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Nina narrando.

Acordo sentindo meu corpo meio pesado, é como se tivesse 10 sacos de areia amarrados e distribuídos por todo o meu corpo, uma péssima sensação diga-se de passagem. Não sinto vontade nem de abrir os olhos, quanto mais levantar de onde estou, mas preciso, na verdade necessito arrumar forças para conseguir me levantar de onde sequer que eu esteja.

Quando finalmente dou por mim e utilizo minhas últimas forças para me levantar e abrir os olhos, fico mais perdida do que antes. Estou em uma sala onde não há nada além de uma mesa sem nada em cima, pouca iluminação, um péssimo cheiro e algumas gotas vermelhas no chão que eu espero de verdade que não sejam do que eu estou pensando.

Eu to entrando em desespero, eu sempre faço isso, isso não é bom. Definitivamente não é. Se acalma Nina, vai dar tudo certo, logo vão perceber que isso é um baita engano e que você é apenas uma garota italiana seguindo seu sonho como modelo em Nova York.

Respira fundo... Respira fundo...

É com isso que me acalmo, eu preciso me acalmar, não adiantará nada eu me desesperar, preciso entender o que está acontecendo... ou sair gritando? Talvez alguém me escute e consiga me tirar daqui, não é? É minha melhor chance no momento, ou espero alguém sentir minha falta. É, vou gritar.

— SOCORRO! SOCORRO! ME SEQUESTRARAM, EU NÃO SEI ONDE EU ESTOU! ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR! — eu vou para perto da porta e começo a esmurrá-la, causando alguns estrondos.

Percebo que meus esforços estão sendo inúteis, porém não desisto, só que lágrimas grossas de desespero e medo começam a rolar pelo meu rosto, não adianta, eu poderia tentar reprimir isso mais uma vez, mas a real é que essa sou eu, estou amendrontada e nervosa com toda essa situação, afinal não é todo dia que te sequestram, ninguém nunca me preparou para uma situação como essa.

Eu tive aulas de todos os tipos, de coisas inimagináveis, apenas para me tornar uma boa modelo, a melhor. É o meu sonho e não pretendia desistir dele, no entanto só de olhar ao meu redor, um nó se faz presente na minha garganta, não tenho ideia de como será daqui pra frente, então tudo que fiz durante anos foi em vão?

Me canso de continuar batendo na porta e já sinto minha garganta arranhar pelo tanto que gritei, assim me deixo escorregar contra a porta, me sentindo pequena naquele espaço todo, tudo que eu quero é ir embora daqui e me aconchegar embaixo de um cobertor depois de um longo banho.

Mesmo sentada e desejando que tudo isso não passe de um terrível pesadelo, parece que o universo não colabora tanto assim comigo, porque em poucos minutos sinto um solavanco nas costas me imprensando contra a parede.

Começo a sentir uma dor forte na minha lateral e grunho baixinho por isso, contudo ainda ergo meu olhar para encontrar três homens enormes. E não digo só de altura, eles aparentavam ser bem fortes também, bem assustador, ainda mais na situação em que me encontro, se antes me sentia pequena nessa sala, agora me sinto uma formiguinha prestes a ser esmagada por três pares de pés.

Eles me encaravam, me analisavam e mantinham uma postura firme, diria facilmente que seus rostos estavam paralisados, até que um deles, parecia o mais velho, se pronunciou e o som de sua voz fez com que eu me encolhesse ainda mais no canto onde me encontrava.

— Sério garota, você mal chegou e já é um chute nas bolas, caralho, custava ficar calada e paradinha onde te largamos? — eu via em seus olhos que aquilo realmente o irritava. — Pode se espernear aí, a única coisa que vai acontecer é você perder a porra dessa sua voz irritante e deixar seus pulsos frágeis como os de uma boneca, roxos. — ele revira os olhos impaciente.

Just call me a babyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora