A noite já havia caído há algum tempo; o dia foi extremamente cansativo para todos, principalmente devido às reclamações incessantes de Lianca.— Vamos precisar fazer uma fogueira. — disse eu. Não era realmente necessário, pois nossa visão bastava, exceto para Lídia. Além disso, os insetos começavam a nos incomodar mais frequentemente, talvez mais perturbados por nossa presença em seu território do que o contrário.
— Tem uns galhos secos aqui. — comentou Felipe, jogando-os no chão.
— Ótimo. Só falta o fogo agora.
— Ah, isso é fácil.
— Você trouxe um isqueiro? — Cruzei os braços, vendo um sorriso travesso se formar em seus lábios.
— Pra quê?
— Como assim, Felipe? Como acha que vamos acender esse fogo?
— Trouxemos a fábrica, minha filha.
O encarei sem entender.
— Espere aí.
Vi ele encher os pulmões de ar para logo em seguida gritar:
— Liancaaaa, cospe aqui por gentileza.
— Você não tem jeito, garoto. — tentei reprimir a risada, mas não foi possível, pois todos os outros começaram a sorrir descontraídos. Lianca, por outro lado, nos fuzilava com os olhos.
— Acho que terá consequências por tê-la chamado de dragão. — sorri de forma discreta.
— Eu não resisti.— Ele abaixa a cabeça, mas eu sabia bem que esse gesto foi apenas mais uma de suas brincadeiras.
Olhei para trás quando senti a aproximação de alguém.
— Aurora, acho que já podemos tentar fazer a magia. — disse Lídia.
Dei uma olhada para cima e vi a lua escondida por trás de uma fina camada de nuvem. Hoje ela parecia mais distante; seu brilho refletia por toda a floresta, embora fosse de uma forma menos intensa do que onde estávamos, por conta das copas imensas das árvores.
— Tem razão.
Caminhamos até pararmos na beira do abismo, que estava mais frio do que quando chegamos. Damos as mãos, e logo as luzes violeta e azul começaram a sair de nós. Na primeira vez não deu certo, nem na segunda.
— Acho que não dará certo. — Lídia parecia frustrada.
— Tenha calma, vamos colocar um pouco mais de magia.
Tentamos mais uma vez, e dessa vez a ponte se estendeu até o outro lado.
— Deu certo! — falamos juntas.
Demoraríamos alguns minutos para chegar até lá, pois a distância era bem considerável.
— Certo, pessoal, podem passar, e por favor, se equilibrem. — Disse eu, olhando todos de relance.
Um a um, todos foram passando. Lucian era o último a subir, antes que ele subisse, lançou-me um olhar cheio de ternura.
Ficamos observando-os se afastarem, e quando já estavam a uma boa distância, Lídia e eu subimos na ponte. A visão lá debaixo era assustadora; tudo estava escuro, e um vento muito frio saía de lá, mas não era hora de olhar os obstáculos.
...
Já estávamos no meio do caminho quando o barulho de um redemoinho chamou minha atenção. Embora fosse muito distante, algo me dizia que ele estava se aproximando.
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Lobos- Encontro De Almas| Livro 01| Concluído| Livro Físico Em Breve
Lupi mannariLucian, o Alfa Supremo mais temido da história dos lobos, viu sua frieza nascer quando seus pais morreram misteriosamente. Além de lidar com a desinformação sobre o assassinato de seus pais, Lucian guarda um terrível segredo conhecido por poucos. Du...