𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓

💍 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟕 💍

𝐓𝐈𝐏𝐎 𝐔𝐌𝐀 𝐒𝐄𝐑𝐄𝐈𝐀

❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐀𝐍𝐍𝐄

    Porque aqueles olhos me deixava tão desconcertada? Aquilo não deveria estar acontecendo! Definitivamente, não deveria. Como em apenas uma noite, ele conseguiu me enfeitiçar dessa forma? Como ele conseguia prender-me com seus lindos olhos, deixando-me incapaz de desviar? Era como se, só com o olhar, ele conseguia me despir, ver debaixo da minha máscara. Como alguém pode ter tanto poder sobre mim?

    Amor a primeira transa? Não, definitivamente não.

    Com a cabeça cheia, resolvi não ficar trancada em minha sala de escritório, ou sentia que iria explodir com meus pensamentos me consumindo. Eu precisava, urgentemente, sair daquele lugar e espairecer. Exatamente por isso que fui até Josie e a arrastei até o único lugar que consigo pensar com clareza.

    — Porque você me trouxe para cá? — Josie indagou, sentando entre as flores, na minha frente.

    Um campo de tulipas. Eu sempre ia até aquele lugar quando queria pensar. Eu não sabia muito bem o motivo, mas sempre me senti conectada com a natureza. As flores por todos os lados, o céu limpo, o vento fresco em meu rosto, me deixava relaxada. Principalmente quando não tinha ninguém ali, além de mim e Josie.

    — Porque eu preciso conversar com alguém, sabe? Eu estou precisando pensar um pouco sobre o que está acontecendo, e desabafar também — Comecei a brincar com uma flor que roçava o tecido da minha calça, mas sem ousar arrancar.

    Eu jamais arrancava as flores. E por mais que eu soubesse que muitos os tiram para dar em um gesto amoroso, eu não era muito fã desta prática. Era como se estivesse arrancando das plantas os seus filhos, e só de pensar nisso me doía bastante.

    — E o que está acontecendo? — Perguntou, preocupada.

    Sua expressão cheia de preocupação me fez suspirar irritada, por tê-la incomodado com mais uma das minhas besteiras. Mas me perguntei se essa preocupação era devido o pedido de que comprasse meu café da manhã, quando todos sabiam que eu jamais saía de casa sem ter comido junto com a minha família. Ou se foi por ter a arrastado para fora da empresa antes do horário do expediente, coisa que eu também nunca fazia.

    — Você realmente não lembra do rapaz que eu dormi esses dias? — Indaguei, juntando as mãos sobre meu colo.

    — Não. — Ela cruzou as pernas e juntou as sobrancelhas, confusa. — Não estou entendendo o motivo da pergunta, já que nunca conversamos sobre os caras que você dorme.

    — Porque, Josie, dessa vez, eu preciso conversar sobre esse rapaz. — Soltei um grunhido de irritação. — Eu sinto que ele vai me enlouquecer!

    — Você se encontrou com o carinha que dormiu esses dias? — Indagou ela, tão chocada que quase gargalhei com sua expressão.

    Todos sabiam que eu não dormia com um cara duas vezes, pois eu não queria correr o risco de me apegar, ou de que o cara se apegasse e achasse que nós iríamos ter algo no futuro, quando, claramente, eu não teria nada sério com ninguém.

    — Mas não foi porque eu quis! — Justifiquei, mas sua expressão de incredulidade não sumiu.

    — Quem é ele?

    — Vai ter que me prometer que não vai sair gritando feito uma louca por aí.

    — Você sabe que eu jamais faria isso. — Josie disse com a mesma seriedade que eu lhe contei sobre o rapaz, quase me fazendo acreditar que ela nunca fez algo do tipo, quando eu sabia que Josie já havia feito. — Ok, eu prometo que não vou dar uma de louca.