Capítulo 9

118 18 2
                                    

Guiei a estaca até seu peito e sorri perversa.

Eu: Não sabe o prazer que vou sentir ao ver seu corpo banhado a sangue - sussurrei lambendo os lábios.

Com apenas um movimento de mão a estaca entrou em seu coração. Agora que estou no controle de seu corpo sua pele é tão macia quanto a de um humano.

Vi quando seus olhos se arregalaram e foram de encontro aos meus. Não entendi a preocupação estampada lá até sentir algo atravessar meu corpo.

Olhei para baixo e não vi nada atravessado, mas sim um buraco vazio no lugar.

Senti meus joelhos cederem e levei a mão ao peito. Como isso aconteceu?

Ergui meus olhos até Gael que permanecia de pé e reparei que meu ferimento é no mesmo lugar que o seu.

Apertei os olhos espantando o pensamento que preencheu minha mente e ergui a mão puxando a estaca.

Instantaneamente seu corpo se regenerou e fechou o ferimento igualmente ao meu.

Passei a mão no peito sentindo uma pequena cicatriz e olhei mortalmente para Gael.

Eu: Você não fez isso - rosnei me levantando - eu vou te matar Gael - gritei me atirando novamente contra seu corpo.

Gael: Não gostou de saber que estamos ligados florzinha? - ironizou agarrando meus braços e me prendendo contra a parede - deveria saber que somos mais que uma simples ligação - mordeu meu lóbulo.

Senti um arrepio correr minhas espinha e parar um uma parte bastante acesa em meu corpo, mas nunca falarei a esse cachorro que meu corpo reage a ele.

Eu: Nunca seremos nada - sussurrei enfatizando o nada.

Gael: Veremos - deceu a mão até minha coxa.

Rosnei fechando meus olhos e quando os abri usei novamente minha hipnose e o forcei a me largar.

Eu: Vou sair e quando retornar espero que essa barreira esteja aberta - me afastei caminhando até o lado de fora do prédio.

Esse homem me irrita como ninguém nunca fez, mas lá no fundo tem aquela parte que gosta disso.
E essa parte, pretendo manter o mais lonje possível da superfície.

Com meu corpo renovado usei minha parte demoníaca e localizei minha família na cidade. Suas essências são fortes então não tive dificuldade alguma.

Enquanto caminhava pensei em tudo que Gael disse sobre sermos mais que uma ligação e a única coisa que consegui ligar a isso foi o companheirismo.

Minha parte demoníaca não o reconheceu como tal, então não faz sentido. Só se ele estiver usando um feitiço.

Virei em uma rua coberta por fumaça e ouvi barulhos de sirenes começarem. Finalmente esses humanos virão ajudar.

Olhei para o ceu sentindo uma centelha de magia no ar e chutei uma pedrinha frustrada por não ter as respostas que precisava.

Tenho apenas um cachorro que acha que somos algo e um possível suspeito.

Essa cidade de merda só me trouxe dor de cabeça.

Aprecei o passo até a aura de meus pais tendo alguns imprevistos no caminho e parei em frente ao único prédio inteiro da cidade.

Olhei sua fachada e constatei que é seguro subir. Não quero despencar do último andar novamente.

Parei em frente as escadas e suspirei começando a subir.
Vinte e seis andares depois cheguei ao terraço.

Encontrei o helicóptero usado por meus pais, mas não os vi por perto.

Franzi a testa dando alguns passos para traz e bati em um corpo duro.
Me virei pronta para matar quem fosse, mas braços fortes me prenderam em um abraço de urso.

Eu: Pai - exclamei feliz retribuindo seu abraço.

Draco: Nunca mais se afastará de mim - rosnou beijando meus cabelos - tá tudo bem, quebrou alguma coisa? - se afastou olhando cada pedaço do meu corpo.

Eu: Tô bem pai - sorri feliz - cadê todo mundo? - perguntei preocupada.

Isa: Bem aqui pedacinho do mal - surgiu de um canto com os outros.

Revirei os olhos com seu apelido e corri para abraçar todo mundo.
Quando chegou a vez da minha mãe demorei um pouquinho mais para me afastar.

Só ela sabe dar aquele abraço quentinho e protetor.

Eu: Querem qual notícia primeiro, a boa ou a ruim? - perguntei apreensiva.

Safira: Ruim - respondeu abraçando meu tio Damian.

A histórias das minhas tias com seus companheiros são as melhores do mundo. Não sei como aguentaram saber que dois arcanjos dividem o corpo de seus companheiros. Mas não dá para negar o amor entre eles.

Eu: Esse tremor não foi um acidente e sim planejado por alguém - falei olhando suas reações.

Agatha: Suspeitavamos disso querida - suspirou mordendo o canto da boca.

Eu: A boa é que eu sei quem planejou tudo - cocei a garganta nervosa - e ele pode ser meu companheiro - completei susurrando.

Draco: O QUE ? - gritou furioso.








Deixem a 🌟

Descendente Onde as histórias ganham vida. Descobre agora