𝐓𝐄𝐌𝐏. 𝟏 𝐄 𝟐━ Aquelas garotas deveriam ser as fadas mais poderosas das dimensões. 𝐕𝐞𝐫𝐨𝐧𝐢𝐜𝐚 era a Princesa de Averno e uma fada da histeria, conhecida pelo controle da escuridão e o que se escondia nas sombras. 𝐀𝐧𝐞𝐥𝐢𝐬𝐞 era fria e...
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NOS ÚLTIMOS DIAS, a cada momento, a mente de Silva era invadida pelas cenas dele jogando aquela faca e ela desaparecendo. Ele não queria fazer aquilo, mas fora seu instinto de especialista. Ele queria saber onde Anelise estava, saber se ela estava bem e implorar por seu perdão por tê-la trancado naquela cela, ter atirado a faca e não ser o que ela merecia.
Mas as coisas não faziam mais sentido. Estava claro que ela sabia que Rosalind, dos queimados... Ela desaparecera depois de criar assas. Uma fada com assas não era vista há anos.
Agora, depois que ela fugira, Anelise fora decretada como suspeita e inimiga de Alfea.
Silva estava encarregado de supervisionar os treinos dos especialistas em conjunto das fadas, mas eles não estavam preparados. Estavam com medo. E os rumores envolvendo Anelise e Beatrix só os ajudavam a ficar mais aflitos.
— Silva — chamou Sky, acelerando o passo para alcança-lo. — Sério? Me colocar de dupla com a Bloom deixa tudo bem óbvio.
— A Bloom é uma fada poderosa e você um especialista forte — aviso. — Ninguém vai questionar.
— Mas estão questionando sobre a Anelise e a Beatrix — disse ele. — Eu fui até a cela da Anelise e ela não estava lá, mas as barras de ferro desapareceram. Então é verdade? Ela mesma conseguiu se libertar dos limitadores runicos?
— Como soube disso? — exclamou, incrédulo. — Só esqueça o que ouviu. Anelise é uma suspeita agora, estão tentando encontrá-la.
— A Bloom não falou nada da viagem com a Beatrix — alertou. — Estou dizendo, Bloom não é nenhum gênio do mal.
— Talvez não ela — concordou.
— O que quer dizer? — perguntou Sky. — Acha que a Anelise tramou tudo o que aconteceu? Os queimados e a morte do Callum?
— Ainda não sabemos, mas tudo indica que sim.
— Tudo indica? — repetiu.
— Anelise é inteligente, ela sabe como ocultar os resquícios do próprio poder — comentou. — Mas não consegue ocultar tudo. Harvey acha que encontrou alguns resquícios...
— Você só pode estar brincando — exclamou Sky, sem acreditar no que ele falava. — Acha que eu não sei? Você estava apaixonado por ela até alguns dias atrás. O que mudou? Silva!
— Eu quase matei ela, Sky! — gritou ele, tentando conter a raiva em sua voz. — Eu quase matei ela, está bem? E talvez eu tenha matado. Isso está me assombrando.
Sky se calou, sem entender como Silva poderia ter feito aquilo.
— Anelise criou assas e desapareceu na minha frente, Sky — sussurrou. — Eu joguei uma faca contra ela. Não sei porquê fiz isso. Foi instinto. Eu não...
Mas antes que ele conseguisse falar algo, Dowling correu até eles no meio do corredor vazio. Ela parecia exasperada, mas momentaneamente aliviado por ver Silva ali.
— A equipe com Nouva foi atacada — disse ela. — Está vindo um bando de queimados para cá.
A morte ou não de Anelise teria que esperar. Precisavam proteger Alfea primeiro.
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A PRIMEIRA COISA QUE ANELISE fez quando acordou foi gritar. Seu grito alto e agonizando veio acompanhado de uma onde fenomenal de poder. A sala inteira congelou, formando pequenos montes de neve nos cantos.
— Tá tudo bem! — gritou alguém, um homem, a segurando pelos ombros. — Você está em casa, Anelise! Está tudo bem! Eu estou aqui com você!
Então, ela se agarrou num dos braços fortes e musculosos dele, desabando em lágrimas de dor de uma maneira que ela nunca chorou antes.
Chorava por ser falhado, por não ter ficado. Seus pulsos estavam cobertos por faixas de gaze, notou ela. Eles ardiam, mas não eram a única parte de seu corpo. Sua bochecha latejava de dor.
Ela reconheceu o cheiro forte de seu perfume. Aquele era seu quarto em Averno, ela tinha certeza.
Anelise recolheu forçar o suficiente para encarar o espelho semi-congelado em frente a cama que estava deitada. Pequenos curativos estavam ligando um enorme corte diagonal. Se tivesse sido um pouco mais para baixo, teria pegado diretamente na sua garganta e a matado.
Fora Silva quem atirara a faca que a cortou. Ele não excitou quando o fizera. Então fora de propósito. Silva realmente teria posto um fim à sua vida.
E Anelise achava que ele a amava de verdade...
— Meu rosto — tentou dizer, o choro a impedindo.
— Eles tentaram curar, mas magia não funcionou — explicou ele. — Eles sentem muito, mas disseram que deixaria cicatriz.
Anelise tentou enxugar suas lágrimas com a manga da camiseta, mas elas insistiam em continuar descendo sem parar.
— Veja isso como uma marca de batalha, Anelise — pediu ele, aquele que também deveria estar morto. — Vamos voltar, está bem? E você poderá se vingar.
Sim. Ela se vingaria, porque o melhor caminho para o coração de um homem era entre a quarta e terceira costela.
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20.09.21
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𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Só mais três capítulos até o fim! Então semana que vem finalizaremos RAIN na quarta-feira, e como falei antes: esperem para ver as novas capas!
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