O Barão - ItaSasu

Ciúmes

— Por que você fez isso? Sabe que é fraco pra bebida. — Shisui resmungou ajudando seu irmão a levantar do chão. — Quem te deu isso?

— Ninguém... — Respondeu com a voz arrastada por conta da embriaguez. — Não preciso de sermão... Tá? Só me ajuda.

Shisui bufou colocando Obito na própria cama, já que o mesmo não conseguia andar sem levar dois tombos. Ao sentir o conforto de seu colchão o moreno abraçou um travesseiro fazendo um bico chateado, com os olhos quase fechados.

— Obito. — O mais velho cutucou o braço alheio, mas não obteve resposta. — Você vai dormir nesse estado? Que porco.

— Cala a boca. — Frizou as sobrancelhas apertando o travesseiro, trancou o maxilar sentindo um grande enjôo. — Acho que vou vomitar.

O Uchiha mais velho fez uma careta de nojo e se afastou de seu irmão, caminhou até a porta do quarto mas antes de sair, Obito resmungou algo fazendo Shisui parar na porta, o mais novo acabou não segurando seu enjôo e pôs tudo para fora no chão, Shisui desviou o olhar passando sua mão pelo próprio rosto.

— Eu vou perguntar ao Itachi o que devo fazer com você, e depois disso vamos conversar. — Obito ergueu uma das mãos fazendo um joinha. — Na verdade eu vou esperar você ficar sóbrio.

Shisui saiu do quarto de Obito, andou pelo corredor extenso até a entrada que daria acesso aos outros quartos, inclusive o de seu primo, pensava no que fez seu irmão mais novo chegar aquele estado, pois Obito nunca foi de agir dessa forma, sempre fora muito medroso e fraco com bebida, reclamava que não gostava de beber muito porque virava um peso morto. E de fato isso acontecia. Especialmente hoje, o menino extrapolou seus limites, e Shisui se sentiu incomodado com aquela atitude, suspeitava que havia algo por trás disso. Dispersou seus pensamentos ao se aproximar do quarto de Itachi, parou na porta antes de bater, pois ouviu a voz do mais velho e estranhou, já que o mesmo estaria sozinho naquele horário.

“Eu entendo o que seus olhares dizem, cada palavra.”

Shisui frizou as sobrancelhas ao ouvir a voz de seu primo, mesmo que estivesse em um tom baixo, ainda era nítido caso estivesse bem próximo a porta.

— Izumi? — Pensou que sua irmã estaria fazendo companhia ao seu primo, mas se recordou que a garota estava trancada no quarto. Shisui sempre respeitava a privacidade alheia, principalmente a de seu primo, mas naquele instante o moreno relutou contra si mesmo, Shisui não conseguiu conter sua curiosidade e aproximou sua orelha da porta alheia, para tentar ouvir mais daquela conversa.

[ ... ]

— Qual é o problema dessa vez, Orochimaru? — Madara falou com uma voz de tédio percebendo a mesma expressão que seu secretário fazia quando queria dizer algo, enquanto folheava algumas páginas soltas em sua mão.

O secretário se aproximou entregando alguns envelopes para o Uchiha, antes de respondê-lo.

— Ainda não temos a confirmação da presença do Barão e sua esposa para o jantar. — Madara ergueu seu olhar incrédulo. — Tentei contato de diversas maneiras, mas simplesmente não responderam.

— Fugaku só pode estar de brincadeira com a minha cara. — Jogou a folha que estava em suas mãos sobre a mesa, se acomodando na cadeira. — Pensei que já havíamos cuidado disso, iríamos resolver as outras questões do casamento nesse jantar!

— É, parece que ele estava ciente disso, e mesmo assim...

Madara retirou os óculos de descanso, deslizando suas mãos pelo próprio rosto.

— Que incompetência e irresponsabilidade do meu irmão, tudo isso porque somos nós que estamos pedindo o acordo.

Colocou a mão no queixo, pensativo. Fugaku parecia não estar se importando no mesmo nível que Madara em relação ao casamento. Seu irmão atrasava as cartas e os encontros, deixando o outro Uchiha de cabelos em pé por ter que resolver tudo sozinho.