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Nina narrando.

Dizem que se passar de um mês, não é mais apenas um crush, você está gostando da pessoa, e se passar mais de dois meses, você está se apaixonando... Bem, eu passei um mês ao lado de Martino sempre cuidando de mim e zelando pelo meu melhor aqui dentro, suas vindas durante a madrugada realmente se tornaram encontros, dos quais ele nunca faltou. Nos aproximamos um pouco, ok, bastante, é isso que acontece quando a única pessoa que te trata bem durante um mês inteiro, é também a única que convive com você todos os dias.

Ele convenceu seu irmão e seu primo, agora sei o que eles são um do outro, a me deixar sem a algema, mas ainda assim só posso ver as mesmas 4 paredes de sempre, estou trancada no quarto e com certeza estou com falta de vitamina D, não vejo o sol a um bom tempo. Pelo menos posso ir ao banheiro sozinha, grande coisa.

A questão é, se passou um mês e eu não consegui me aproximar nem um pouco de Matteo ou Mattia. Eu nem sequer vejo Mattia, já Matteo a cada dia que se passa parece me odiar mais, estou sem saídas, foi estúpido pensar que eu poderia os convencer a não me entregar a seja lá quem for, mas vendo por outro lado, o que tenho a perder agora? Ninguém faz ideia de onde estou, se é que alguém se deu falta, então eu posso me arriscar um pouquinho, preciso dar um jeito de sair deste quarto, apenas para estudar o local, e Martino é o meu meio para isso... Ele parece confiar em mim agora, se deita ao meu lado todas as noites sem se preocupar com a possibilidade de eu o atacar quando por algum acaso ele fecha os olhos e pensa, ou quando se vira para pegar algo, ou quando vai ao banheiro, então não seria tão difícil assim dar um jeito dele me levar lá para fora...

É o único meio que vejo, não o quero enganar, mas também não quero viver assim... Preciso tentar.

Neste momento estou morrendo de sono e lutando para ficar acordada a espera de Martino, ele as vezes vem mais tarde por algum imprevisto, provavelmente como hoje. Quando estou quase desistindo a porta se abre silenciosamente e ele aparece em meu campo de visão, abro um sorriso preguiçoso e ele um de desculpas.

— Eu juro que tentei vir o mais rápido que pude, mas tinha trabalhos a serem executados. — ele tranca a porta novamente para que ninguém desconfie e vem até mim, se deitando ao meu lado com um pacote.

— Tudo bem, fico feliz de ter cumprido com sua promessa mais uma vez. — sorrio e meus olhos estão quase fechando, me ganhando pelo cansaço.

— Ei ei, não durma agora, te trouxe algo do bom hoje — ele estica o pacote para mim e eu me forço a pegá-lo. — Abra. — ele incentiva e eu o faço, vendo dois hambúrgueres ali.

— Como conseguiu isso? — minha voz sai lenta e minha cabeça tomba para o lado.

— Eu fui na rua, achei que poderia te mimar um pouco, tem sido boa, não causou mais nenhum problema, achei que merecia depois de tantas bolachas, torradas e biscoitos de água e sal. — ele ri e eu reviro os olhos brincando.

— Hum, parecem bons, irei comer amanhã de manhã, ok? — murmuro quase dormindo.

— Nada disso! Você mal comeu hoje pelo que fiquei sabendo e agora não quer comer o que eu trouxe, E EU TROUXE HAMBÚRGUERES! — ele eleva um pouco o tom e eu faço uma cara feia, alguém pode escutá-lo. — Foi mal. Mas é sério, você vai comer sim. — ele começa a desembalar o hambúrguer e eu bufo.

— To cansada demais, Martino, me deixa. — apoio minha cabeça em meu braço e fecho os olhos.

— Não. Venha, vou te dar na boca, você só precisa mastigar, pode fazer isso de olhos fechados, baby.  — ele é tão insistente.

— Tá, que seja, desde que eu possa dormir. — sinto sua mão afastando meu cabelo e não o impeço.

— Abra a boca vai. — o faço e logo sinto o pão em meus lábios, dou uma mordida e mastigo com calma.

Just call me a babyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora