Professor Potter

Crise

Sexta-feira normalmente era um bom dia por muitos e para mim também, é quando retomamos a nossa energia pois sabemos que vai ter o final de semana para relaxar, mesmo que esses dois dias de descanso pareçam durar apenas algumas horas.

Tinha acabado de dar aula para a última turma do período da manhã, agora seria o almoço e o tempo de descanso do pessoal para retomara as atividades escolares. Hoje a comida do almoço e da janta seria diferenciada, por ser sexta, e esse é um dos outros motivos do porquê eu amava o dia, pelo menos em Hogwarts.

Depois de uma ligação com meu padrinho, choramingando de saudades, disse que era para levar comigo sempre o espelho-de-dois-lados, para podemos conversar quando pudermos, o que, para ele, é a qualquer momento. Nem preciso comentar que ri diversas vezes nessa conversa.

E, enquanto eu descia as escadarias junto com uma pequena multidão, passo a lembrar que falaria com Hermoine no meu quarto, pois, como digo, era sexta-feira, não importava muito o horário que você fosse dormir, no dia seguinte de nada importante realmente teria. A não ser que considere a partida de de quadribol das quatro da tarde.

Porém, como o próprio nome do horário fala, quatro da TARDE. Então era mais que tranquilo para acordar o horário que bem entender. Entretanto, todos acordavam cedo por conta do café-da-manhã que, por sinal, era mais que maravilhoso nesses dois dias, provavelmente Dumbledore fazia isso para animar o pessoal a acordar cedo nos fim de semana, com uma boa comida.

Quem era eu para julgar o seu método se dava tão certo? Aliás, dava maravilhosamente bem, todos acordavam por volta das oito para o café de sábado e domingo.

- Harry, Harry, Harry – Ouvia um grupo de pessoas gritarem o meu nome do alto da escadaria, mesmo eu já estando no corredor. Me viro em direção a essas vozes.

- Harry, por favor, nos informe, como conseguires alterar o humor de Snape? – Perguntou um lufano, praticamente gritando de lá de cima.

Esse questionamento fez com que todos que estavam no local presentes se amontoarem ao meu redor e realizarem, repetidamente, a mesma pergunta. Milhares de alunos me questionando ao mesmo tempo, seus tons de vozes eram altos. Me senti sufocado, eram muitos, fico meio tonto e uma dor forte chegou em minha cabeça, a fazendo latejar.

Dou uns passos para trás e coloco a mão sobre ela. Fecho os meus olhos. As pessoas continuavam com a mesma pergunta, elas iam vindo cada vez mais perto, com a altura do som cada vez maior. Umas me tocavam ou cutucavam para que eu os respondesse alguma coisa. Fiquei com falta de ar. Comecei a ficar pálido demais, mas ninguém notava, estavam eram mais importados com a resposta.

Recuo um pouco mais, mas eles avançavam. A sensação estranha não saia. Quis sumir, evaporar do local, sair do meio de tantos bruxos me fazendo ter esse tipo de sentimento. Foi crise de pânico. Não conseguia mais me mexer direito. Me ajoelho com as mãos na cabeça e, sem perceber no momento, grito por conta do dor do meu peito e de minha cabeça.

Todas as vozes pararam, as pessoas recuaram. Quis dizer finalmente, mas minha cabeça latejava e minha garganta se encontrava seca. Sinto os meus olhos ficarem cheios de lágrimas e minha pele ficar avermelhada. Minhas mãos começam a tremer descontroladamente. O ar vinha bem aos poucos, não o suficiente. Volto a parecer pálido novamente.

Uma lágrima sai, a única para este momento. Escuto Snape, uma salvação para a minha sanidade, afastando as pessoas do círculo que me rondavam. Meu coração parecia sair que iria sair da minha boca, porém sentia que desmaiaria a qualquer momento.

No primeiro toque do mestre de poções, foi como uma queimadura, doeu, queimou não apenas o local, mas todo o meu corpo. Fiquei desesperado por água. Agora implorava por tudo acabar. Afastei todos e me protegi com um escudo, o mais forte que conseguia conjurar no momento. Mesmo com a minha cabeça implorando por um descanso, a ergui olhando para todos, que tinham não apenas expressões de medo e espanto, mas também de culpa e ressentimento.