9. Café de Flore

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Cem mil visualizações com apenas dois dias de publicação.

Mais de dez mil curtidas.

Trinta mil vendas de cópias em território europeu.

Expansão era a próxima meta.

Expectativa de tradução para mais línguas.

Convites e mais convites para palestras e entrevistas.

Emissoras por toda a europa entravam em contato.

Todos queriam Pierre Chateaubriand.

Graças a Manuela Gomes.

— Desculpa só poder te encontrar hoje. Eu não previ esse alcance que estou conseguindo com o lançamento do meu livro e acabei ficando sem tempo.

— Relaxa! Eu tô muito feliz por tu, sabia?

— Parte do sucesso é devido a você. Filmar o evento no Théâtre  de Paris foi uma excelente ideia. Sabia que os trechos do vídeo foram exibidos em uma emissora local, ontem?

— Isso é só o começo Pierre. Eu tenho certeza que tu ainda vai fazer muito sucesso!

— A editora quer investir na América do Sul. Estou muito animado Manuela, de verdade. Esse é o meu propósito de vida, minha missão e ver meu livro voando tão alto faz o meu coração vibrar.

Pierre que normalmente carregava um sorriso tímido e trejeitos contidos, estava mexendo as mãos sobre a mesa da cafeteria com um sorriso tão largo no rosto que despertava em Manu a vontade de sorrir também.

Claramente eufórico com o alcance de seu sonho.

— Eu preciso te contar que eu enviei o teu livro pra minha amiga semana passada e ela disse que deu uma lida e que gostou muito.

— Que bom Manuela e como ela está? — perguntou ele, dando uma mordida em seu cupcake de morango.

— Segundo os meus amigos, desde que ela começou a namorar não tem mais mantido tanto contato como antes. Eu vou te contar, visse, Pierre?... Se eu tivesse lá em Recife, eu ia dar uma mãozada sustenta na cara desse boy lixo!

Pierre gargalhou tão alto que Manu teve a impressão de sentir seus ossos tremerem.

— Se você não fosse tão sofisticada seria muito parecida com alguém muito importante para mim.

— Deixa eu adivinhar — ela o encarou com expressão divertida — tu tais falando da tal mulher que tu falou da outra vez? A recifense, né?

— Exatamente — balançou a cabeça em concordância e Manu notou que seus olhos verdes se perderam em lembranças.

— Eu imagino que ela deve ter sido muito importante pra tu.

— Ela ainda é — ele disse com aquele sorriso tímido — Mas me fala Manuela, porque você e seu amigo Diego se deram ao trabalho de viajar até a França para filmar o meu evento?

Porque alguém ou alguma coisa estava empenhada em destruir o sonho de Pierre.

Porque ela não poderia ouvir ameaças e simplesmente baixar a guarda.

— Porque eu acredito no teu trabalho e hoje, ouvindo a tua história lá no evento, eu tive certeza de que tu pode mudar o mundo — foi a resposta mais verossímil que encontrou.

— Todos nós podemos, Manuela — afirmou, dando um gole em seu expresso. Fechou um pouco os olhos, como se o sabor de café o fizesse viajar através do tempo e espaço.

— Pode até ser... mas as vezes eu acho que algumas pessoas nascem pra fazer coisas grandes.

— Depende do seu conceito de grandeza. Mudar o mundo de alguém já é um grande feito. Você, por exemplo, como futura médica poderá salvar muitas vidas e desse modo estará mudando o mundo para melhor. Não acha?

Demônio DomadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora