Capítulo 5- Uma dose de dopamina

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O dinheiro move o mundo, meu mundo é movido pelo dinheiro. Me ajoelharei somente diante do meu deus, o Todo Poderoso Dólar.

Jung Hoseok

-Por hoje são apenas esses comprimidos sr Jung.- Dizia um médico enquanto forçava Hoseok a engolir sete cápsulas de comprimidos ao seco.

-Só? Semana passada foram dez, mas não fez efeito algum.- Diz ela.

-Infelizmente sim, ele se mostra resistente demais em mostrar algum processo... Temos que continuar os testes.-Ele responde.

-Você é um inútil mesmo em.- Hyuna mãe de Hoseok fala o levantando a força da cadeira e depois pegando um bolo de dinheiro das mãos do médico.-Esse é o pagamento desse mês?

-Sim senhora.-Diz ele.

-Certo.-Fala ela contando as notas.-mil dólares, nada mal.

-Mamãe e a minha parte? -Pergunta Hoseok em um murmúrio tímido, seus olhos brilhavam em direção ao dinheiro balançando nas mãos de sua mãe.

-Você fica com cinquenta.-Diz ela entregando a nota.

Apesar de ser pouco, Hoseok abre um sorriso de orelha a orelha mostrando-se contente com o pagamento.

Muito bem vindo a minha vida, me chamo Jung Hoseok, e essa é a minha história.

É irônico saber que somos ensinados desde pequenos que ser dependente aos bens materiais é pecado, já que nós vivemos para tê-los, para conquista-los.
Trabalhe e você terá seu próprio dinheiro para criar sua própria vida. Chega até ser piada aos meus olhos, se o amor aos bens é tão repudiado, por que ainda sim continuam a tratá-los como uma conquista?

Eu cresci dependente do dinheiro, e sou capaz de tudo por ele. Mamãe levava-me todo mês para fazer experimentos em mim. Eu odeio agulhas. Odeio sangue. Odeio comprimidos.

E porque ela fazia isso? Simples, até meus dois anos de idade ela ainda me tratava como uma criança normal. Porém ao completar três, mamãe me flagrou em cima do lustre de cristal da sala. Nem me pergunte como diabos eu subi alí, porque eu não faço a mínima idéia, tudo que eu sei é que o brilho que aquele objeto esbanjava me chamava ao seu encontro, como um sussurro doce e suave em meus ouvidos.

Então que mamãe percebeu que eu era tudo, menos uma criança como as outras, e foi quando os experimentos começaram. Ela queria saber a origem da minha obsessão por objetos valiosos e brilhantes. Mas ao perceber que aquela atitude minha poderia beneficia-la financeiramente, resolveu se aprofundar mais na pesquisa. Contratou um cientista renomado para o trabalho, queria expandir minhas habilidades.

De cara o homem achava que aquilo tudo era patético. O que uma criança de três anos poderia lhe oferecer?
Mas sua opinião mudou depois de uma semana de testes, quando eu roubei seu relógio de ouro maciço em um piscar de olhos, como um vulto que agarrou em seu braço e arrancou-lhe a força deixando o local que antes havia um relógio em carne viva pela força bruta.

"-Eu falei não foi? Essa criança é um demônio!" Dizia Hyuna ao médico, que ainda estava tentando raciocinar o que havia acontecido, afinal era apenas um bebê de três anos alí em sua frente, que agora estava brincando com seu relógio de forma risonha e inocente.

"-Realmente temos aqui em mãos um ser bastante peculiar. Tudo bem, eu aceito ele como minha cobaia."- Falou o cientista limpando o sangue que escorria de seu pulso com um papel toalha.

E eu me tornei um de seus maiores experimentos.

Mamãe recebia daquele homem que mais tarde descobri que seu nome era Kai, o maior cientista sul coreano que poderia existir naquele século. Já que ela doou seu filho a seções de torturas, furadas e todo tipo de prática não humana, nada mais justo que lucrar por isso não é?

Ela só me dava uma quantia do recebido por temer que eu fizesse algo contra sua vida. Com seis anos de idade eu quase a lancei do décimo andar do prédio de luxo que vivíamos por ela me negar seu colar brilhante de diamante.
Não foi minha intenção, estávamos na varanda do local, e só tinha uma proteção de vidro.

Eu fui deixado recluso de todo o mundo por ser um perigo para sociedade, quando não estava no laboratório de Kai, estava trancado no meu quarto no apartamento em que morávamos, e só recebia alimentação uma vez por dia, já que aquela mulher não queria que eu ficasse inválido aos seus olhos.

Os seres humanos são mesmo podres.

Foi em uma dessas sessões que eu acabei perdendo a consciência e fui parar em um lugar um tanto peculiar durante meu breve coma. Era um castelo, mas engano seu se achar que é aqueles castelos de contos de fadas, estava longe disso. Era um castelo todo feito de pedras medievais, com uma decoração aterrorizante que me chamou bastante atenção, com estatuas de gárgulas espalhadas em seu exterior, parecia até que elas estavam observando minha presença. E talvez fosse um delírio da minha mente, mas eu podia jurar que vi uma delas se mover.

Eu entrei pela porta gigante que estava em minha frente e me surpreendi ao perceber que seu interior era luxuoso demais, as paredes eram feitas de ouro com desenhos esculpidos do que parecia ser anjos e demônios lutando um contra o outro. Mas o que mais me chamou atenção foi um quadro gigantesco com a pintura de um ser que esbanjava poder. Em suas mãos tinha um cajado com o mesmo material de ouro das paredes e algumas pedras de diamante que enfeitava-lhe, sua pele era clara como a neve, seus olhos tinham um brilho avermelhado, seu cabelo era sedoso, seu sorriso era encantador. Ele era lindo.

-Bem vindo ao meu glorioso castelo pequena criatura!" Exclamou uma voz que me assustou, logo em seguida formando alguém atrás de mim como uma sombra, e ao virar-me, percebi ser o mesmo homem da pintura. Minha nossa, como ele era alto!
-Você deseja assinar um contrato comigo pequena criatura? Tenho lhe observado desde o nascimento, e percebi um toque demoníaco brilhando em você, pedindo para ser libertado.- Disse Ele.

-O que eu ganharia em troca?- Perguntei.

-Tudo que o seu coração corrompido desejar meu caro!-Sorriu mostrando suas presas salientes.

-Tudo hm? Se for assim... Eu aceito!

Foi quando eu me tornei Jung Hoseok o pecado da Avareza.

QUARTO DO PÂNICO.Where stories live. Discover now