8. Théâtre Paris

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Além de inteligente e educado, Diego era um homem divertido. A conversa entre eles fluiu facilmente.

Em alguns momentos durante a noite tão agradável, Manu desejou ser uma garota como a maioria, que sonhava em constituir família.

Entretanto, sabia que esse era um desejo passageiro, resultado da boa companhia na qual estava, regada a vinho e risadas.

Passava da meia-noite quando Diego pediu a conta e Manu pediu licença para ir ao banheiro.

O restante da noite era uma promessa ainda não verbalizada.

Foi no corredor dos banheiros onde ela o avistou. Luigi estava encostado na frente da porta do toalete feminino com os braços cruzados sobre o peito.

— Tu parece um encosto e encostado na porta assim, eu diria que tu parece um tranca rua, sabia?

— Talvez eu seja uma espécie de obsessor — brincou, passando os olhos pelo corpo da moça.

— Me diz uma coisa: como é que tu aparece nos cantos do nada, hein?

— O que você acha que pode ser?

— Sei lá... tô começando a pensar que tu é algum tipo de agente da CIA. Do tipo bem treinado pra bater nas pessoas e pra se movimentar ligeiro igual um gato — ela o encarou — o que é que tu queres conversar comigo, hein? Encosto!

— Coisas estranhas têm acontecido, Lilith. Eu quero saber quem você realmente é.

Manu abriu um largo sorriso.

— Meu filho... eu só digo uma coisa: não queira nem saber, viu?

Ela percebeu que Luigi arregalou os olhos e que sua boca se abriu levemente, mas rapidamente se recompôs antes de sugerir:

— Dispense esse homem e venha comigo. Eu levo você para casa.

— Mas nem morta!

— Você não quer respostas?

— Eu até quero. Mas não hoje e muito menos quero que tu fique sabendo onde eu moro. A gente se encontra amanhã, na hora do almoço, no shopping. Contigo eu prefiro tá num lugar bem movimentado.

— Você não quer que eu saiba onde mora, mas vai levar esse homem para sua casa?

O sorriso de Manu se transformou em provocação.

— Meu filho, pra minha casa eu levo quem eu bem entender — respondeu,  impaciente com o fato de ele estar bloqueando a entrada do banheiro feminino.

Luigi deu um passo na direção dela e baixou a cabeça para encarar melhor a moça.

— Você vai dormir com ele?

— Claro que não! — exclamou, franzindo os lábios, não demorou para seu sorriso voltar e ela erguer o queixo antes de completar: — Eu vou é trepar com ele a noite todinha! Vou gemer no ouvido dele, vou rebolar montada nele e vou gozar várias vezes.

Luigi deixou seu próprio sorriso à mostra, não o sarcástico de sempre, esse tinha um toque de irritação. Ele aproximou a boca do ouvido da garota e sussurrou com a voz sensual:

— Você vai pensar em mim durante todo o ato. Eu não sairei dos seus pensamentos nem por um segundo, Lilith.

— Olha aí! Gostei! — ela disse erguendo o indicador para o alto — Por que fantasiar com apenas um homem quando eu posso fantasiar com dois ao mesmo tempo, né não? Obrigada pela dica.

Luigi apertou o maxilar e ela aproveitou que ele se afastou da porta para segurar a maçaneta.

— Lilith?

Demônio DomadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora