Amizade

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Eu odiava o fato da poção Wolfsbane não ser a cura para a licantropia. Odiava o fato dela apenas suavizar a irracionalidade nas noites de lua cheia. Odiava ainda mais saber que ela era um veneno.

Precisava mudar isso. Lupin tomava isso há anos, muitos de sua espécie conseguiam, com os fundos que o governo dava, adquirir ela mensalmente. Mas era veneno, acônito, extremamente mortal.

Era passar uma semana todos os meses com a irracionalidade de sua maldição ou tomar veneno e aliviar os efeitos.

Nem seria capaz de pensar como deveria estar a estrutura óssea de muitos os lobisomens que a tomam. Pensava em Moony, que sofria com a maldição desde jovem, que tomava com prazer aquela poção venenosa apenas para não se sentir completamente imponente.

Ele ficava bêbado para aliviar a dor do dia seguinte. Agradecia aos céus por padrinho sempre estar ao lado dele em todas essas ocasiões. Eles se entendiam, apoiavam um ao outro, ficavam bêbados juntos, se transformavam juntos (no caso, Sírius em um animago em formato de cão).

De uma certa forma, eles foram feitos um para o outro. Se não fossem um casal, seriam amigos, como irmãos, pelo resto de suas vidas. Mas eles amadureceram e perceberam que, o que sentiam, ia muito além de amizade. Era amor e compaixão. Essa parceria que faziam entre eles, mostrava que eles sempre podiam contra um com o outro, enfrentando os seus problemas juntos.

Sempre juntos, desde Hogwarts até os dias de hoje.

Mas eu queria mais, queria que eles realmente pudessem desfrutar uma parceria com toda a totalidade de tempo possível. Não queria que Lupin morre-se por estar tomando veneno, gostaria de ver ele viver junto com padrinho por muitos mais anos.

Severus sabia disso, a poção Wolfsbane era um veneno usado para suavizar a maldição da licantropia, mas de nada poderia fazer, o conhecimento para criar algo que curasse ou reduziria os efeitos da transformação não se existiam. O máximo que ele pode fazer, que foi também considerado um marco, foi quando Snape conseguiu melhorar os efeitos do dia seguinte (quando ele observou que a bebida alcoólica ajudaria no processo).

Por inúmeras razões, estava motivado que a minha próxima grande invenção seria descobrir a cura da licantropia, ou algo similar a isso. Eu tinha a fama de fazer o impossível, então esse novo experimento, em algum momento, deveria dar certo.

Entretanto, isso demoraria. Não tinha dúvidas que demoraria pelo menos um ano para dar algum resultado. Muitas pesquisas de plantas, ervas, ingredientes no geral para o uso. Talvez tivesse de misturar feitiços com poções para dar algum resultado? Tudo agora se resumiria a testes e pesquisas.

Mas isso era apenas uma ideia. Uma grande ideia de transformação novamente. Tinha praticamente acabado de lançar a cura da maldição cruciatos, revolucionando o mundo bruxo. Sendo vítima, agora, de entrevistas e reportagens.

Sem contar que, todos os dias, eu trabalhava em Hogwarts como professor substituto e finalizaria as minhas últimas duas maestrias em poucos meses. Eram muitas coisas para se fazer e, no momento, essa ideia de poção poderia ser deixada apenas no papel, como um próximo desafio.

- No que está pensando, querido? – Perguntou Hermione, saindo do banheiro, com o uniforme e a gravata de sua casa. – O que corre por sua mente que te faz estar sentado, com uma pena na mão e um papel em sua frente, mas de nada escreve?

- Um possível planejamento, uma nova poção que gostaria muitíssimo de criar. – Olho em sua direção, lhe lançando um curto sorriso. – São apenas algumas ideias, nada de muito importante por agora, entretanto, talvez, quando estiver passando pela fase de testes, muito futuramente, aí as coisas de tornarão interessantes.

Professor PotterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora