Expondo uma parte da verdade

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Terceiro dia do ano. Um ano novo, com novidades por vir. Hoje mesmo, nesse sábado à tarde, teria uma entrevista com os membros do ministério para falar um pouco sobre a minha vida e como ela se encaminhou para esse resultado. 

Não poderia mentir que não estava nervoso, mas o fato de eu e Severus termos começado a produzir o primeiro lote de poções de cura contra a Maldição Cruciatos, me ajudou a relaxar para esse momento atual. Mexer nos caldeirões, ingredientes e ler livros e anotações sobre a área, sempre me fez sentir melhor.

Outro motivo pelo qual escolhi realizar a maestria em poções, ela me transformava em um bruxo mais calmo toda vez que fazia algo relacionado (ainda que alguns cheiros não fossem dos mais agradáveis).

Seria apenas eu de entrevistado, porém, obviamente, Sírius e Hermione se recusaram a não participar, então eles ficariam assistindo tudo por de trás das câmeras, enquanto conversava com a repórter Rita Skeeter. Sabia que sua fama não era das melhores, mas eram essa que tinham me dado.

- Vai dar tudo certo, Harry. – A garota falou. Ela estava sentada na minha cama me olhando. Estava na frente do espelho me olhando, nervoso. – Você já deve saber o quão bonito fica de terno preto e essa gravata cinza.

- Assim querida, a meu ego vai se elevar mais do que deveria. – Viro em sua direção e fico segundos a admirando sentada em nossa cama, ajeitando o seu cabelo com uma escova. – Adoro você de vestido, principalmente com esse azul rodado com essa sapatilha dourada.

- Digo o mesmo, Senhor Potter. – Ela sorri e volta a se encarar no espelho, arrumando os seus fios castanhos.

Esses pequenos gestos de provocações que dávamos um ao outro de forma descontraída era uma característica nossa, particularmente eu amava. Acho que por ambos sempre termos sido muito sérios em grande parte de nossa vida com os outros, o fato de nos sentirmos confortáveis em dialogar dessa maneira é libertador para nós dois.

Tinha conversado com o padrinho, Snape e Celine para confirmar quanto será vendido cada unidade da poção. Demorou um pouco para termos um valor em que todos concordassem de doze galeões por cada vidro e, se cada lote vendido contém doze unidades, o hospital pagaria cento e quarenta e quatro galeões por cada dúzia.

Isso me geraria uma pequena fortuna, pois existiam milhões de pessoas apenas na Inglaterra que são afetados pela maldição cruciatos e, o outro fator que ainda existirem magos que a utilizam com uma certa assustadora frequência.

Entretanto, não pensava em riqueza financeira, já tinha a herança de meus pais e os prêmios ganhados pelo ministério. Era dinheiro o suficiente para eu nunca precisar mais nem se quer trabalhar, por isso insisti que os lucros das dez primeiras compras serão doados para instituições.

- Será que não estou cobrando muito? – Suspiro indo em sua direção, sentando ao seu lado na cama. – Muitas famílias vão querer dar ela para seus amigos ou familiares, o preço que estou a cobrar não será caro demais?

Ela me encara de maneira carinhosa. É ainda estranho pensar que existe alguém que te entende dessa maneira tão íntima, conseguindo identificar as suas angústias e inseguranças. Hermione larga a escova de cabelo e, com sua delicada mão, acaricia meu cabelo bagunçado.

- Querido, o valor já foi resolvido, o hospital terá condições de pagar para aqueles que necessitam e, aqueles que quiserem comprar separadamente, não será um preço muito extensivo. – Ela continua a massagear os meus fios pretos rebeldes. – Não fique com medo de que alguém não vá receber, pois, com a medida que o tempo vai se passando, todos conseguirão ter acesso a uma dose.

- Eu sei, mas as vezes penso que poderia ter feito mais por eles. Criar essa poção e doar o lucro dos dez primeiros lotes não parece ser o suficiente. – Olho cabisbaixo para ela, que retira a sua mão de minha cabeça e coloca em minha bochecha.

Professor PotterWhere stories live. Discover now