Capítulo 2

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Me levantei assustada olhando ao redor e senti grossas lágrimas deslizarem por meu rosto.

Mais uma noite onde o rosto pálido e sem expressão dos meus pais me atormenta.

Suspirei caminhando até o banheiro e me olhei no espelho vendo ainda mais olheiras embaixo dos meus olhos.

Já não sei como esconde-las.

Retiro meu pijama, ligando o chuveiro e aprecio a sensação da água quente escorrendo em meu corpo.

Alguns minutos mais tarde saio enrolada na toalha e coloco um conjunto de calça e blusa floridos.

Vou andar um pouco para espairecer e conhecer a cidade, estou louca para ver locais novos.

Peguei minha bolsa olhando receosa para a chupeta lá dentro e decidi não levá-la. Poucos minutos na rua não vão fazer diferença sem ela.

Sorri para o porteiro fumando um cigarro e comecei a andar pelas ruas movimentadas.

O barulho nítido de buzinas confundiam um pouco minha cabeça, então peguei meus fones e coloquei em uma música calma.

Senti meu estômago roncar, me lembrando que não comi nada e procurei uma cafeteria.
Alguns minutos depois, vi uma placa sinalizando uma e sorri.

Entrei escutando um sininho tocar e inspirei sentindo a variedade de cheiros diferentes.

Todos gostosos!

Caminhei a uma mesa livre e me sentei observando o aconchego presente no ambiente.

Pessoas sorriam umas para as outras e conversavam animadamente, enquanto tomavam seus cafés preferidos ao som de uma leve melodia, proporcionando um clima leve e caloroso.

Em alguns segundos percebi uma mulher caminhar em minha direção com um cardápio em mãos. Lhe dei um pequeno sorriso e cruzei minhas mãos em cima da mesa.

XXX: Aqui meu doce, escolha o que quiser - me estendeu o papel com um olhar carinhoso.

Senti minhas bochechas esquentaram com seu geito doce e olhei rapidamente para as letras douradas enfeitando o papel.

Eu: Um copo de suco de laranja e um ovo mexido por favor - sorri lhe entregando o cardápio.

XXX: Claro meu doce, em poucos minutos trago seu pedido - piscou aumentando o sorriso.

Comecei a mexer meus dedos em um tic passageiro e vi dois pares de olhos me observando atentamente.

Me mexi desconfortável sentindo novamente meu rosto aquecer de vergonha e balancei a cabeça me lembrando de ter visto esses olhos antes.

É claro....foram eles que machucaram meu bumbum no aeroporto e ainda me olharam feio!

Fiz um bico irritada por estarem aqui e me repreendi mentalmente por não ter falado nada quando pude. Eles me machucaram e nem pediram desculpas.

Me arrepiei com sua persistência em me olhar e pisquei quando a senhora que me atendeu apareceu na minha frente, tampando seus olhares.

Eu: Obrigada - sorri ao vê-la colocar um prato generoso de ovo na mesa.

XXX: Disponha docinho, se quiser algo a mais meu nome é Tereza - se afastou passando a mão no avental levemente desgastado pelo tempo.

Saboreei um gole de suco antes de começar a comer e senti o gostinho especial que ele me trazia. Gostinho de amor.

Mamãe costumava fazer quando acordava e via meu pai com olheiras causadas por um turno longo no hospital onde trabalhava.

A cada dia ela tinha uma frase na ponta da língua esperando apenas o momento certo para falar. Essas frases mudaram minha vida de uma maneira exorbitante.

Suspirei erguendo os olhos para evitar as lágrimas e comi os ovos vagarosamente aproveitando cada segundo. Ele pode ser único.

Ergui os olhos procurando por Tereza e não a encontrei mais. Um tantinho chateada me levantei pegando o dinheiro e deixei junto a um bilhetinho que escrevi agradecendo.

Essa senhora melhorou meu dia!

Caminhei para fora da cafeteria, segurando minha bolsa e percebi duas presenças atrás de mim.

Me virei não sendo surpreendida ao ver os dois homens do aeroporto e sorri confusa.

Eu: Posso ajudar com alguma coisa? - perguntei tímida.

XX: Não gritando - falou sorrindo malicioso.

Eu: Como? - perguntei assustada.

XXX: Não se assuste com meu irmão, só queremos sua companhia - disse o outro me olhando fixamente.

Eu: Tenho que ir para casa - falei rapidamente - foi ótimo conhecer vocês - sorri nervosamente estalando os dedos. Esses homens me dão medo.

XXX: Não queríamos que fosse desse geito gracinha, mas você não nos deu outra opção - balançou a cabeça sorrindo de lado.

Eu: De que gei....- me interrompi ao sentir uma picadinha no pescoço.

Em poucos segundos o mundo ficou desfocado e senti braços fortes me segurarem antes de tudo escurecer.





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Doce SeduçãoWhere stories live. Discover now