10. Pont des Arts

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— Eu queria muito que você conhecesse minha esposa, mas infelizmente ela está viajando a trabalho.

— Ela é escritora igual a tu?

— Não. Ela tem seu próprio negócio. É pequeno, mas ela ama. Talvez ela ame mais o negócio do que a mim — ele riu e fez um sinal para o garçom pedindo a conta — Manuela eu preciso ir, tenho uma entrevista hoje em uma emissora. Muito obrigado por tudo, conhecer você foi uma dádiva.

— Tu é que tais sendo um presente na minha vida, Pierre. Mas... eu queria te pedir uma coisa.

— Por favor fale... no que eu puder ajudar... será um prazer.

— Eu queria pedir pra tu ficar de olho duro — ela franziu o cenho, não sabia muito bem como dizer aquilo — talvez seja doidice minha, mas acho que o teu projeto pode tá deixando outras pessoas com raiva.

— Você viu ou ouviu alguma coisa que eu preciso saber?

Manu queria poder contar a ele sobre as ameaças sem sentido de Luigi.

Queria poder contar, sem parecer uma louca, em como Luigi se movia com velocidade.

O quanto sentia algum tipo de energia pesada quando ele estava por perto.

Mas soaria estranho.

Pareceria loucura.

— É só uma intuição — disse, depois de pensar nas melhores palavras — desculpa se eu tiver sendo muito negativa.

Pierre segurou a mão da loira e fixou os olhos esmeralda nos dela.

— Quando decidimos fazer algo de coração, obstáculos podem surgir. Quando esse algo contribui para um mundo melhor os obstáculos são garantia. Uns chamam de azar, outros chamam de problemas, outros de desafios, há quem chame de demônios, inveja ou negatividade. Como se chama é o de menos. O mais importante é continuar, porque se for feito com amor, vale a pena lutar até o fim.

 O mais importante é continuar, porque se for feito com amor, vale a pena lutar até o fim

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Mais tarde naquela mesma noite, Manu caminhava em direção ao carro que havia alugado.

Sentia-se revigorada e cheia de energia. Com certeza era resultado da conversa com Pierre.

Ela precisava arrumar a mala para viajar à meia-noite de volta para Portugal, pois na manhã seguinte teria aula de oncologia.

Contudo, naquele momento só queria apreciar um pouco da cidade parisiense.

Além das tantas luzes artificiais, a cidade estava iluminada pela lua cheia que reinava no céu. Dando a cidade de Paris um aspecto romântico e clássico, assim como era retratado nos livros e filmes.

Em sua própria mente, Manu ouvia tocar a música Si tu vois ma mère de Sidney Bechet.

Dançando sozinha pela rua, a loira rodopiou e seu vestido amarelo-pálido acompanhou o movimento. Assim como seus cabelos que estavam livres à luz da lua.

Demônio DomadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora