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24 horas antes do sequestro.

Martino narrando.

Caminho pelos corredores da casa em que fui criado durante toda a minha infância, eu amo esse lugar, hoje em dia é claro, ele cheira a luxúria e posso ter tudo o que quero, me sinto como um rei, só que acima de mim não há uma coroa, apenas meu irmão mais velho que adora ter esse controle sobre mim depois que nosso pai morreu, se foi tarde, aquele velho não valia a minha porra.

Sigo em direção ao escritório de Mattia, sabendo já do que se trata essa reunião.
Apenas vou entrando, bater não funciona quando você foi criado com a pessoa, como levar a sério? Domínio é limitado.

— Um idiota chegou, falta o outro. — ele diz mexendo em seu celular.

— Nossa, tá engraçadão hoje hein, achou seu humor no lixo foi? — me sento de frente para ele que ao menos se dá o trabalho de erguer seu olhar da tela do celular para falar comigo.

— Aí, cadê o babaca do Matteo? — questiono por não querer me manter por mais tempo aqui.

— Provavelmente fodendo alguém, eu não tava contando muito com a sua presença mesmo. — ele larga o celular em sua mesa e cruza os braços sobre o peito me encarando.

— Hum, ta, o que quer comigo então?

— É hoje, daqui a algumas horas iremos executar essa porra de plano e colocar um ponto final nisso.

Meus olhos se iluminam, eu tava doido por isso. Admito que minha excitação vem de algo a mais, a menina da qual é a peça principal de nosso plano me intrigou, não é algo muito difícil, sempre tive uma queda pela falsa inocência e aquele rostinho grita isso. Vi somente algumas fotos que a loira tirou quando a investigou para nós, seria muito arriscado um de nós três fazer isso, então a mandamos. Mas agora com isso em mãos, eu não poderia estar mais contente, não aguentava mais esperar para pôr nosso plano em prática.

— ISSO, É DISSO QUE A GENTE PRECISA! — eu to animado pra caralho e Mattia continua com aquela seriedade dele, que merda, o cara parece não ter emoções.

— Você me cansa. — revira os olhos ainda me encarando e escutamos a porta se abrir em um movimento brusco, nos fazendo desviar os olhares para lá.

— Cheguei. — se joga na cadeira ao meu lado, alternando os olhos entre eu e Mattia.

— Nem percebi. — a voz entediada de Mattia chega ser engraçada.

— Vamos, termine logo com isso, o que tem pra mim? — Matteo se reclina esperando por informações.

— Pra você nada, já pra mim... — sorrio por saber que nesse plano, eu sou a chave.

— Você? Por que você? Eu quem sou mandado para matar sempre? Que porra é essa? — ele encara Mattia indignado.

— Menos. — Mattia se limita a dizer isso.

— O carismático e gostoso Martino D'angelo, italiano e degustador de vinhos, um tanto divertido e engraçado, um ótimo cara para passar a noite conversando e fazer você se distrair de todos os problemas, tendo no final da noite uma ótima surra de pica no pacote — sorrio convencido para Matteo e ele rapidamente adiquire uma cara enojada com um ponto de interrogação estampado. — Querido priminho, seu raciocínio tá bem ruim hein, vamos para Nova York! — giro minha cadeira e rio, mal posso esperar por isso.

— Grande coisa, vamos sequestrar uma garota tapada só para a vender e fazer uma aliança, precisa mesmo dos três lá pra isso? É só a porra de uma adolescente, não é possível que um só não dê conta. — revira os olhos estressado.

Just call me a babyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora