𝗖𝗮𝗽í𝘁𝘂𝗹𝗼 𝟬𝟰

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Coringa

O calor subia em todo em meu corpo, eu ainda conseguia sentir a porra das minhas mão sendo queimadas pelo fogo. Os gritos dos garotos lá dentro não saíam da minha mente por um segundo e não tinha um minuto em que eu não me culpasse por aquela merda toda.

Eu poderia ter feito qualquer caralho pra ajudar mas preferi ficar olhando.

E quando não era essa merda martelando na minha mente era aquela demônia tentando tirar o resto de paz que existia em mim.

Me diz como é possível tu sonhar tantas vezes com uma mina que tu nunca viu na vida? Eu ficava tentando entender essa porra e não via nenhuma explicação pra um bagulho desse, eu nunca tinha visto aquela garota à não ser nos sonhos.

Hoje eu acordei estressadão, tá ligado?Várias fita em minha cabeça e era só uma boa foda pra aliviar minha tensão.

- Ainda sonhando com a mina lá? - Senê ofereceu o cigarro e eu neguei.

Nós caiu junto dentro dessa merda. Nós foi meter uma fita dentro do banco mas quando nós viu a quantidade de dinheiro que ia ficar pra trás nós abriu maior olho e foi isso aí que fudeu com o plano todo. Eu sempre fui ambicioso e com o Senê do meu lado, fudeu.

Tinha tudo pra dar certo menor, como é que do nada os cu azul descobriu o horário que nós ainda ia tá lá dentro?

- Que nada, tô só nós pensamento aqui...

- E tu agora pensa em alguma coisa? têm algum neurônio aí dentro pô?

- Se fuder pra lá, tá querendo tirar onda com a cara de vagabundo? - neguei com a cabeça e ele riu.

- Quer enganar bobo? tô ligado que na tua  mente só existe essa mina aí que você nunca nem viu, papo de maluco isso aí.

- É melhor tu fechar essa boca antes que tu amanheça com ela cheia de formiga - ele sorriu sem graça.

Levantei na atividade e pra falar a verdade quase nem dormi. Ontem rolou maior furdunço aqui, facção contra facção e é claro que eu me meti.

Tô com o braço fudido pra caralho mas essa vida é assim mermo.

Assim que eu percebi que o vigia não tava mais na frente da cela eu liguei pro Dadinho, o meu irmão de confiança.

- Fala comigo, paizão. - escutei de longe a risada dele.

- Como é que anda os bagulho ai, tudo tranquilo?

- Tudo nos conforme, passa a visão aí tu.

- Quero que tu arrume uma parada pra mim, quero que tu dê um jeito de colocar dois fuzis e dois quilos de pó com muita munição, tendeu?

- ficando maluco, como é que eu vou colocar uma porra dessa aí dentro? Usou cola tu?

- O bagulho é sério, quero vazar daqui. Meter o pé o mais rápido possível pra nós agilizar aquela porra .

- Vou dar um jeito de botar alguém pra levar essa merda aí, mas você ligado que essa porra vai ser complicada.

- Bota alguma cocota pra trazer essa porra, faz a linha com o vigia da treze. Paga quanto for, quero essa porra aqui dentro logo.

- Jae, vou arrumar isso pra tu.
Fé aí ô pau no cu, liberdade vai cantar.

- Em breve irmão, fé!

[...]

Quando os guardas brotaram aqui geral levou esporro dos ratos. Tomei tanto pau que precisei levar ponto na cara, fiquei como? cheio de odião! Namoral, só me fodo nessa porra.

- Tu tá fudido, pau no cu - Pernalonga riu.

- Qual foi, veio aqui pra agilizar as parada ou pra ficar rindo que nem puta? - ele logo fechou a cara.

- Então, solta a voz - se encostou no muro -.

- Um mano aí vai mandar umas parada pra nós, mas fica ligado nisso aí, tu tem que agilizar com os caras do outro lado.

- Já tá tudo nos conforme como tu pediu, é só tu dar a ordem. - Eu assentir com a cabeça e o maluco meteu o pé.

- Tô nervoso com essa porra aí - Senê passou as mãos no rosto.

- Nós vai sair dessa porra, tendeu? Vamos meter um dia de terror pra esses vagabundo da outra área do presídio e ainda meter bala nesses ratos - ele abriu um sorriso de canto - Liberdade vai cantar!

Tava até afim de fumar um beck pra ficar mais suave mas nunca vi maconha tão ruim como essa que os caras vendem aqui dentro, bagulho parece até pedra. Meu negócio mesmo o negócio puro, não é atoa que o Alemão é a favela que mais rende grana nessa porra.

𝗡𝗼𝘀𝘀𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗼 - PAUSADAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora