou para o tecido puxado a sua frente.

— Já sei que gostou, então...

Aproximando o rosto, depositou um beijo na minha pele antes de se aprofundar no espaço.

Fechei os olhos quando senti sua língua úmida passar pela minha entrada. Com a ponta molhada, Andrei me fazia o melhor tipo de carinho possível. Uma de suas mãos permanecia ocupada segurando a perna do short para o lado, então, com a outra, ele segurou firme em uma de minhas bandas e a afastou para que seu acesso ficasse mais fácil. Assim, eu ficava ainda mais exposto.

Sim... — eu murmurei, o encorajando a continuar e vocalizando minha permissão.

Andrei podia fazer o que quisesse comigo. O sinal era verde.

Uma Noite Secreta com Meu PrimoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant