Six - Old Friends...

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Continua...

Depois da última conversa que Zelda Spellman teve com Lilith na noite em que invadiu seus aposentos, a ruiva sabia que sua paz mental estaria longe de acontecer.

A sacerdotisa passou os próximos dias da semana martirizando-se por seu ato totalmente irresponsável e hipócrita, afinal sempre se convence de que quer a demônia longe, mas suas ações mostram exatamente o contrário toda maldita vez, como Lilith fez questão de jogar em sua cara e colocá-la contra a parede em busca de respostas.

Zelda não quer admitir que Lilith tem razão em seus questionamentos sobre suas atitudes, mas não tem porque não o fazer. A bruxa sabe que deveria ter resistido mais, deveria ter se controlado mais, ela já lutou contra coisas piores, porque esse maldito desejo por Lilith tem que ser tão difícil de domar?

"És de fato, uma das bruxas mais corajosas que conheço, Zelda Spellman. Que sorte a minha a ter conhecido".

"Você, Zelda! E sabes muito bem do que estou falando".

"Você sabe que consigo sentir o seu desejo, não é mesmo, Spellman? E não vejo problema algum em realizá-lo".

"Prefiro madame convencida. Madame satã me liga a Lúcifer e a única coisa que quero dele hoje, é o trono".

"E eu não vou desistir de você também, Spellman.".

As palavras de Lilith passaram os últimos dias rondando sua cabeça. A morena claramente flertou com ela quando deveria tê-la reprendido por ousar chegar perto de seu filho sem sua permissão. Zelda não queria pensar dessa forma, mas mesmo sem querer, essa atitude por parte da demônia, está começando a construir uma imagem de Lilith que ela desconhecia. Porém, a suma sacerdotisa, por ser além de teimosa, não está disposta a deixar esse simples fato fazê-la ceder aos encantos da mulher.

"Eu tomaria cuidado com o que diria a seguir... Jamais é uma palavra muito forte, Zelda Spellman. E ter controle sobre os pensamentos é algo complicado, quase impossível, quando se deseja alguém, mas...".

— Era só o que me faltava. Maldita seja! - Zelda resmungou soltando a fumaça de seu segundo cigarro nesse final de noite. - Se ela está pensando que vou cair em seu maldito joguinho sedutor, ela que passe a eternidade tentando...

Zelda? Com quem está falando, minha querida? - Marie perguntou entrando no escritório com uma expressão confusa no rosto. A ruiva só se deu conta que pensou em voz alta quando ouviu a amante.

— Ninguém. Eu estava falando?

— Estava, ma chéire... Quem está fazendo jogo sedutor com você?

— Comigo? Não... - Zelda riu para esconder seu pequeno pânico. - Eu... Eu escutei uma conversa de um casal de alunos hoje e, bem... Você sabe como são esses jovens, com os hormônios a flor da pele.

Marie não se convenceu totalmente da desculpa da bruxa, mas resolveu não contestar, só porque tinham um compromisso e já estavam atrasadas.

— Nós estamos atrasadas, ma chéire...

— Atrasadas? - Zelda levantou deixando sua piteira em cima da mesa e indo para o encontro de Marie, tentando se lembrar exatamente o que ela tinha marcado para esse horário da noite.

O comportamento da ruiva só serviu para alimentar ainda mais a desconfiança de Marie, que está começando a achar que o fato da amante está tão distraída e estranha nos últimos dias se dá pela presença de Lilith na academia. A bruxa vudu sempre soube que a permanência de Lilith lhe traria problemas, com Zelda e outras questões que não vem ao caso agora, e ela precisava fazer algo imediatamente. Porém, por enquanto, precisa agir como se não soubesse de nada.

The Power of Love...  - Madam SpellmanWhere stories live. Discover now