「Capítulo: Sete」

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Enquanto andávamos pelos corredores do térreo, várias pessoas falavam com Harry e o cumprimentavam. Percebi que ele era uma celebridade nos corredores entre os alunos do segundo e terceiro ano. Para ser mais específico, Harry era uma celebridade do vôlei. Percebi isso com comentários e perguntas do tipo: "Aquela sua jogada no ano passado foi magnífica!", "Você se tornará ACE este ano, tenho certeza!", "Quando poderemos ver o treinamento do clube de vôlei?", "Quem será o levantador agora que o João Pedro saiu?"

— O clube de vôlei é bem famoso, hein — Comentei ao perceber que muitos elogios vinham de garotas.

— Infelizmente, em popularidade, o clube de basquete ganha — Ele comentou um pouco irritado com o fato.

— Você é atacante?

— Sim.

— Não me surpreende. Na verdade, pensei que você era jogador de futebol, pelo porte físico.

— Muita gente fala isso, mas vôlei é a minha paixão.

— Entendo, eu gosto de jogar, mas nunca entrava nos clubes na minha cidade — Comentei quando saímos do prédio principal do colégio.

— Por que não?

— Os treinos iam até às cinco da tarde e eu sempre tinha algo para fazer nesse horário.

O que eu fazia nesse tempo livre? Simplesmente ficava sentado debaixo de uma árvore naquela mesma praça enquanto escrevia ou escutava música.

— Entendo... Então se não fosse por isso, você teria entrado? — Harry me olhou com certo brilho nos olhos.

Acho que não deveria ter comentado isso, pelo bem das minhas tardes livres.

— Provavelmente.

— Se você quiser, pode vir em um treino quando as atividades do clube começarem — Harry comenta sorrindo — Estamos precisando de pessoas depois da saída do pessoal do antigo terceiro ano.

— Pensarei no seu caso — Disse rindo.

Andamos por um caminho de pedra, com arbustos e plantas espalhados por todo o percurso. Tanto o campus, quanto o prédio do colégio Peach Blossom tinham bastante vida. Flores, arbustos, cactos, árvores, plantas de todos os tipos espalhadas por toda a extensão do gigantesco colégio de elite. Pude perceber que em cada sala, havia um vaso branco com vários detalhes e uma planta próximos à janela. A presença de toda essa natureza trazia certa pureza ao ar, como se o oxigênio aqui fosse melhor, o que de fato era se comparasse com o da cidade.

Estar rodeado de toda essa natureza me trazia uma certa paz interior, ao mesmo tempo que me fazia lembrar do passado novamente.


"Existem tantas espécies, de todos os tipos e cores. Minha cabeça dói só em pensar quantas eu ainda não vi pessoalmente..."


Me pergunto quantas novas espécies de plantas você já viu durante esses anos, Andrew. Você deve ter amado todos os cantos deste colégio apenas pela enorme biblioteca e a variedade de vegetações. Plantas de todos os tipos e cores.

— Pietro? — Harry me chama de repente e então percebo que estou parado observando um arbusto Hortênsia — Vou acabar te deixando para trás, cara!

— Desculpe, desculpe — Disse sorrindo, deixando para trás aquelas memórias sobre o livro de botânica do meu pai que lemos juntos.

Estou me torturando demais com essa demora para reencontrá-lo. Foram quatro anos lembrando daquele dia, me culpando por não ter feito nada, por não ter corrido atrás daquele carro, por não ter dito o que eu sentia antes que fosse tarde demais e por ter ido para outro país. Quatro anos de puro arrependimento. Claro, tem momentos que eu apenas passo a culpa para outras pessoas, afinal é cansativo sempre se lamentar sobre o que deveria ter feito, o que deveria ter falado.

Sunlight: O Encontro do Sol e da LuaWhere stories live. Discover now