Capítulo 78

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Um ano depois



Anahí sentiu um peso sobre seu corpo e um beijo em sua bochecha, com muito sono se esforçava para abrir os olhos, ainda era difícil de se acostumar com as temperaturas muito baixas em Vancouver, tudo o que queria era continuar deitada e esquecer que o mundo existia. Mas parecia que não conseguiria.

- Ei, linda! Vamos levantar? Disse tocando em seus cabelos.

Anahí: Me deixa dormir, David!

David: Annie, já dormiu praticamente amanhã toda, daqui a pouco Dra. Louise está te esperando. Sabe que não pode deixar de ir. Anahi suspirou, se sentou na cama. - Não me olhe assim. A encarou nos olhos seriamente.

Anahí: Eu só queria dormir mais um pouco.

David:  Tem certeza que é só isso? Ou por que está fugindo da terapia? Perguntou direto. Anahi respirou fundo.

Anahi: Eu não fui nas duas últimas sessões, sei que não deveria, mas chegamos em um momento muito delicado pra mim. Ele a encarou sério.

David: Sobre o Alfonso. Anahi assentiu.

Anahí: Você sabe como me sinto, como eu me culpo e dói muito relembrar todas as escolhas que eu fiz.

David: Mas é justamente por isso que precisa ir, para conseguir lidar com tudo isso. Sabe que já prorrogou demais e uma hora terá que voltar.

Anahi: Eu sei.

David: Annie, eu só quero o seu bem, me preocupo com você. Promete para mim que vai se cuidar?

Anahi: Sim, pode ir tranquilo, e obrigada por ontem. Sorriu de leve.

David: Sempre que precisar pode me ligar, fiquei preocupado.

Anahi: Não vou encher a cara de novo. Fica tranquilo.

David: Olha, eu não quero que use o álcool como forma de fugir de tudo, da dor, do arrependimento, eu quero que você fale, converse. Só assim vai superar, mas independente de tudo eu sempre vou te apoiar.

Anahi: Eu sei, obrigada por vir aqui e me ouvir. Ter cuidado de mim. David assentiu.

David: Não precisa agradecer, amigos são para isso.  Você sabe que esse final de semana vou precisar viajar com o Cris, conhecer a família dele, mas se precisar de mim pode me ligar.

Anahi: Pode ir tranquilo eu vou ficar bem. Tenho certeza que seus sogros vão te amar. Não tem como não gostar de você. Ele sorriu. - E mais uma vez, obrigada.

David: Fique bem. Disse dando um beijo na testa dela. - Já deixei o café pronto, se alimente direito. Disse sério.

Anahi: Eu vou. Garantiu deixando o amigo mais tranquilo. - Se cuidem e aproveitem. David sorriu assentindo. Quando viu o amigo sair do quarto e consequentemente a porta da sala ser fechado. Ela se jogou na cama e suspirou. Fechou os olhos se lembrando da noite anterior.

Flashback

Se jogou no sofá sentindo sua visão turva, o cheiro de álcool em seu corpo, mas ainda parecia consciente demais, a dor ainda estava ali. Por isso caminhou ainda cambaleando até a cozinha pegando uma garrafa de tequila e voltou para sala, o que era para ser apenas duas doses, se tornaram três, quarto, cinco, seis. Até a garrafa está no final, foi só então que inerte demais veio o choro, o desespero, a sensação sufocante, as lembranças.

Ah, lembranças!

Do riso

Da voz

Perfeita  Secretária Where stories live. Discover now