108 Natasha

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Tampa - terça-feira, 29 de junho de 2010 às 19h19min

Ouvir Steve e como ele lidou com a bruxa foi ao mesmo tempo gratificante e sexy, mas também quebrou o meu coração. Quando ela mencionou tudo o que eu temia - a ligação através dela com seus pais e sua história com eles em Chicago - eu tive que desviar o olhar ou eu ia desmoronar. Mesmo que nós tivéssemos falado sobre isso, ou quando ele disse a ela que sua casa era comigo, ainda fez meu coração acelerar, e ele arrancou o meu olhar da janela para o seu doce e ao mesmo tempo feroz rosto. E então quando ele agradeceu a ela por basicamente ter nos juntado? Eu mal segurei o meu riso. Mas então a realidade de tudo foi definida de uma vez - todos os meus medos e preocupações - e eu – tudo ficou sério mais uma vez.

Até o momento que ele desligou o telefone e jogou na mesa de cabeceira, eu podia sentir a pressão atrás dos meus olhos mais uma vez.

Ele inclinou-se, uma mão na parede atrás da minha cabeça e a outra segurando as Tags que eu tinha colocado antes de subir na cama e tocou a minha testa. "Quer me dizer o que foi tudo isso, amor?" Ele perguntou, sua voz quase um sussurro. "Quer me dizer como você perdeu a fé em nós com apenas uma palavra dela? Eu pensei que tivesse deixado perfeitamente claro o que eu sinto por você."

Diante de seu tom quase magoado, eu não consegui segurar minhas lágrimas de mais. Senti meus olhos lacrimejarem, mas eu não me incomodei com enxugá-las. Eu mantive meus olhos baixos, incapaz de olhar para ele - por medo do que eu iria ver e porque eu estava com vergonha por ter deixado ela – a bruxa - chegar a mim. "Sinto muito, Steve... Não foi apenas uma palavra. Foi tudo o que ela disse."

Ele suspirou, puxando-me em seus braços enquanto deslizava na cama ao meu lado. Senti seus beijos na minha testa e, em seguida, ouvi sua voz, quase suplicante, quando ele perguntou: "Diga-me, querida. O que você estava pensando?"

Eu finalmente olhei para ele, meus olhos percorrendo todo ele. Ele parecia triste, preocupado... mas o amor que irradiava dele quase me tirou o fôlego e fez minhas lágrimas começarem a cair de novo.

Ele suspirou, puxando-me mais apertado contra ele. "Oh, baby, por favor", ele gemeu baixinho. "Fale comigo, natasha. Por favor. Você está me matando aqui, querida. Você não sabe o quanto eu te amo?"

Balançando a cabeça ferozmente, eu ergui a mão e esfreguei os meus olhos, desejando que as lágrimas parassem, mesmo que elas não estivessem me ouvindo. "Eu sei que sim, Steve. Deus, você me mostra isso a cada minuto de cada dia."

"Então o que há de errado?" Ele estendeu a mão para enxugar um pouco da umidade do meu rosto. "O que está causando isso?"

"Nós só nos conhecemos há quatro meses... e nós só vimos um ao outro, pela primeira vez, falamos pelo Skype, dois meses atrás. Eu sei que você me ama, Steve. Eu sei. Mas como o amor que você sente por mim poderia competir com dezoito anos de amor, de memórias dos seus pais?" Eu respirei tremendo, balançando a cabeça de novo quando ele começou a falar. Eu precisava colocar isso tudo para fora agora, ou eu não iria conseguir em outro momento. "P-Peggy estava certa. Ela e os pais dela são os únicos laços com a sua história, às suas memórias de infância, dos seus próprios pais. Você precisa desses laços. Suas memórias e os seus pais são importantes, e se você desistir dela, estará deixando para trás esses laços, também."

Quando eu fiquei em silêncio por alguns momentos, Steve colocou um dedo embaixo do meu queixo para inclinar minha cabeça para que eu fosse forçada a olhar em seus belos olhos tristes.

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