Como Gelo, Sunghoon... (JAKEHOON)

0.5 A Voz Havia Retornado.

0.5 A voz havia retornado.

"Oi Sunghoon, é o Jake!" — XxXx, 14:33

"Minha mãe tá insistindo pra gente se aproximar, quer sair pra algum lugar?" — XxXx, 14:33

Meu coração bateu fortemente no peito o que por segundos me causou certo desespero. Segui até o banheiro pensando em tomar um banho antes de jogar o celular de volta a cama, quase me xingando ao vê-lo pular e cair no chão.

Um banho, eu só preciso disso. Preciso também esvaziar a cabeça e ir dormir depois de uma noite mal dormida, e um pouco de leite, e café, ou melhor, café com leite.

Café com leite é bom, acalma, mas também me deixa energizado por ter cafeína, mas eu não quero ficar energizado, eu quero ir dormir calmamente, então eu acho que só leite basta. Mas eu quero muito tomar café com leite.

Eu só preciso de um banho e de um cochilo, só isso. Não tem porquê uma discussão interna ocorrer por causa de café com leite.

Ou talvez eu só esteja ansioso demais pela mensagem de Jake e esteja querendo me distrair com uma discussão sobre café com leite.

De uma forma ou de outra assim que saí do box e vesti uma roupa casual, não me joguei na cama como pensei que faria. Eu apenas... peguei o celular do chão e li as mensagens de Jake pela barra de notificação, não uma, mas dezenas de vezes me perguntando na possibilidade de sairmos juntos.

Não deve ser tão estranho, tivemos algumas conversas em momentos que nos encontramos, e não posso mentir, mas conversar com ele não é difícil como sempre faço parecer. Ele é calmo, tem um papo legal e talvez seja a pessoa mais genuína e gentil que conheci.

Só me parece estranho poder chamar mais alguém de amigo.

— Sunghoon?

Uma voz masculina surgiu do outro lado da porta, me tirando da onda de devaneios. Não demorou nem dois segundos para reconhecer a voz, era meu pai com o típico tom de voz cansado depois de um dia de trabalho.

— Eu trouxe churros pra você e a sua irmã, vem antes que ela coma tudo. — E então alguns sons de passos foram se distanciando do quarto.

Mesmo com o dia lotado de trabalho e a cabeça cheia, papai ainda consegue se lembrar que sextas-feiras são dias sagrados para mim e a minha irmã, é sempre nesse dia que resolvemos comer churros, mas não de qualquer lugar, de um em especifico que serve o melhor churros da cidade.

Um lugar bem longe do trabalho do papai, mas ainda assim ele faz questão de dirigir meia hora a mais apenas pra trazer os churros. Eu até me sinto culpado de vez em quando.

Mas são churros, e nunca se deve dispensar um churros, não é?

— Tá pegando três porquê? É dois pra cada um. — Falei assim que cheguei a cozinha tendo a visão de uma Yeji e três churros grandes no seu prato.

— Aish, você podia ter demorado um pouquinho mais pra vir. — Disse ela devolvendo um churros para a embalagem.

— Se eu tivesse demorado não sobraria nem a embalagem pra contar história. — Ela riu antes de finalmente deixar a cozinha, e ir direto para o quintal.

Eu me apressei para seguir até a sala onde encontrei mamãe guardando alguns álbuns de fotos dentro de uma caixa enorme.

Ela não jogaria fora, certo? Bom, pelo menos eu acho que não. As fotos são provavelmente as coisas mais sagradas aqui em casa, em todos os momentos importantes da nossa vida teve uma câmera presente, seja de um aniversário, ou eventos, ou algumas fotos da minha infância e da minha irmã também.