06

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Matteo narrando.

Aquela garota... Tão impetulante e abusada, por um momento cogitei ter um pouco de empatia, por um momento estúpido, vamos lá, ela não era de todo mal; eu pensei, ela estava sendo tirada da sua vida antiga, ou melhor, estava sendo arrancada, não é algo fácil e muito menos comum de lidar. Mas é claro que eu tinha que me enganar à respeito, filha da puta, ela acha que é quem? Em uma situação na qual ela está metida, deveria agradecer por ainda estar viva, nem havíamos tocado nela e o escândalo já tinha começado, que inferno. E para melhorar, Mattia tinha logo que me dar o serviço de cuidar dessa merdinha, bom, azar o dela e problema dele, não vou hesitar em fazer algo contra ela se me der vontade.

Volto para o meu quarto e Buck está deitado na minha cama, quando me vê se levanta imediatamente, pulando pra fora da cama.

— Seu danado, você sabe que não deveria estar ali! — dou passos firmes em sua direção, impondo minha autoridade.

Buck é um rottweiler grande que poderia me derrubar facilmente, porém depois de anos convivendo juntos, ele sabe quem manda e quem obedece, dessa forma possuímos uma boa relação, por assim dizer.

— Venha cá. — ele caminha lentamente de cabeça abaixa e eu to me segurando para não sorrir, toda vez é o mesmo, ele sabe que não pode, mas faz mesmo assim, parece comigo, porém eu sempre acho que posso tudo.

Eu não me importo pra fala a verdade, só gosto da encenação que faço toda vez pra ver como ele irá reagir.

— Você adora quebrar as regras né. — sem pôr muita força, prendo seu fucinho em minha mão, sem intenção de machucá-lo, apenas o provocar.

Ele começa a rosnar, como eu esperava que faria,  e mostra os dentes, mas não me ataca, eu sei que ele não vai me atacar. Uma coisa que aprendi é que se você der um pouco de confiança, ao menos aos animais, pode conquistar a confiança deles.

Subo na cama e dou alguns tapinhas ao meu lado.

— Sobe, vem. — ele pula com tudo, mas ao invés de ser na cama, ele pula em mim.

Nós dois caímos para trás e ele não deixa que eu levante, o viro e fico brincando com ele por um tempo. Somos parecidos, do quarto para fora parecemos capaz de aniquilar uma sala de aula, e o faríamos, mas aqui dentro, só nos dois, ele é o meu melhor amigo e eu sou o dele.

— Preciso de um banho, garoto, volto já. — me levanto com dificuldade e faço um carinho nele.

Deixo que ele fique na cama sem oposições e vou em direção ao banheiro, daqui a pouco terei que voltar para ver aquela vadiazinha, não queremos que ela morra de fome, me economizaria tempo, mas não to afim de morrer agora pela aquela merda de acordo.

Entro no banho e algumas preocupações me invadem. Não tem como essa garota ficar aqui por 2 meses sem causar problemas, isso não vai dar certo, não tem como. E não vou ficar tolerando uma adolescente que acha que ainda manda em algo, com sorte ela vai morrer de forma rápida pelas mãos de Spietati, ele pode fazer coisa pior contra ela do que apenas a morte... Ele provavelmente o fará. Foda-se, não é da minha conta.

Termino meu banho e vou em direção do meu closet, pego uma calça e uma blusa social, visto e volto para o quarto em busca de Buck.

— Buck! — ele salta da cama até mim e me abaixo para ficar mais próximo de sua altura. — Eu vou sair, não apronte e não fique na minha cama, ouviu? — ele late e faço um carinho em sua orelha antes de levantar.

Saio do quarto e percorro o caminho até aquele esconderijo em que levamos nossos... Companheiros, um pouco de sangue sempre é bom e lá sempre há bastante.

Just call me a babyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora