Epílogo

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Aria

— Vejam só...A filha da dona do Hospício...Pelo menos ela pode se internar de graça. — Um garoto debochou. — Aproveita e interna o namoradinho também...Garoto estranho...

    Escutei um dos populares da escola falando e Kaz apertou minha mão. Quando ele ergueu a maçã para comer, fiz um gesto rápido acertando uma faca nela e a garota gritou quando a maçã ficou acima da sua cabeça com a faca grudada nela.

— Minha mãe é sócia de sete dos maiores hospitais psiquiátricos do mundo...Além de ter fundado seis deles...E eu tomaria cuidado antes de insultar o namorado de alguém, quem sabe da próxima vez eu corte sua língua no lugar da maçã. — Peguei minha faca de volta e entreguei a fruta a ele.

— Você não pode fazer isso!

— Eu posso fazer o que quiser. Ninguém manda em mim...Muito menos você. — Rebati.

  Além disso, a escola é do Ezra...Até parece que ele iria me punir.

— Vai lá com o seu cachorrinho leal. — Uma das meninas debochou.

— O que quis dizer com isso ? — Questionei e ela me deu um sorriso debochado.

— Não é óbvio? Você arrasta ele para todo lugar, tudo o que você manda ele obedece e você o recompensa com carinhos por ser obediente. Me admira que ele não use uma coleira e comece a latir quando você chama. — Ela encarou Kaz de cima a baixo e mordeu o lábio. — Ele é bonito, sabe...Mas não tem amigos além de você e você é egoísta demais para deixar ele com outra garota...Ele é tão inocente que nem vê o quão controladora você é.

— Ari, vamos....— Kaz murmurou no meu ouvido e eu suspirei.

— A minha vida não te diz respeito e nem a dele...Eu sou amiga dele, acho que você não sabe o que isso significa já que só vai atrás de quem é mais popular e os descarta assim que perdem a fama. Quer me falar algo sobre controle? Para de hipocrisia, você é uma manipuladora nata. Então me deixa em paz e vê se vai se foder. — Me virei e arrastei Kaz junto a mim.

  Estamos com dezesseis anos, ele já fez dezessete, infelizmente ainda estamos na escola e eu preciso lidar com coisas assim...Mas o que ela disse me incomodou. Eu fiz mesmo isso com o Kaz ? Monopolizei ele ? O Kaz é inocente, mas eu sempre valorizei a opinião dele...Mas será que eu não dei escolha a ele ? Quer dizer, desde os quatro anos eu digo que ele é meu e acho que nunca dei uma escolha a ele sobre isso.

— Ari, tenho que resolver uma coisa com a minha dupla do trabalho...Espela eu ? — Assenti e ele me abraçou antes de sair rapidamente em direção aos armários.

— Essa carinha aí nunca quer dizer boa coisa. —
  Morgan apareceu ao meu lado. — Quer ir em uma corrida ilegal de motos mais tarde ? Ou vai ficar com o Kaz?

  Eu tinha dito que ia dormir na casa do Kaz, mas eu preciso colocar a cabeça no lugar...Ao mesmo tempo não quero magoar ele e eu amo passar meu tempo com ele...Me viro e vejo uma menina com a mão em seu ombro e os dois estavam rindo de algo, próximos até demais. A bile subiu na minha garganta e o ciúmes me queimou, mas ali eu percebi que podiam ter outras pessoas legais interessadas nele e que eu afastei sem querer...Eu sou uma assassina, querendo ou não, é o que eu gosto de fazer. Ser uma espiã e assassina, talvez ele mereça alguém normal.

— Eu vou na corrida. — Respondi e ela assentiu, beijando minha testa antes de sair.

Kaz se aproximou novamente de mim com um sorriso fofo e as mãos nos bolsos. Ele ficou um pouco mais alto que eu, mas é quase nada.

— Vamos Ari ? — Kaz pergunta e eu senti meu peito se apertar.

— Não dá, vou para casa hoje. — Informei e ele me olhou confuso.

My Psychos Where stories live. Discover now