Perfeita Secretária

Capítulo 51

Henrique recebeu alta alguns dias depois, o médico tinha passado todas as recomendações para a família. Fora Alfonso quem se prontificou a deixá-lo em casa e apesar do clima menos tenso entre Tisha e ele, ainda não ficavam totalmente a vontade um na presença do outro. Henrique agradeceu a Alfonso e lhe sorriu. Anahí tinha um sorriso radiante, que faziam seus olhos brilharem e isso era o que bastava para o dois.

Aos poucos a vida de Anahí voltava ao ritmo normal, agora com o pai em casa. Angelique tinha conseguido a vaga de caixa no supermercado que o pai tinha falado. Tisha voltou a pegar as encomendas e aos poucos tudo parecia se ajeitar.

Ela entrou na sala de Alfonso sorridente, ele estava concentrado terminando de rever alguns detalhes de um projeto importante que nem percebeu quando ela entrou na sala. Só sentiu as mãos macias em seus ombros fazendo uma massagem gostosa na qual ele percebeu que estava precisando. Ela beijou lhe o pescoço o fazendo sorrir e apreciar a sensação.

Anahí: Ainda preocupado com esse projeto? Perguntou ao olhar o projeto em cima da mesa. 

Alfonso: Revisando, na verdade. O cliente  é bem chato. Ela fez uma careta.

Anahí: Eu que o diga. Ela se lembrou do dia que ele fora até lá e tinha sido bem mal educado com ela. Fazendo Alfonso quase desistir de pegar o projeto, mas ela não deixou que ele perdesse um cliente tão importante, não queria que o pessoal e o profissional se misturasse. Embora Alfonso foi categórico que quem não respeitasse a mulher dele não teria o trabalho dele nem sua consideração. E todos sabiam que a empresa de Alfonso e Ucker era a melhor no ramo da engenharia civil. O cliente se retirou com Anahí, mas era óbvio seu desagrado em desculpar com uma simples secretaria, na visão dele.

Alfonso: Sabe que se pudesse iria embora com você agora e deixaria tudo aqui para trás. Ela sorriu, se acomodou no colo de Alfonso e fez um carinho no rosto dele.

Anahí: Eu sei, amor. Mas sei também que não pode. Eu queria poder ficar aqui até você terminar, mas tenho um seminário importante hoje.

Alfonso: Vai dar tudo certo, você vai se sair muito bem. Eu vi seu seminário e está muito bom. Não sou um arquiteto renomado, como o Derrick, para lhe dar um conselho ou sugestão, mas sei que minha linda é muito inteligente e vai se sair muito bem. Ela sorriu boba.

Anahí: Obrigada por confiar no meu potencial. Mas antes de ir eu queria te falar uma coisinha.

Alfonso: Diga.

Anahí: Meu pai já está bem melhor, se recuperando em casa, e as coisas parecem estar voltando ao normal. Meu pai pediu para que eu te convidasse para almoçar lá no domingo. O que acha?

Alfonso: Tem certeza que é uma boa ideia? Sua mãe...ela o interrompeu.

Anahí: Meu pai quer muito que você vá, e eu também. Esquece a minha mãe, por enquanto.

Alfonso: Tudo bem. Eu aceito, mas por você e pelo seu pai. Disse a fazendo sorrir mais uma vez.

Anahí: E aliás, eu acho que já está na hora da gente titular isso que temos. Disse com ar de cinismo. E ele a encarou sério. - Você já conhece meus pais, minha irmã, até o pai do bebê dela você sabe quem é. E eles já sabem da gente. Acho pelo tempo que estamos juntos já podemos dizer que não é só uma ficada. Disse agora séria.

Alfonso: É sério? Tem certeza que quer assumir? Que está pronta? Perguntou sem acreditar, não estava esperando por aquela atitude dela.

Anahí: Sim, eu quero. Eu quero que eles saibam que estamos juntos para valer, quero que todas essas mulheres que ficam te encarando como um pedaço de bolo gostoso que você é meu, todinho meu.

Alfonso: Possessiva, mas eu amo. Eles riram.

Anahí: Falando muito sério agora. Eu te amo, eu estou completamente apaixonada por você, eu quero que todos saibam que estamos juntos e felizes. Já nos comportamos como um casal, não há porquê não rotular. Ele sorriu.

Alfonso: Eu concordo. Isso quer dizer que vai me apresentar a sua família como seu namorado? Ela assentiu. - Mas nem fiz um pedido, você merece tudo, um pedido romântico, com flores, chocolates, aliança.

Anahí: Não preciso. Tudo o que preciso e mereço está bem aqui na minha frente. É só isso que quero. Você.

Alfonso: Adoro quando fica toda romântica. Ela deu um tapinha no braço dele. - Dorme no meu apartamento hoje? Pediu fazendo uma carinha fofa que ela não conseguia dizer não.

Anahí: Durmo, vou avisar meu pai e a Angel. Você vai me buscar na faculdade? Ele assentiu. - Então está combinado. A Maite vai me dar uma carona até a faculdade, não precisa se preocupar. Ela deu um selinho nele e quando já estava prestes a abrir a porta e sair da sala ele a chamou. 

Alfonso: Amor, vai dar tudo certo. Vai lá e arrasa. A nota máxima já é sua. Disse passando confiança. Ela sorriu.

Anahí: Eu te amo.

Alfonso: Também te amo.

Ela avisou ao pai que Alfonso tinha aceitado e que dormiria na casa dele. Tisha quem não gostou da notícia, mas não poderia reclamar, tinha prometido ao marido e se falasse qualquer coisa Henrique iria vir com aquela história de divórcio e ela não queria perder o marido. Então engoliu e fingiu estar tudo bem.

Angelique: Mãe, ela sabe se cuidar, muito mais do que eu. E está com o namorado dela. Disse quando as duas ficaram na cozinha lavando as louças do jantar.

Tisha: Não falei nada.

Angelique: Nem precisou, pela sua cara não dava para disfarçar.

Tisha: Acha que seu pai percebeu? Perguntou agora preocupada.

Angelique: Não sei, mas acho que não. Ele parecia estar mais interessado em falar com o neto dele. Disse sorrindo passando a mão pela barriga.

Tisha: Quando é sua ultra?

Angelique: Na próxima semana. Sorriu feliz, queria muito ouvir o coração do filho bater e saber se estava tudo bem com ele. Ela nunca pensou que estaria se sentindo tão feliz com a gravidez.

Tisha: Vai avisar ao pai? Perguntou e viu Angelique fechar a cara.

Angelique: Não, ele pediu que eu abortasse. Ele não vai saber que esse bebê existe. Ele que seja muito feliz com a esposa dele.

Tisha: Você quem sabe, essa escolha cabe a você. Perguntei, porque acho que ele tem direito de saber que decidiu não tirar.

Angelique: Ele perdeu qualquer direito ao me mandar abortar. Não quero falar mais disso. Me faz lembrar em como fui idiota. Em como eu era idiota. Tisha assentiu e não tocou mais no assunto.

Mais tarde quando Alfonso estacionou o carro em frente a faculdade de Anahí, a viu se despedir dos amigos e vir em sua direção sorrindo.

Alfonso: Como foi? Perguntou, mas já sabia que pelo sorriso dela, tinha ido bem.

Anahí: A professora ainda não deu as notas, ficou de dar na próxima semana, mas acredito que fui muito bem. 

Alfonso: Eu tenho certeza que sim.

O caminho até o apartamento dele, foi entre conversas e num clima agradável. Quando chegaram, ela foi em direção ao banheiro, queria tomar um banho quente e ele foi preparar um sanduíche para que ela comesse, não gosto a quando ela ia dormir sem comer nada.

Anahí chegou até ele na cozinha usando uma camisola de algodão de alças finas, mas sexy, mas confortável, peça de roupa que já estava no apartamento dele, assim como outras. Já que ela possuía algumas gavetas no closet dele, assim como espaço na pia do banheiro. Até o travesseiro da cama já tinha o cheiro dela. Quando ela acabou de escovar os dentes e se juntou a ele na cama, ficaram conversando até o primeiro pegar no sono.

Parecia que tudo estava em paz, mas eu pergunto, até quando a paz durará?