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As criadas puxam os cabelos escuros e longos de Amaya em um penteado tradicional, suas bochechas estão cheias de base, corretivo, blush e o que mais que elas quisessem passar para que ficasse totalmente perfeita.

Seus olhos lacrimejam de hora em hora fazendo com que as mulheres no quarto a olhem com dó, e enquanto retocam sua maquiagem, Amaya ainda está confusa e desacreditada de tudo o que lutou para não chegar a lugar nenhum.

Ela não podia simplesmente fugir, dessa vez tinha muita gente que ela ama envolvida e não poderia arriscar a vida de ninguém. Se a solução era se casar, ela o faria sem pensar duas vezes para proteger quem ama.

O vestido branco, kimono vermelho e os detalhes em dourado realça o bronzeado de sua pele. Foi uma ótima escolha que ela teria amado usar em outra ocasião e com o noivo que queria ter escolhido.

-Filha, sabe que não precisa fazer isso por mim -Sua mãe diz enquanto adentra o quarto e fica perto da cadeira de onde está sentada -Mas sabe que será o melhor para a nossa família, poderemos nos ver todos os dias, sermos como uma verdadeira família outra vez.

-Não estou fazendo por você -Respondeu ríspida -A gente nunca foi e nunca será uma "verdadeira família", não sei que lavagem cerebral fizeram em você para achar que isso é uma ideia normal e aceitável.

-Estou tentando ver o lado bom das coisas, eu e seu irmão te ajudamos a fugir a anos atrás e não adiantou! Olha onde estamos agora...

-Para, não me diz que foi tudo atoa.

-Você não consegue nada sozinha, é egocêntrica e se dramatiza em todo tempo que tem! Mas eu entendo, é da natureza da mulher ser assim, por isso precisamos dos homens.

As palavras atingem Amaya, ela tem consciência de que não é verdade, mas não consegue evitar engolir o seco enquanto sente a enorme vontade de chorar. Ela não estava sendo forte o suficiente? Se submetendo a um casamento para salvar todos que amam?

-Eu não sei se você está querendo fazer com que eu te odeie para que eu fuja, mas não depende só disso -Responde com a voz embargada -Não quero colocar o Shin em risco, muito menos as pessoas que eu amo do meu trabalho. O único cara que realmente me proporcionou algo relacionado a um amor genuíno também não merece morrer por uma família de cobras como a nossa.

-Filha -Sua mãe diz parecendo arrependida enquanto se ajoelha e a abraça suas pernas -Você não pode se submeter a um casamento como eu fiz, é claro que quando conheci seu pai achei que ele fosse diferente...

-Está tudo bem mãe -Amaya a corta -Vou fazer isso para proteger quem eu amo, não deve ser tão ruim, vou poder te ver todo dia pelo menos...

E se auto enganando, Akemi fica de pé a abraçando enquanto se consolam em um ato silencioso.

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Se Amaya tinha uma opinião forte, era que casamentos a noite eram um saco. Enquanto Seiji comparece a recepção sozinho, ela tem que retocar sua maquiagem mais uma vez; tenta controlar seu corpo, mas simplesmente não consegue parar de chorar.

-Está pronta? -Shin pergunta enquanto pula a janela de forma silenciosa, adentrando o quarto onde sua irmã estava de arrumando a boas horas -Me desculpe Amaya, achei que iríamos conseguir impedir, de verdade.

-Está tudo bem -Responde enquanto o abraça de forma carinhosa -Em um mundo onde as coisas dariam certo, eu te tiraria daqui e quando fosse casar você estaria ao meu lado.

E antes que os dois voltem a chorar, uma empregada que estava fazendo a maquiagem de Amaya a avisa que não tem como esperar mais.

-Pelo menos conseguiram te deixar bonitinha -Shin comenta a observando.

-Esquece tudo que te falei, é bem melhor você não ir no meu casamento.

E com um leve sorriso, eles de despedem, com Shin voltando para onde os empregados ficam, e Amaya indo para o que mais parece ser um abatedouro.

O santuário que fica em uma das extremidades do enorme clã Saito, está enfeitado e parece mais luxuoso que o normal para uma familia que estava indo a falência.

Os corredores bem iluminados, convidados que a garota não conhecia e até algumas crianças corriam pelo local; mas quando colocavam seus olhos nela, pareciam a olhar com dó.

Amaya encontra Seiji na entrada do santuário, e enquanto se arrumam para entrarem juntos ela se surpreende por ele não fazer nenhum comentário ácido e asqueroso. Pelo menos, por pouco tempo.

-Mal vejo a hora da noite de núpcias -Diz enquanto se aproxima do ouvido de Amaya, tentando soar sexy.

Mas ela não consegue evitar uma risada por dois motivos:

O primeiro era que até mesmo se Gojo dissesse a frase com algum sarcasmo soaria melhor.

E o segundo era que a ideia da noite de núpcias não seria perderem a virgindade juntos? Pelo menos foi o que ela havia sido ensinada a acreditar, sobre perder a virgindade com o garoto que iria casar. E se esse fosse o caso, ela já havia perdido a muito tempo e com deus próprios dedos.

Sem dar tempo de Seiji questionar o porque da risada, os dois são chamados para adentrar o santuário. E é nessa hora que Amaya se sente mais uma vez tensa, vendo sua vida ser mudada completamente.

Eles entram e a porta é fechada em seguida, a cada passo o mundo parece perder sua cor, do seu lado direito apenas aqueles que considerava sua família; mas agora com sorrisos falsos e apenas com lembranças de como foi maltratada na infância.

E do lado de Seiji a família dele, que tinham o mesmo olhar ganancioso de anos atrás, pessoas que ela não fazia questão de conhecer e que sempre preferiu manter distância.

Eles se ajoelham de ante do padre, e enquanto ele começa às duas primeiras palavras, a porta que Amaya passou a pouco é aberta e escancarada em um movimento que chama atenção.

Ela não precisa se virar para saber quem é.

A presença dele é forte e ela julga perceber quando seus olhos azuis a encontra ainda de costas.

Gojo está ali.

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Ai gente hoje é meu aniversário então vou ser super caridosa e atualizar a fanfic (na verdade é só um pretexto para vocês me mandarem mensagens fofinhas e eu ficar😆😆 lendo)

All blue (Gojo X OC)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora