Promessa

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Quando acordei no dia seguinte, estávamos passando por portões grandes, os muros também eram altos e cheios de trepadeiras. A carroça parou de andar e uma mulher se aproximou, ela tinha cabelos encaracolados e uma pele branca, suas roupas era bem arrumadas.

— Onde estão as galinhas?! — ela disse irritada com o senhor que dirigia a carroça. — Francamente, pediram frango no jantar de despedida do barão!

O senhor respondeu que havia apenas porcos no vilarejo mais próximo, então a mulher respirou fundo e assentiu batendo o pé no chão repetidas vezes. Ouvi passos se aproximando, abriram o ferrolho que segurava a porteira da carroça, e logo  me viram deitado entre os porcos dali.

— Santo Cristo!! Uma criança... como ela veio parar aí dentro? — a mulher exclamou perplexa, me sentei apressadamente esfregando os olhos por conta da claridade. — Oh... é uma menina.

— Alguém deve ter colocado ela dentro da carroça, que Deus o tenha. — o homem fez um sinal de cruz, e a mulher também. — Não posso levá-la de volta, o vilarejo se foi.

— Hm... acho que podemos fazer dela uma serviçal, a mansão está um caos, precisamos de mais empregados. — ela balançou as mãos impaciente. — Vamos menina, desça daí!

Com dificuldade por causa da altura pulei da carroça, a mulher se aproximou para verificar se eu estava machucado.

— Está bem magrinha, que horror. — ela ergueu uma das sobrancelhas. — Sabe o seu nome? Quantos anos tem?

Neguei em silêncio, apenas balançando a cabeça.

— Você sabe falar? Não precisa ter medo. — lembrei das palavras de minha mãe, não podia chorar naquele momento então baixei minha cabeça negando todas as perguntas da mulher. — Isso é problemático, mas pode vir a calhar, temos que falar o mínimo possível perto dos senhores.

A mulher segurou no meu pulso e saímos andando pelo estábulo, seguimos por um caminho de pedra até uma pequena casinha bem nos fundos de uma imensa mansão. No caminho ela me contou seu nome; Kurenai, ela era a governanta da mansão. Ao entrar na casa, que por sinal era maior que a minha antiga casa, percebi que tudo era bem arrumado e tinha um banquete sobre a mesa. Na verdade era o café da manhã dos empregados, ela me convidou para comer depois que eu tomasse um banho e trocasse minhas roupas. Ela mesmo não fez questão de me dar um banho para minha sorte, por mais que fosse uma empregada, ela ainda tinha um ar de superioridade.

— Ainda bem que esta roupa serviu em você. — ela falou levando uma xícara de porcelana com café até os lábios. — Quando chegarmos na mansão, limpe a cozinha e o banheiro, vou lhe ensinar como fazer, está bem?

Assenti e ela forçou um sorriso.

— A família Uchiha é de uma longa linhagem de pessoas com grande peso no país, hoje haverá uma festa, o barão e a baronesa junto com seus filhos irão fazer uma viagem bem longa, enquanto a guerra se dissipa por estas terras.

Tudo estava tão tranquilo por aqui, enquanto vilas são saqueadas e pessoas inocentes são mortas. O dinheiro e status dão mesmo tanto poder e paz?

— Vamos está na hora, ah e lembre-se de não chegar perto do filho do Barão, o seu cheiro pode incomodá-lo. — assenti novamente e saímos daquela casa, andamos por um pequeno caminho de pedras que passava por uma floresta e um jardim. Ao entrarmos pela porta dos fundos pegamos algumas frutas no armazém e fomos para a cozinha finalmente. — Está vendo aquela porta? Vá lá e pegue uma vassoura, um pano de chão, sabão, um balde vazio, um escovão, lenços para lustrar móveis e o lustrador que está na segunda prateleira do terceiro armário na esquerda.

Eram muitas informações apenas para uma criança, se não me engano há alguns minutos ela mesmo disse que iria ensinar como fazer tudo. Vi uma outra empregada se aproximar, as duas cochicharam algo sobre mim, algo que fez Kurenai rir com um certo desprezo. Dei as costas para as duas e fui até a porta que me indicaram, peguei tudo o que a mulher havia dito e voltei para a cozinha.

O Barão - ItaSasuWhere stories live. Discover now