Capítulo 8

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Foto da Aria ali em cima!

Kenna

— Esse leite não sai nunca! — Choraminguei, tocando meus seios por cima da blusa azul escura.

— Os remédios ainda não começaram a fazer efeito ? — Conan questionou e eu neguei. Ele me abraçou com cuidado e beijou minha testa. — Eu sei que dói, mas vai ficar tudo bem, só espera mais um tempinho...Com os dois estimulando o tempo todo não vai demorar a sair.

— Como você sabe que dói ? — Questionei e ele corou.

— A Nyla está demorando com a nossa comida. — Conan mudou de assunto.

— Conan...— Chamei e ele me encarou com receio. — Não precisa falar se não quiser. Foi uma pergunta por curiosidade.

— Não é isso, eu até quero, mas é difícil. Mas você já é minha amiga, mesmo que tenhamos o convívio de apenas um mês. — Eu sorri e ele suspirou. — Pronta para ouvir a história da minha vida ?

— Pronta!

— Eu tenho muitos irmãos e disso você já sabe...Mas o problema foi quando éramos mais novos. Não tínhamos muitas condições, quase nenhuma, usávamos roupas doadas e que iam passando de irmão para irmão. Mas sempre fomos felizes por termos um ao outro. As pessoas gostam de julgar a minha mãe, dizem que ela não devia ter tido tantos filhos sem ter condições de cuidar ou que deveria ter dado alguns de nós. — Ele suspirou. — Minha mãe tem um coração grande, apesar de ser meio doidinha, e nem todos os meus irmãos são biológicos...Alguns são adotados. Além disso, ela não tinha acesso a nenhum método contraceptivo pois morávamos no interior e mal tínhamos dinheiro para comer.

Ele me deu um olhar triste e eu segurei sua mão, passando apoio.

— Quando meu último irmão nasceu eu já estava trabalhando para ajudar em casa, apesar dos estudos. Minha mãe não tinha leite e não podíamos pagar pela fórmula...Eu vi os remédios para lactação na farmácia uma vez e comprei com o meu dinheiro que estava sobrando, eu queria ajudar. Mas minha mãe não podia tomar, ela teve complicações no parto e tinha risco de fazer mal a ela. E como nenhum dos meus irmãos iria aceitar, quem tomou fui eu. Eu já estava no ensino médio, eu estudava com o filho de uma vizinha que era muito bondosa em me deixar usar a internet. Eu amamentei meu irmão caçula no lugar da minha mãe, ela sempre chora com isso. — Ele riu, dando um sorriso caloroso ao se lembrar da mãe. — Eu sai de casa assim que passei em enfermagem e vim para a cidade, a maior parte do meu salário vai para os meus pais...É o mínimo, sabe ? Sei que não devo nada a eles e que era dever deles cuidar de mim, mas eu sou grato pelos sacrifícios que eles já fizeram na vida. Além disso, esse dinheiro vai em maior parte ajuda na educação dos meus irmãos. Os mais velhos também ajudam.

— Conan, eu nem tenho palavras. Sua vida foi muito difícil. — Lamentei e ele assentiu. — Mas veja pelo lado bom, você conseguiu subir na vida e até ajuda seus pais!

— Sim, eu não sei o que faria se perdesse esse emprego. — Ele disse e eu concordei.

— Eu também mando dinheiro para os meus pais, minha história não foi tão sofrida pois sempre fui filha única...Mas também vim de um lugar pequeno no interior e estar aqui foi uma vitória e tanto. — Eu sorri e ele me acompanhou.

— Como estão as meninas ? — Conan questionou e eu sorri.

— Estão ótimas, ainda estou pensando em tirar elas de lá, mas não descobri como...Pelo menos consegui colocar elas na minha suite como enfermeira e elas gostaram muito mais de lá do que daquele outro quarto. — Comentei.

— Ainda quero conhecê-las!

— Um dia você vai comigo lá cuidar delas. — Ofereci e ele aceitou.

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