Capítulo 2- Ajoelhe e Reze

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"-Me deixe correr mais
Por favor, me deixe correr mais
Mesmo admitindo que meus pés estão cheios de cicatrizes
Eu ainda sorrio sempre que vejo você." ~Run.

(...)Kim Taehyung(...)

As vezes eu imagino a morte do meu pai... O vejo caindo de um prédio de cinquenta andares, o impacto no chão, o sangue escorrendo, seu rosto decaído... Ou seu corpo sendo atravessado por uma bala, faca, ou qualquer objeto que faça-o sangrar até a morte. Imaginar tal tragédia, faz com que um sorriso seja estampado na minha face.

Você deve me achar louco.- Talvez eu realmente seja-. Mas não me leve a mal, não me orgulho de pensar assim. O problema é que eu não consigo evitar, eu fui criado com ódio, rejeição, abusos, agressão... Não conheço outro pensamento afetivo, não sei o real significado da palavra "amor", o que seria isso? Nada, é apenas uma desculpa dos seres humanos para justificar suas ações, "eu faço isso porque eu te amo, e quero o seu bem". Meu bem porra nenhuma, tudo que pensam é em como isso pode os beneficiar, os deixar são e salvos de todo mal que eu represento.

Se tem uma coisa que eu conheço é a dor. Desde criança eu aprendi algo que levo para minha vida inteira, e eu vos digo; "existe uma linha tênue entre a dor e o prazer". Cheguei a essa conclusão um pouco mais tarde, quando percebi que aquela agonia, não me incomodava tanto já fazia tempo, é horrível se acostumar com algo que lhe machuca e te destrói aos poucos, querendo que a morte chegue para você o mais rápido possível.

Eu fui criado em uma igreja, meu pai Tomas é o líder daquele centro de profanação e hipocrisia,-o que não é surpresa nenhuma-. Desde sempre fui obrigado a ir aos cultos, adorar a esse Deus que aparentemente nunca ouviu nenhuma das minha lamentações de quando tinha apenas cinco anos de idade, e implorava por sua misericórdia.

"-Papai do céu? Por favor... Por favor me leve com o Senhor... Eu ouvi dizer que aí não falta amor, e é um lugar de paz. Eu só quero ir embora daqui."

"-AJOELHE AGORA."-Este era a personificação do lobo em pele de cordeiro que recebe o título de pai-.

"-Bom garoto. Agora faça tudo que eu mandar, e você não irá se machucar."

Naquele momento eu soube que minhas orações não adiantavam, ou então Deus estava batendo um papinho com os anjos e não poderia prestar atenção em um mero mortal como eu. E o pior aconteceu, foi alí, somente eu e o Sr. Hipocrisia que conheci o inferno tão falado por ele. Os demônios chamados de pura maldade não chegavam nem perto do que aquele homem significava para mim.

"-TIRE SUA ROUPA."

"-ANDA LOGO PEQUENA ABERRAÇÃO, ANTES QUE SUA MÃE CHEGUE."

Ele me tocava, cada extremidade do meu corpo foi violado. Foi quando começou a tirar sua roupa, enquanto emanava um olhar amedrontador, que não descolava da criança jogada ali no chão, totalmente nu, Eu. Sem receio, sem qualquer culpa, invadiu-me.

Meu corpo foi
corrompido, uma dor que eu nunca tinha conhecido antes, um homem que queria matar alí mesmo, mas não tinha forças o suficiente sequer para me colocar de pé. Eu, apenas uma criança de cinco anos. Esse era o cenário que habitava naquela casa, momentos antes da chegada da mulher que eu chamava de mãe.

Digo a vocês, o homem é mais astuto que Satanás no jardim do Éden oferecendo a Eva o fruto proíbido afirmando que seus olhos iriam abrir-se para a verdade.

Fingir que ele era o bom samaritano era o que ele sabia fazer todos os dias. -Escapando de qualquer punição que ousasse manchar sua glória puritana-.

"Deus não é justo. Ele não me ouve, e eu não quero mais tentar chamar sua atenção. Eu prefiro ser conhecido como amante de Satanás" Foi a última coisa que eu pensei.

Tá tudo bem... Nasci para ser tratado assim como resultado aqui estou, Kim Taehyung um jovem de 19 anos, acolhido por quem é taxado como mal pela sociedade, isso mesmo, Eles estão do meu lado.

Conheci pessoas que são como eu. Descriminados, monstruosidades, aberrações, todos julgados e rejeitados como humanos.

Somos conhecidos como Os Sete Pecados Capitais e essa é a nossa história.

Muito prazer... Me chamo Luxúria.

 Me chamo Luxúria

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