💍 𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟒𝟐 💍

358 33 54
                                    

𝐔𝐌 𝐀𝐃𝐄𝐔𝐒 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎𝐑𝐀́𝐑𝐈𝐎

❝𝐏𝐎𝐕'𝐒 𝐀𝐍𝐍𝐄

    Eu não estava nem um pouco pronta para contar sobre minha gravidez. Não me sentia preparada para tudo isso que estava acontecendo, para encarar meus amigos e ver a mesma esperança que vejo nos olhos do meu namorado. Serão mais pessoas para criar expectativas, mais gente para fazer planos com o bebê, e eu ouviria e veria toda essa felicidade sem realmente saber se esses planos um dia poderão ser realizados.

    E de fato aconteceu tudo que eu pensava que aconteceria. Quando falei para meus amigos, eles, a principio, ficaram surpresos e choraram muito. Depois, começaram a gargalhar, sorrir, a fazer uma enorme festa. Só que eu não conseguia sorrir de verdade. 

    Quem me conhece, sabe muito bem que eu estava me sentindo a pessoa mais feliz do mundo, pela existência do bebe que crescia em meu ventre. Mas para aqueles que me conhece tão profundamente como Gilbert, sabiam que apesar da alegria que eu sentia, o medo era muito maior.

    medo, medo, medo...

    — Você está linda! — sobressaltei assustada quando ouvi a voz do meu namorado.

    Me virei e lá estava ele, parado na porta do quarto, com as mãos dentro da calça preta, com aqueles olhos verdes brilhantes que tiravam todo meu folego.

    — Como você está com isso tudo? — indagou, vindo em minha direção e parou na minha frente.

    — Preciso falar com Josie — apoiei minha testa em seu peito. — Ela chamou a Jane para morar com ela, e não me disse nada.

    — Você... está com raiva? — perguntou, cautelosamente.

    — Sim, eu estou — ergui o olhar. — De mim. Estou com raiva de mim, por não estar ao lado da minha melhor amiga. Tenho certeza de que ela precisou de mim, que ela se sentiu sozinha. — neguei com a cabeça. — Eu sou uma péssima irmã, uma amiga horrível, e vou ser uma mãe pior ainda.

    lágrimas, lágrimas, lágrimas...

    Se eu não estava pensando que iria perder o meu bebê, eu pensava na ideia de ter um filho e acabar sendo uma péssima mãe para ele ou ela.

    E se formos honestos, eu estava sendo.

    Desde o início da gravidez, eu negava comer por não sentir fome, e quando comia, era sempre besteiras. Toda vez que um problema aparecia, toda vez que eu queria tentar esquecer, eu bebia todo tipo de mistura. Eu fazia todo tipo de coisa que fazia mal para o meu bebê.

    lágrimas, lágrimas, lágrimas...

    — Ei, ei, ei — Gilbert deslizou o polegar por minha bochecha. — Não diga isso! Você é uma boa irmã, uma boa amiga, e vai ser uma excelente mãe. — ele abriu um sorriso torto. — Onde está a minha mulher durona e corajosa, que luta com unhas e dentes?

    Neguei com a cabeça e funguei.

    — Não sei onde aquela mulher foi. Mas queria encontra-la, para dizer que preciso dela aqui, imediatamente, pois, sem a presença dela, tudo que me resta é o medo, o descontrole e as lágrimas.

    — Eu não sei exatamente o que se passa na sua cabeça, mas... mas eu entendo que sente medo — Gilbert segurou meu rosto com as duas mãos e o aproximou do seu, até nossos lábios estarem roçando um no outro, e então sussurrou: — Só que você não pode deixar esse medo te dominar, meu amor. Não pode!

𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄 ─ 𝐒𝐇𝐈𝐑𝐁𝐄𝐑𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora