O Encontro

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Amores, PRESA AO CEO, chega na Amazon na quinta-feira desta semana, então vamos de maratona? Que tal capítulo todo dia até quarta? Para vocês já sentirem o gostinho do que estar por vim, quem topa? Comenta aí.


"Está provado, quem espera nunca alcança"

Bom Conselho, Chico Buarque

Amora Guedes

Honestamente odeio essas recepções dadas pelo meu pai para os seus companheiros de trabalho. Consegui enrolá-lo por mais de um mês dizendo precisar voltar a órbita após tanto tempo longe do Brasil, mas hoje não consegui fugir de toda essa coisa pomposa e polida.

Enquanto caminho em direção a sala que está com as indigestas visitas encaro-me através do grande espelho de dois metros de altura em meio ao extenso corredor, e acabo sorrindo por gostar do que vejo.

Sou fissurada por moda, eu gosto de ser versátil, meu vestido longo é branco e justinho demarcando as minhas curvas, um recorte que expõe a minha cintura em toda a lateral, o colo fechado onde escondo o meu colar de família, e um decote no alto da minha coxa esquerda que vai até os meus pés expondo a sandália preta de tiras, uma autêntica Louboutin que comprei em Londres.

Meus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo baixo para dar total destaque aos brincos escandalosos e longilíneos de diamantes que reluzem em minhas orelhas, quarenta pedras de diamantes! Sorrio com a lembrança, definitivamente esse par de brincos é o meu queridinho, principalmente porque fui eu que os comprei, com o dinheiro da minha dança, da minha arte, pela primeira veza vida eu suei para ter o meu dinheiro e me dar algo fruto do meu trabalho.

Vejo papai saindo de seu quarto, vou até ele que me sorri docemente, seu semblante sempre é de cansaço e estresse, mas hoje ele aparenta relaxamento, aproveito o bom momento e tento descontrair, vou até ele e ajeito sua gravata listrada vinho e azul-marinho, meu pai de forma concludente gosta de cores e estampas.

— Deslumbrante! — O elogio vem após sua checagem em todo o meu look.

— Obrigada, diga-me, o que posso esperar dessa noite, Rodolfo Guedes?! — Implico o chamando pelo nome o que o faz repuxar os lábios em nítido desagrado.

— Teremos os sócios da empresa que você já conhece. Ah! Algo muito importante minha filha, hoje teremos aqui o meu futuro sucessor, Jonas Patacho, espero que seja receptiva, seria de bom-tom que vocês tivessem um romance. — Reviro os olhos com a sua falta de sutileza e tiro as mãos de sua gravata agora ajustada.

— Eu nunca me envolveria com um homem simplesmente porque é de sua vontade, meu pai. Além disso, pelas descrições que o senhor me fez nas ligações, Jonas me parece um tédio.

— Também terá o Otávio, ele tem interesse em você desde a adolescência, e é de boa família.

Ao ouvir o nome de Otávio eu faço uma careta, ele é praticamente uma cópia do meu pai, viciado em trabalho, números, rosto duro e anguloso, barbudo, nada a ver comigo.

— Desista, pai.

Nesses anos em que estive em Londres, meu pai sempre comentava de um jovem aprendiz que crescia dia após dia na empresa, do quanto ele era de agradável aparência, sempre tentando de forma sútil me fazer ter algum tipo de interesse, o que nunca aconteceu.

Enquanto morei sozinha na Europa, eu vivi um sonho, apesar da vida monótona, frequentar a escola de inglês, cuidar da própria casa, cozinhar a própria comida, também tive momentos épicos, dancei em alguns musicais, conheci pessoas com a mente aberta, homem era o último dos meus pensamentos.

Presa ao CEO (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now