"Romancista de merda"

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"Acho que seria muito melhor caso o mundo não girasse em torno dos mais afortunados, e sim girasse em torno de você e sua inigualável inteligência. Me diga, oh doce garotos de olhos escuros como a noite, como você consegue ser tão fechado, mas tão aberto ao mesmo tempo? Como você consegue brilhar tanto, mas ao mesmo tempo ser a escuridão? Como você consegue ser tudo, mas ao mesmo tempo não ter nada?"

"Me pergunto se as pessoas são cegas ou apenas se negam a ver o que está em frente a elas. Me pergunto o motivo pelo qual fui tolo por tanto tempo ao ponto de não notar a beleza por trás de todos os seus atos. Me pergunto o motivo pelo qual estava tão cego em ódio e dúvida, para não notar que você era o motivo de meus sorrisos."

"Eu tinha oito anos quando perguntei para meus pais o que significava a palavra amor, o que eles disseram não parecia algo grande, não parecia algo que eu verdadeiramente poderia sentir um dia. Mas olhando para o caminho que seus passos fizeram até agora, eu acho que eu estava enganado, perfeitamente enganado, como um grande tolo."

Severus se perguntava se era normal estar lendo aquele caderninho em plena madrugada, com sua atenção perfeitamente voltada para as belas páginas escritas com uma caligrafia perfeita.

"Maldito o dia que eu decidi colocar meus sentimentos no papel. Você deve saber que as páginas entendem mais do que pessoas, você também deve saber que falar é muito mais difícil do que escrever, infelizmente eu não sei se estão certo quando dizem tais coisas. Eu nunca serei capaz de me encontrar apto para dizer ao papel tudo que eu sinto por você. Me sinto tolo por ter pensado que isso fosse possível, mas por agora eu continuo tentando, mesmo sabendo que você nunca conseguirá sentir o sentimento como mútuo."

Severus respira fundo e larga o caderninho por alguns longos minutos. Era tarde, deveria dormir para conseguir participar de todas as aulas no dia seguinte, mas sua mente estava inquieta, não sabia muito o que esperar nas próximas páginas e por isso estava curioso.

Ele volta a pegar o caderninho e abre na página que havia parado, analisando a caligrafia perfeita por alguns segundos.

"Você é como as estrelas, uma vez visto, é impossível não olhar milhares de vezes a mais."

Severus revira os olhos e solta um risinho baixo sem perceber. Lupin era um romancista de merda.


--EU NÃO ACREDITO QUE NÓS ESQUECEMOS DO MAPA!-- James grita no exato momento que Sirius estava quase pegando no sono, acordando Remus e fazendo Sirius dar um salto no colchão.

--CARAMBA PONTAS, GRITOU POR QUE SEU IDIOTA?!

O garoto se levanta do chão onde estava ajoelhado, erguendo um pedaço de pergaminho surrado e ligando a luz com a varinha. O Mapa do Maroto estava em suas mãos, fechado e sendo apertado com força.

--O que tem com o mapa?--Sirius pergunta irritado e se levanta, pegando o mapa das mãos de Pontas de uma forma que ele quase rasgue, mas no último momento James solta, impedindo que isso acontecesse.

--Acontece que a gente esqueceu de usar o mapa para procurarmos Snape hoje. Brigamos e corremos feito mulas pelos corredores porque esquecemos essa desgraça!

Remus se contém a começar a rir da expressão indignada de Sirius. Remus havia esquecido o maldito mapa assim como os dois e depois se dizia muito mais inteligente do que aqueles idiotas.

--Eu não acredito que conseguimos a proeza de esquecermos o mapa. Nós somos tão burros.

Sirius e James fitam Remus com as sobrancelhas arqueadas. Ele estava estranho desde o desmaio, tão estranho que sabiam perfeitamente que teriam que ficar de olho. Será que o amigo conseguiria olhar para Snape depois de ter dado o caderninho para o mesmo? Achavam que não.

Terra Molhada-Snames, Snack, SnupinWhere stories live. Discover now