Capítulo 11 - Good day and bad night.

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POV MADELAINE

8 de Abril de 2015

Eu bebi tanto que não fazia idéia de onde estava. Quando me dei conta, estava jogada no sofá de Scarlet. Bêbado é o demônio mesmo, bebe na intenção da pessoa ao ponto de perder a consciência e depois vai procurá-la.

Fitei Scarlet aparecer na sala, estava com os cabelos amarrados em um rabo de cavalo deixando as pontas rosas sobressair, usara um short vermelho de tecido fino e uma blusa de frio. O cheiro do seu perfume doce invadiu a sala, provavelmente acabara de sair do banho. Fingi que estava dormindo e fiquei olhando-a mexer em algo na cozinha. Eu poderia ligar para minha mãe e dizer que estava dormindo na Camila. A mesma foi pra casa de Lili e nessas horas deve estar gemendo em seu quarto, nem vai ligar pra mim. Esperei ela passar novamente na sala e entrar em seu quarto. Levantei do sofá indo até sua mesa e pegando meu celular.

"Mãe, acabei de sair da festa. Vou dormir aqui na Camila, não se preocupe. Boa noite e te amo"

Mandei para minha mãe, coloquei o celular no lugar e voltei para o sofá me encolhendo. A noite havia esfriado, eu estava um pouco molhada e com uma simples blusa e pra variar, a janela estava escancarada.

Bem, Scarlet deve ter lido minha mente, pois apareceu na sala jogando uma coberta em meu corpo e fechando aquela janela. Levei o tecido até o meu nariz apreciando seu cheiro nele. Se eu pudesse o levaria embora só para imaginá-la dormir ao meu lado.

Scarlet tinha algum tipo de efeito sobre mim, seu jeito, sua beleza, a forma como ela fala, tudo havia mexido comigo. Eu não queria, mas eu estava gostando daquela mulher. As chances de me foder nisso eram extremas. Primeiro porque ela é prostituta, não iria ser correspondido nem se eu fizesse algum tipo de macumba. Segundo que, de certa forma, ela não deve se apegar a ninguém, quantos homens ricos, boa pinta e melhores que eu já não passaram em sua cama e ela não quis nada além de sexo?! E terceiro, ela é hétero. Eu também sou, mas uma legítima hétero não teria curiosidade ou vontade de beijar uma mulher. Essa garota só estava confundindo minha mente, sexualidade e principalmente meu coração. Até ontem eu namorava um garoto, vivia sendo alvejada por todos por causa de um namoro estúpido e hoje estou no sofá de uma mulher na qual eu com certeza não iria querer só sexo.

As horas passavam e com isso, a cachaça diminuía em meu corpo e a dor de cabeça se aproximava para me atormentar junto com a ressaca. Essa era a pior parte depois de uma noite regada a bebidas. Levantei do meu lugar indo até a cozinha pegar uma água. Não sei porque insisto em beber tanto sabendo que no outro dia irei me arrepender.

:- Madelaine? — Virei em meus calcanhares ainda com o copo na boca. Scarlet estava com um rostinho inchado de sono, alguns fios de cabelo caídos em seu rosto e com a mão direita coçando seus olhos.

:- Eu vim beber um pouco de água. Desculpa se te acordei.

:- Eu queria saber se você estava bem, parece que não.

:- Estou com ressaca.— A mesma suspirou, descruzou os braços e andou até o armário. Pegou uma caixa de remédio, colocou em cima da mesa e começou a procurar algo.

:- Quando eu bebia demais em algumas festas, sempre levava remédio pra diminuir a dor de cabeça.

:- Eu preciso de uma caixa dessa.

:- Abre a boca.— Fiz o que a mesma ordenou. Ela colocou o comprimido na minha boca e eu tomei o resto da água que tinha em meu copo.

:- Obrigada. Está cuidando de mim como uma mãe.

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